Haiti

O Haiti é um laboratório para os militares brasileiros

Crédito: Latuff Otávio Calegari Jorge* A noite de ontem foi a coisa mais extraordinária de minha vida. Deitado do lado de fora da casa onde estamos hospedados, ao som das cantorias religiosas que tomaram lugar nas ruas ao redor e banhado por um estrelado e maravilhoso céu caribenho, imagens iam e vinham. No entanto, não escrevo este pequeno texto para alimentar a avidez sádica de um mundo já farto de imagens de sofrimento. O que presenciamos ontem no Haiti foi muito mais do que um forte terremoto. Foi a destruição do centro de um país sempre renegado pelo mundo. Foi o resultado de intervenções, massacres e ocupações que sempre tentaram calar a primeira república negra do mundo. Os haitianos pagam diariamente por esta ousadia. O que o Brasil e a ONU fizeram em seis anos de ocupação no Haiti? As casas feitas de areia, a falta de hospitais, a falta de escolas, o lixo. Alguns desses problemas foram resolvidos com a presença de milhares de militares de todo mundo?

Nosso povo continuará resistindo às tropas de ocupação das Nações Unidas

Crédito: http://200.169.228.51 Em entrevista, Henry Boisrolin, dirigente do Comitê Democrático Haitiano, critica a presença e a atuação das tropas das Nações Unidas no Haiti. Para ele, a ocupação do Haiti é um novo esquema de dominação para sufocar a rebelião popular contra as péssimas condições de vida no país: 70% da população ativa não tem trabalho; a taxa de mortalidade infantil é superior a 80 por mil; a taxa de analfabetismo supera os 70% no campo e chega a 50% nas cidades; e a expectativa de vida não supera a casa dos 50 anos. Carlos Aznárez – Resumen Latinoamericano