Mês
janeiro 2009

OS TRABALHADORES NÃO PODEM PAGAR A CRISE DO CAPITAL

Igor Grabois* O capitalismo vive uma crise no mundo inteiro e os donos do capital tentam resolver essa crise às custas dos trabalhadores. As taxas de lucro caem, os capitalistas paralisam investimentos, freando a expansão do capital. O que ocorre nos momentos de crise é uma grande destruição do capital, seja ele na forma financeira – dinheiro, títulos, ações – seja na forma de mercadoria – máquinas, estoques, empresas. Com isso, o desemprego cresce e os capitalistas tentam rebaixar os salários, reduzindo os custos da força de trabalho. Em nosso país, que vive a crise já há algum tempo, os capitalistas intensificam os ataques contra os trabalhadores. Diversos setores da economia estão demitindo, como a construção civil e o setor automotivo. Investimentos estão sendo cancelados, em função das restrições do crédito e da redução da demanda. Em dezembro, 650.000 empregos foram destruídos no Brasil. Depois de cerca de três anos de aumento, já é visível a redução da massa salarial, sinal dos efeitos da diminuição de postos de trabalho.

A ESCANDALOSA OPERAÇÃO DE SALVAMENTO DO GRUPO VOTORANTIM

Nota Política do PCB O governo brasileiro vem agindo diante da crise mundial do capitalismo, exatamente da mesma maneira que os demais governos burgueses. Até agora, todas as medidas adotadas foram para beneficiar o capital. Para os trabalhadores, só demissões e ameaças de perdas de direitos. O governo queima dinheiro público (financiamentos generosos, renúncia fiscal etc.) para manter empresas privadas ameaçadas de falência, sem exigir nem ao menos a contrapartida de que mantenham empregos. Por exemplo, o setor de bebidas e alimentos, maior beneficiário de recursos do BNDES nos últimos meses, foi o que mais demitiu no período. A melhor solução seria o setor público assumir o controle destas empresas, em parceria com os trabalhadores, o que permitiria um melhor controle da economia, a manutenção e a criação de empregos e o barateamento dos preços dos produtos básicos ao consumidor.

A UNE já voltou pra casa, volta pra luta quando?

A UNE já retornou pra sua casa (terreno na Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, onde se localizava a sede nacional da UNE, incendiada nos primeiros momentos do golpe de 1964) em uma reparação histórica fruto de uma intensa agenda de mobilização durante a Bienal de Cultura da UNE em principio 2007. Tal mobilização contou com a presença não apenas dos diretores da UNE como do conjunto do movimento estudantil. A UNE está de volta a casa, porém segue longe, muito longe das lutas. Recentemente durante as mobilizações da campanha “O Petróleo Tem Que Ser Nosso” a ausência da UNE foi, além de evidente, preocupante. A UNE não pode sofrer tanta influência direta em seus posicionamentos do seu campo majoritário (UJS / PCdoB). O fato do Presidente da ANP (Agencia Nacional do Petróleo), que é quem organiza os leilões das bacias de petróleo, ser o vice presidente do PCdoB Haroldo Lima não pode impedir que a UNE, com todo o seu peso histórico e de mobilizações fique passiva diante dos acordos na base do Governo Luis Inácio, o Lula.

A criminosa omissão do governo brasileiro diante do holocausto palestino

Ivan Pinheiro* O Presidente Lula e Dona Marisa continuam curtindo as bucólicas praias privativas da Marinha brasileira. Saíram há dias de Fernando de Noronha e, neste momento, estão no paradisíaco litoral baiano, perto de onde passaram alguns dias o Presidente Sarkosy e Carla Bruni, a nova primeira dama francesa. Apesar do perfil de revista Caras (um playboy e uma modelo), o romântico casal francês terminou cedo suas férias. Anteontem, Sarkozy estava em Ramallah, território palestino da Cisjordânia, em reunião com Mahmoud Abbas, o Presidente da Autoridade Nacional Palestina. Nos últimos dias, passou pela Síria, por Israel, pelo Líbano e o Egito. Largou o calção de banho e sua camisa listrada e saiu por aí, roubando a cena, num quadro mundial em que prevalece o silêncio cúmplice dos governos frente à chacina que promove Israel na Faixa de Gaza. Sarkozy está capitalizando, para si e para os interesses imperialistas que representa, uma paz de cemitério, para legitimar a progressiva ocupação israelense dos territórios palestinos. Israel morde e ele assopra.

Mais de mil participam de ato de solidariedade à Palestina no Rio

Cerca de mil pessoas participaram de um comovente ato público nesta quinta, 8, na Cinelândia, no centro do Rio, em solidariedade à luta do povo palestino. Da Cinelândia, os manifestantes saíram em passeata até a porta do Consulado dos Estados Unidos. Em protesto, jogaram sapatos sobre as paredes do consulado, num gesto simbólico de repúdio ao imperialismo estadunidense, que lembrou a sapatada atirada contra o presidente George W. Bush. As bandeiras dos Estados Unidos e de Estado terrorista de Israel foram queimadas.Ao mesmo tempo em que a população do Rio se manifestava em apoio à causa palestina, os bombardeios israelenses à Faixa de Gaza se intensificavam. Um telefonema direto da Palestina, a um familiar residente no Brasil, informava que pessoas estavam soterradas sobre os escombros, sem receber ajuda, ambulâncias serviam de alvo “e quem escapava dos bombardeios era atingido por metralhadores, por terra”. A maioria das vítimas era formada por mulheres e crianças.

A crise mundial do capitalismo e as perspectivas dos trabalhadores

Crédito: ODiario.info Edmilson Costa* Introdução A crise que envolve o conjunto do sistema capitalista e, especialmente os países centrais, é devastadora, profunda e de longa duração. Estamos apenas no início de um processo que envolverá a derrocada do sistema financeiro internacional tal como conhecemos hoje, queda brusca no comércio mundial, uma grande recessão, desemprego generalizado, e graves tensões sociais no centro e na periferia. Por suas dimensões econômicas e financeiras, esta crise é muito maior que a de 1929, com o agravante de que atinge de maneira sincronizada o coração do sistema capitalista e torna praticamente sem efeito as tentativas de coordenação ensaiadas pelos líderes das principais economias mundiais. A crise reflete ainda um conjunto de contradições que o capitalismo vem acumulando desde a segunda metade da década de 60 (super-acumulação de capitais, financeirização da riqueza e frenesi especulativo) e que agora se expressam com rudeza explícita em toda a vida social contemporânea das nações que fazem parte do processo de acumulação mundial.

A luta pela reestatização da Petrobrás continua em 2009!

(Nota do PCB) No último mês, a ANP (Agência Nacional de Petróleo), dirigida por Haroldo Lima, Vice-Presidente do PCdoB, realizou mais um leilão de áreas para exploração de petróleo no Brasil, acompanhado de forte campanha publicitária, inclusive na televisão. Diversas áreas colocadas à venda foram adquiridas por consórcios formados por empresas estrangeiras, algumas em parceria com a Petrobrás que, absurdamente, tem que disputar essas áreas e pagar um preço alto por elas quando ganha a licitação. O leilão foi repudiado por uma parte significativa da sociedade brasileira, representada por sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos do campo popular e de esquerda. No dia 17, a sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro, foi ocupada por muitos militantes que ali expressaram o seu repúdio ao leilão e exigiram a sua suspensão. Diante da apresentação de uma Liminar da Justiça Estadual, acionada pela Petrobrás, os manifestantes retiraram-se em ordem, após a realização de uma assembléia, cantando o hino nacional brasileiro, e prosseguiram com a manifestação diante da Petrobrás.