No ar a edição nº 09 do Jornal O Poder Popular

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O ESGOTAMENTO DO PETISMO E O CAMINHO DA LUTA

A crise global do capitalismo aprofundou o fosso existente entre os mais ricos e a população pobre do planeta, concentrando ainda mais a riqueza nas mãos de poucos. Hoje, 1% possui mais do que os 99% restantes. Enquanto as grandes corporações e bancos obtêm lucros galopantes, os trabalhadores sofrem com mais desemprego e perda de direitos. Cresce a miséria.

No Brasil, os mesmos efeitos perversos da crise, responsáveis por elevar o índice de desemprego, que já alcança mais de 9 milhões de desempregados, além da redução de salários, corte de direitos e piora das condições de vidas da população, aceleram a crise política. A continuidade do governo petista está claramente ameaçada pelas frações hegemônicas da burguesia, que, articuladas a setores da grande mídia, do parlamento e do Judiciário, consideram necessária a troca de governo, pois somente assim seria possível retomar o crescimento econômico.

Apesar de o governo petista ter aplicado servilmente as exigências da classe dominante, como comprovam a imposição dos cortes nos programas sociais, a lei antiterrorismo, a entrega do pré-sal, o aprofundamento das privatizações, a reforma da previdência, o abandono da reforma agrária e os ataques aos direitos trabalhistas, a gravidade da crise exige, para satisfazer a sanha do capital, medidas mais profundas e rápidas, diante das dificuldades do petismo em manter a política de apassivamento das massas.

O plano de mudança de governo do qual a Operação Lava-Jato faz parte não é um golpe contra a institucionalidade liberal burguesa, mas uma das formas possíveis, em seu interior, de impor os governantes que, circunstancialmente, melhor atendam aos interesses do capital. O PT preparou o próprio terreno pantanoso em que agora se afunda, ao ter optado pelo caminho do pacto social burguês, como se comprova desde a Carta aos Brasileiros em 2002 e o zeloso atendimento aos interesses dos bancos, da indústria automobilística, do agronegócio, das empreiteiras e mineradoras.

Em contrapartida, em seu dia a dia, a população se revolta espontaneamente, e trabalhadores começam a reagir aos ataques sofridos. Em Campinas e Hortolândia, operários ocuparam as plantas da fábrica fábrica metalúrgica Mabe; em Volta Redonda, vem se organizando um fórum de resistência contra as demissões na CSN e a ofensiva nacional do Cartel do Aço; trabalhadores do teleatendimento, aeroviários e aeronautas protagonizaram paralisações nacionais; em Goiás os estudantes ocupam escolas enfrentando o projeto tucano e a repressão, como ocorreu em São Paulo; no Rio de Janeiro, profissionais da educação paralisam suas atividades, apontando para uma greve geral dos servidores estaduais. Muitas lutas eclodem, exigindo um salto de qualidade na unidade e organização do movimento sindical e popular.

Mais do que nunca é necessária a formação de um amplo bloco de organizações políticas e sociais anticapitalistas, que se estruture nos embates concretos da classe trabalhadora e dos setores populares contra patrões e governos, buscando uma articulação nacional capaz de encarar a ofensiva geral do capital e apontar para a construção do Poder Popular e do Socialismo.

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