Que venha 2018! Com muita luta e resistência popular!

Que venha 2018! Com muita luta e resistência popular!O PODER POPULAR

O ano de 2017, marcado pelas comemorações dos 100 anos da Revolução Socialista na Rússia, foi atravessado por muitas lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores em todo o mundo. Em resposta à crise sistêmica do capitalismo, a burguesia e seus governos de plantão pisaram fundo no acelerador para promover ataques às legislações sociais e trabalhistas, buscando desvalorizar a força de trabalho para manter seus lucros.

Parece ter chegado ao fim o ciclo de governos de conciliação nacional liderados pela socialdemocracia. A burguesia não quer mais terceirizar o poder e garante a vigência de governos “puro sangue”, conquistados por meio de eleições dominadas pela força do capital ou através de golpes políticos centrados nas ações dos parlamentos, da mídia e da justiça burguesas, reforçadas pelo uso de medidas repressivas, sempre que necessário.

Além disso, cresceram as manifestações de direita, com avanço das posições abertamente fascistas. O imperialismo, liderado pelo governo dos EUA, seguiu provocando ameaças a povos e nações, como no caso da declaração de Trump sobre Jerusalém, que incentiva o terrorismo de Estado promovido por Israel contra o povo palestino.

Por outro lado, houve intensas manifestações populares em reação aos ataques da burguesia e do imperialismo, dentre as quais merecem destaque as greves gerais na França e na Grécia, os processos eleitorais na Venezuela, que paralisaram a ação da direita, e a massiva e unitária mobilização dos trabalhadores argentinos contra a reforma da previdência.

No Brasil, foram muitos os retrocessos políticos e sociais comandados pelo governo golpista de Temer. Como resultado da aprovação da contrarreforma trabalhista e da generalização das terceirizações, empresas anunciam demissões em massa, retiram direitos e rebaixam salários. O país perdeu mais de 12 mil vagas formais de emprego em novembro de 2017 e viu crescer o desemprego. Novas contratações ocorreram graças à abertura de vagas para trabalho intermitente e empregos temporários no comércio (novos e piores empregos).

Apesar do alto índice de rejeição, o governo Temer não cai porque é funcional ao capital enquanto radicaliza a agenda neoliberal que toda a classe dominante deseja. Ao mesmo tempo, os aparatos sindicais e das principais organizações de massas continuam sob hegemonia das forças pertencentes ao campo democrático e popular, muito mais interessadas nas eleições de 2018 do que com o movimento das ruas. Tentam criar a ilusão de que, se Lula voltar à presidência, fará um governo diferente. É pura ilusão, pois, mesmo ameaçado de ser impedido de se candidatar pela seletiva e golpista Justiça brasileira, Lula se movimenta na direção de retomar alianças com setores conservadores e reacionários, continua dialogando com o mercado financeiro e mantém a lógica apassivadora na organização dos trabalhadores.

Nessa conjuntura, as forças revolucionárias e classistas têm a tarefa imediata de organizar uma grande mobilização nacional para barrar a contrarreforma da Previdência em fevereiro de 2018. E devem seguir na perspectiva da reorganização do movimento operário e popular, a partir das bases, com a retomada dos sindicatos para o campo classista, das entidades estudantis para o campo da luta, intensificação do trabalho de organização nos bairros a partir das reivindicações específicas dos moradores.

É urgente a formação de uma ampla frente de lutas, capaz de construir um programa mínimo unitário de resistência e combate firme aos retrocessos impostos pelo capital, sem conciliação. O PCB apresenta uma proposta de programa alternativo para o Brasil, como contribuição à unidade das forças populares para derrotar o projeto burguês e inaugurar o processo de transição no rumo do Poder Popular.