O esfacelamento do modelo político brasileiro e o fascismo que se avizinha
Rodrigo Barradas
Não lembro de, nesses tempos “modernos” em que vivemos, de outras eleições com tantos atentados e assassinatos nesses meus 34 anos de vida, como tem ocorrido por todo o Brasil agora em 2016. Candidato assassinado em Goiás. Vários mortos no Estado do Rio de Janeiro. Atentados nos Quatro Cantos do país. Talvez porque a mídia não desse ênfase? Difícil. Parece os grotões sertanejos dos coronéis e das matas do norte dos assassinatos por terra, nos idos dos anos de 1930, onde tudo era resolvido na bala. O que explica então esse aumento de casos assim?
Entendo que uma via a ser pesquisada, pode ser justamente o esfacelamento da legitimidade do nosso modelo de democracia representativa e das instituições que comandam o nosso sistema judiciário, quando, agora, fica provado que não há tanta legalidade, tamanho o absurdo do processo que culminou na destituição da agora ex-presidenta Dilma Rousseff.
Quando fica provado que o judiciário não age por impetos de imparcialidade, mas sim por interesses próprios, e que num país que é a 7ª economia do mundo e tem mais de 200 milhões de habitantes, um golpe foi dado à luz do dia e nada foi feito de forma contundente para para-lo, a ideia que dá é que o país da impunidade é sem dúvidas o país onde quem tem mais poder, manda. E se há resistência, uma bala no caminho pode resolver.
Foi assim na época do Brasil Colônia. Foi assim na época do Brasil Império. Foi assim quando nos “libertamos” e fundamos um país sob a sombra de um primeiro governo militar com o marechal Deodoro da Fonseca como primeiro presidente. Foi assim nos anos que se sucederam. Estado Novo >> Ditadura Militar. E nas fábricas o punho pesado dos patrões. E nos confins a mão pesada dos coronéis.
Quando a violência se torna uma via institucionalizada, um sinal de alerta é acendido no mundo minimamente civilizado. É quando a barbárie se mostra como meio de governar. A isso damos o nome de Fascismo. E do caos gerado pelo esfacelamento do nosso modelo de representatividade para um regime de força bruta, a linha é absurdamente tênua. Apenas um pulo.
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