PC da Suécia na luta contra restrições ao direito de greve
No dia 5 de junho, as três principais federações sindicais suecas anunciaram um acordo, assinado em cooperação com as organizações capitalistas, que limita ainda mais o direito de greve. O texto deverá ser apresentado ao Parlamento pelo Partido Social Democrata.
O direito dos trabalhadores à greve já está limitado, na Suécia, pela exigência de notificar-se uma greve com sete dias úteis de antecedência e com a obrigação de manter-se a paz durante os períodos em que os acordos coletivos estão em vigor. Com o novo acordo recém-assinado, no entanto, greves e conflitos que não tenham um acordo coletivo como objetivo são proibidos. Ações de solidariedade, greves políticas e outras medidas não constam da proposta, mas há um grande risco de que greves ou outras ações para apoiar trabalhadores que tenham sido demitidos ou para combater empresas que tenham infringido a lei sejam proibidas.
Assim que as negociações entre os capitalistas e os sindicatos reformistas foram concluídas, a ministra social-democrata Ylva Johansson proclamou seu apoio à proposta. É um ataque do Partido Social Democrata contra os trabalhadores suecos, que impressiona até as partes mais reacionárias da burguesia sueca.
As consequências são ainda mais graves: como resultado desse acordo entre reformistas e os capitalistas, a porta está aberta para o total desrespeito aos sindicatos suecos, exatamente o que previa a pesquisa sobre o direito de greve lançada na primavera pelo Partido Social-Democrata, sobre o mercado de trabalho sueco, que indicava que as ações dos trabalhadores e dos sindicatos para substituir ou modificar os acordos coletivos existentes deveriam ser proibidas e que o acordo firmado no local de trabalho é que deveria regulamentar as condições de trabalho. De acordo com a nova proposta, esta prática deveria estar consagrada na lei.
Se estas medidas forem aplicadas, os capitalistas terão a oportunidade de assinar acordos coletivos com seus próprios sindicatos pelegos ou amarelos. Os acordos assinados com os sindicatos amarelos regulariam as condições dos trabalhadores e seria ilegal que os sindicatos classistas os desafiassem sob a lei burguesa. Isso poderá deixar os sindicatos combativos com duas opções: desfazer os sindicatos amarelos para ganhar o contrato ou desafiá-los, violando a lei existente.
As mudanças acordadas pelos sindicatos amarelos e pelos capitalistas, e o fato de que os social-democratas agora querem dar força de lei ao acordo o mais rápido possível, visam preparar o terreno para uma ofensiva geral contra os trabalhadores na Suécia. O Partido Comunista da Suécia denuncia qualquer ataque ao direito dos trabalhadores à ação sindical e rejeita categoricamente o direito da lei burguesa de limitar a luta da classe trabalhadora. Os capitalistas e seus políticos, assim como seus líderes operários amarelos, não serão capazes de conter a luta dos trabalhadores. Consciente de sua classe e propósito, a classe trabalhadora ignorará a lei burguesa e mostrará que a lei nada mais é do que o direito dos trabalhadores.
Quando as contradições entre os centros imperialistas aumentam, quando a concorrência aumenta, aumenta a necessidade de empurrar a classe trabalhadora para fora de seu próprio país e ampliar a exploração sobre suas costas, assim como a busca pela eficiência da competição com os imperialistas em todo o mundo se intensifica. Da mesma forma que os social-democratas suecos atacam os trabalhadores suecos, os políticos capitalistas atacam trabalhadores em outros países.
Os ataques não são aleatórios. São os mecanismos do sistema capitalista que o forçam. Sem atacar o sistema capitalista, seu estado, seus políticos e seus dirigentes sindicais amarelos, nenhum direito de greve pode ser garantido. O Partido Comunista da Suécia não tem interesses separados dos interesses dos trabalhadores. É somente na luta contra o capitalismo e pelo socialismo que se pode obter progresso real e segurança real para os trabalhadores na Suécia e no mundo. Apelamos aos trabalhadores suecos para:
Agir contra o ataque capitalista!
Lutar contra os líderes sindicais amarelos; recuperar o controle de seus sindicatos!
Lutar contra todas as limitações do direito de greve – aquelas que estão sendo propostas e aquelas que já existem!
Moverem-se da luta defensiva contra o ataque capitalista para uma luta ofensiva pelo socialismo!
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