Governo Temer: uma quadrilha disposta a fazer tudo pelo capital

Governo Temer: uma quadrilha disposta a fazer tudo pelo capitalO PODER POPULAR Nº 29 – EDIÇÃO DE FEVEREIRO DE 2018

Causou grande indignação a nomeação da deputada do PTB Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho, em mais uma negociata (compra de apoio) com o parlamento. Não bastasse o fato de este ministério ter se tornado um instrumento para ampliar os ataques aos direitos dos trabalhadores, a nova ministra responde na justiça a processos por violações das leis trabalhistas.

A regra do governo golpista de Temer é se cercar de bandidos e criminosos. Cerca de 80% dos ministros de Temer são acusados na justiça pelos mais diversos crimes de corrupção. Esse número não é maior porque algumas figuras, como os ex-ministros do Planejamento e Turismo, Romero Jucá e Henrique Alves, foram afastados (este último, inclusive, se encontra preso). Temer, acusado de ser chefe de quadrilha em processos judiciais, coordena um dos gabinetes ministeriais mais podres da história do país!

A corrupção é um fenômeno inerente ao capitalismo. Não é simplesmente fruto de um desvio ético dos indivíduos, mas produto do poder político e econômico mantido pelo sistema, baseado na exploração do trabalhador para a obtenção de lucros. Além disso, é próprio do capitalismo o suborno de empresários às autoridades para conseguir vantagens, burlar legislações trabalhistas e de proteção ambiental, aprovar projetos, definir as prioridades do gasto público etc.

Que recuperação econômica é essa?

O ministério Temer é uma quadrilha organizada contra os trabalhadores. E que também se vale de toda forma de propaganda enganosa para justificar seus atos. Em parceria com os monopólios de mídia, divulga toda semana que o Brasil vive uma suposta recuperação econômica e que o país, finalmente, retomou o caminho do crescimento econômico. Os comentaristas de economia dos grandes jornais citam números trimestrais de crescimentos ridículos do PIB (como 0,5%) como se fosse o sinal de que tudo vai bem.

Com um cinismo sem limites, é dito que as “reformas de Temer” – destruição dos direitos trabalhistas, sociais e serviços públicos – está tornando a economia mais dinâmica e eficiente. Mas qual é a realidade? Atualmente há mais de 14 milhões de desempregados, número que é ainda maior se considerarmos os trabalhadores em subempregos (temporário, meio período etc.). A situação vai piorar com a contrarreforma trabalhista e a terceirização irrestrita, afinal, toda semana temos notícias de demissões em massa de trabalhadores: só no mês de dezembro de 2017, segundo dados do IBGE, o desemprego cresceu mais 3,6%, ou seja, quase 300 mil empregos foram fechados.

No caso dos trabalhadores empregados, a tendência é uma redução dos salários e um empobrecimento geral das famílias devido aos cortes nos serviços públicos e políticas sociais (veja matéria sobre o orçamento federal nesta edição). 58,2% das famílias brasileiras estão endividadas, e 60 milhões estão com o “nome sujo” na praça. O nível de investimentos públicos, segundo dados da FGV (Faculdade Getúlio Vargas) é o menor em 15 anos! Com o investimento público em baixa, o investimento privado também segue em ritmo lento e é o menor dos últimos 10 anos.

Seguindo a mesma lógica do ditador Emílio Garrastazu Médici (que governou entre 1969 e 1974), quando afirmou que o “país vai bem, mas o povo vai mal”, o Governo Temer afirma existir uma recuperação econômica que ninguém vê. A única coisa que vai bem no país é o lucro dos grandes empresários e dos monopólios internacionais, os únicos beneficiários da política em curso. A propaganda, contudo, não pode esconder a realidade, e os trabalhadores sabem que só no enfrentamento aos patrões, derrotando esse governo e mudando radicalmente a política econômica vigente é que suas condições de vida podem ser transformadas.