O DISCURSO FASCISTA

Os rumos que tomaram as manifestações no Brasil estão cada vez mais perigosos. Estão desconfigurando as pautas de reivindicação, o que temos são cada vez mais pautas abstratas e nacionalistas.

O discurso fascista anti-partidário e autoritário do “meu partido é o Brasil” ganhou um eco enorme. Os manifestantes mandam autoritariamente – sem saber o que estão fazendo – baixarem as gloriosas bandeiras que sobreviveram ao fascismo, ao nazismo e às ditaduras militares, para conquistar essa recém democracia burguesa brasileira. O sentimento anti-partido é legitimo por um lado, por causa das experiências de partidos burgueses como o PSDB e o DEM (que historicamente nunca levantaram bandeiras e justamente se forjam com esse discurso patriótico); por outro lado – é aqui que está a tragédia da esperança – é um sentimento de TRAIÇÃO das bandeiras vermelhas, por causa da experiência desastrosa do governo do PT e PCdoB, um governo de frente popular que nem ao menos conseguiu ser um governo reformista radical.

Os respingos desta traição caíram sobre as bandeiras vermelhas que não se renderam ao Capital e ao fisiologismo. Respingou nos militantes obstinados das vermelhas bandeiras do PSTU, do PCB e do PCO, e da amarelinha do PSOL, que através da democracia operária (mesmo com algumas contradições), fizeram da rua não arquibancada, mas trincheiras de lutas contra os ataques neoliberais dos governos do PT/PSDB aos trabalhadores e à população pobre.

E esses obstinados nunca dormiram, estão acordados há década de anos. Não será agora que irão dormir ou abaixar as bandeiras. É com paciência revolucionária que combaterão a ressonância reacionária que atinge esse grande setor da classe média e setores desarticulados e desorganizados das classes trabalhadoras.

Uma coisa é certa: é hora da verdadeira esquerda se unir. Marx, talvez hoje estaria dizendo: “esquerdas do Brasil, unam-se”!