Internacional

Pré-sal: Modelos errados

Não faz sentido criar uma nova estatal para gerir o pré-sal. Muito menos manter o regime de concessão onde não mais existe o risco de exploração Por Ildo Sauer Dois assuntos têm sido objeto de atenção da opinião pública: a CPI da Petrobras/ANP e a reformulação da política energética nacional em decorrência dos recursos do pré-sal. Uma retrospectiva histórica permite elucidar pontos essenciais que vinculam estas questões com um novo projeto nacional.

UNASUR: Vale o que se faz, não o que se diz

A grande expectativa diante da reunião da UNASUR em Bariloche, ficou clara o número abundante de notas e artigos que analisaram ou extraíram conclusões diversas daquele esperado encontro. O eixo dos debates: o já consumado acordo assinado pelo presidente da Colômbia, através do qual cede a utilização “compartilhada” de sete bases militares – de terra, mar e ar – ao exército dos Estados Unidos. Tinha sido defendido em Quito, em meados de agosto, pelo presidente Hugo Chávez, da Venezuela, com a concordância dos demais presidentes, como um tema que requeria, para ser analisado, da presença do presidente Álvaro Uribe, da Colômbia, que não participou da cúpula da capital equatoriana. Entre uma reunião e a outra, Uribe deslanchou sua ofensiva diplomática, percorrendo várias capitais sulamericanas, encontrando-se com os presidentes do Peru, do Paraguai, do Chile, da Argentina, do Uruguai e do Brasil, tentando diminuir receios e desconfianças. Todos estes movimentos desembocaram na reunião de Bariloche, que foi o centro das expectativas continentais.

O Caim da América Latina!

Renán Vega Rebelión O 20 de julho, mesmo dia em que o regime ilegal do Ubérrimo¹ anunciava com bumbose pratos o começo da celebração do bicentenário da “Independência” nacional,apresentaram-se dois fatos, que mostram a deslealdade e a indignidade a que chegaramas classes dominantes da Colômbia: no aeroporto da cidade de Cartagena saíram dapista dois aviões de combate de fabricação israelense, pertencentes à FAC (FuerzaAérea Colombiana), conduzidos por dois pilotos de Israel; e a altas horas da noite na Casa de Nariño², encoberto pelas sombras, Álvaro Uribe recebeu uma delegação dogoverno ditatorial de Honduras. Não fosse, no primeiro caso, por conta de umcontratempo imprevisto, não teria sido possível descobrir que aeronaves pertencentes aogoverno colombiano eram pilotadas por mercenários sionistas em nosso território, comoexpressão do grau de “soberania” que este regime alcançou. E, a não ser pelo fato doMinistro de Relações Exteriores do governo de fato de Honduras haver falado demaisda conta, para agradecer a adulação do regime colombiano, também não seria conhecidoeste vergonhoso ato de traição contra o resto da nossa América.

Ser Comunista

Lincoln de Abreu Penna 1. Ser comunista é estar atento à vida, protegê-la e tornar sua existência não só possível como plena; 2. Ser comunista é cultivar a fonte de saber aonde quer que ela se manifeste, na tradição dos costumes simples da boa convivência ou nos processos de elaboração do conhecimento produzido pela humanidade; 3. Ser comunista é contemplar as inúmeras situações que possibilitem a ampliação dos horizontes do ser humano, preservando a relação e a diversidade entre as espécies, os gêneros e as etnias;

ELEIÇÕES E PARTICIPAÇÃO NA LUTA DOS POVOS

As eleições legislativas portuguesas vão realizar-se num momento em que a humanidade atravessa uma das maiores crises dos últimos séculos. Na Europa e nos EUA os media, repetindo o que afirmam os governantes e os senhores do capital, insistem em defini-la como financeira e passageira. Mentem conscientemente porque sabem estar perante uma crise global do capitalismo, estrutural e duradoura. O discurso dos partidos da burguesia nesta campanha é, por isso mesmo, um novelo de mentiras. Esconder do povo a realidade tem sido um objectivo permanente dos dirigentes e candidatos do PS, do PSD e do CDS. Atribuir a responsabilidade da gravíssima situação que o pais atravessa – como fazem Sócrates e a sua gente – quase exclusivamente à crise internacional, apresentada como financeira, é não somente uma inverdade como um acto de hipocrisia. Mas para que a maioria dos eleitores possa elaborar um quadro minimamente rigoroso dos problemas que o povo português enfrenta hoje é indispensável inseri-los na historia contemporânea da Europa e das crises do capitalismo.

Vinte Bases Militares Norteamericanas terão como objetivo isolar a Venezuela do mundo

Caracas. ABN (Agência Bolivariana de Notícias) – Manuel Alexis Rodriguez. Um total de treze bases militares dos Estados Unidos, localizadas estrategicamente em países aliados de Washington, cercam atualmente a Venezuela. Com o acordo do tipo “cooperação e assistência técnica em defesa e segurança”, que a Colômbia vai assinar com os Estados Unidos, e que permitirá que soldados norteamericanos utilizem sete novas bases militares na Colômbia, o número chegará a vinte.

Bolívia: “A direita ainda não foi derrotada economicamente”

– agosto 2009 Em entrevista ao Le Monde Diplomatique da Bolívia, dirigido por Pablo Stefanoni, o vice-presidente Álvaro García Linera analisa o atual momento político do governo Evo Morales. Linera destaca as vitórias políticas e eleitorais do governo, mas adverte: “a direita sofreu um golpe político, perdeu o mando do Estado, perdeu a capacidade de seduzir estatalmente à sociedade, mas tem muito poder econômico ainda. É diferente a forma de consolidação do ponto de bifurcação quando é o setor popular o derrotado, política e materialmente, que quando se trata do setor empresarial”. Le Monde Diplomatique Bolívia

A ALBA e a nova geopolítica da América Latina

Marcelo Buzetto Como disse Eduardo Galeano, em seu agora ainda mais conhecido “As veias abertas da América Latina”, “para os que concebem a história como uma disputa, o atraso e a miséria da América Latina são o resultado de seu fracasso. Perdemos: outros ganharam. Mas acontece que aqueles que ganharam, ganharam graças ao que nós perdemos: a história do subdesenvolvimento da América Latina integra a história do desenvolvimento do capitalismo mundial. Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória alheia, nossa riqueza gerou sempre a nossa pobreza para alimentar a prosperidade dos outros: os impérios e seus agentes nativos”.

O Movimento Comunista no século XX

Crédito: resistir.info Doménico Losurdo* Como resumir o balanço histórico do movimento comunista no século que passou? Hoje em dia, o discurso acerca da sua “falência” é tão pouco discutido que não chega a suscitar objecções, nem mesmo na esquerda. A ideologia e a historiografia actualmente dominantes parecem querer compendiar o balanço de um século dramático numa historieta edificante, que pode resumir-se deste modo: no princípio do século XX, uma rapariga fascinante e virtuosa, a menina Democracia, foi agredida, primeiro por um bruto, o senhor Comunismo, a seguir por outro, o senhor Nazi-Fascismo; aproveitando as contradições entre eles e através de peripécias complexas, a jovem consegue por fim libertar-se da terrível ameaça; tornando-se entretanto mais madura mas sem nada perder do seu fascínio, a menina Democracia consegue coroar o seu sonho de amor pelo casamento com o senhor Capitalismo; rodeado pelo respeito e a admiração gerais, o feliz e inseparável casal gosta de levar a vida principalmente entre Washington e Nova Iorque, entre a Casa Branca e Wall Street. Assim sendo, não há mais lugar a dúvidas: é evidente e inglória a falência do comunismo.