Boulos e Guajajara: o voto consequente para enfrentar os ataques do capital e o fascismo

imagemO PODER POPULAR

As eleições presidenciais ocorrem no Brasil em meio a um processo de aprofundamento da crise capitalista. Com o avanço do capital e das políticas neoliberais, que vêm solapando direitos históricos conquistados com muita luta da classe trabalhadora, assistimos à ascensão de uma onda reacionária em todo o país. O crescente conservadorismo ganha tons fascistas e se manifesta através de um dos candidatos na disputa eleitoral para a presidência do país, na qual a polarização política se mostra ameaçadora em especial para os trabalhadores, as mulheres, negros e negras, LGBTs, indígenas e quilombolas.

As manifestações do Ele Não! em todo o Brasil no último dia 29 abriram a possibilidade de intensificar o enfrentamento, numa perspectiva popular e de massas, ao processo de fascistização da sociedade brasileira. A derrota eleitoral da extrema-direita é condição imprescindível para que as forças populares tenham espaço de livre manifestação para manter vivas as mobilizações contra o conservadorismo e os ataques do capital aos direitos dos trabalhadores, sem nenhuma ilusão de que somente com as eleições será possível barrar o avanço do reacionarismo no país. Os embates se aprofundarão independentemente dos resultados eleitorais.

A experiência recente nos ensina que a combinação entre a luta de massas e a política institucional, em países com uma formação social autocrática como o nosso, é um meio necessário para obter avanços no campo das liberdades democráticas e dos direitos sociais. Porém, nada disso será possível se não houver mudanças profundas nas estruturas políticas e econômicas. É preciso enfrentar com radicalidade os privilégios seculares, combater os interesses do grande capital e apontar para a transição rumo a uma economia planificada e socializante, com o Estado passando a ser o grande promotor do desenvolvimento das forças produtivas.

Para além das eleições, os comunistas do PCB seguem propondo a construção da mais ampla frente social na prática cotidiana contra a agenda econômica e social do capitalismo e contra a ofensiva reacionária em curso, ao mesmo tempo em que nos mantemos firmes na frente política e eleitoral que apresenta os nomes de Guilherme Boulos e Sonia Guajajara para a Presidência da República, na coligação PSOL/PCB, que congrega ainda vários movimentos populares. Apesar das imensas pressões para a antecipação do segundo turno já no próximo dia 07/10, entendemos que o primeiro turno é o momento de votar em quem se acredita, de apostar na opção política que seja capaz de enfrentar as imposições do capital, reverter as medidas antipopulares adotadas pelo governo golpista de Temer e avançar no rumo do Poder Popular.

É preciso controlar e taxar o capital financeiro, estancar a sangria das riquezas naturais e a entrega do pré-sal às empresas transnacionais, enfrentar os poderosos interesses do imperialismo e fazer com que a economia brasileira se volte a atender as necessidades mais prementes da nossa população. A reforma agrária somente será feita no país se houver o enfrentamento aos interesses do agronegócio.

O combate ao desemprego não se dará sem a revogação da Emenda Constitucional 95, que congelou por 20 anos os investimentos nos programas sociais, na saúde, educação, segurança, moradia, nos transportes. Jamais será possível garantir os direitos da classe trabalhadora sem reverter a contrarreforma trabalhista nem conter os ataques à previdência pública.

A juventude somente terá acesso à educação de qualidade, à ciência, a novas tecnologias, à cultura e a ofertas de trabalho digno se houver a forte taxação dos lucros dos bancos, monopólios e grandes fortunas. Governar para e com os trabalhadores e manter a defesa da liberdade religiosa, dos direitos das mulheres, negros e LGBTs significa criar mecanismos de democracia direta e enfrentar com rigor as velhas oligarquias políticas que hoje controlam um congresso rodeado de corruptos, máfias e reacionários ligados ao fundamentalismo religioso.

Por tudo isso, o voto para presidente no primeiro turno deve ser em Guilherme Boulos e Sônia Guajajara 50, a chapa do PSOL, do PCB, do MTST e dos movimentos populares, contribuindo para a reconstrução da esquerda brasileira na perspectiva da luta anticapitalista e anti-imperialista e abrindo caminho para a construção do Poder Popular e do Socialismo.

#EleNão #BoulosESonia50 #PSOL/PCB