As mulheres equatorianas e o direito de decidir sobre sua sexualidade

imagemResumen Latinoamericano

“Las mujeres deciden” [As mulheres decidem] é um documentário da diretora e investigadora espanhola Xiana Yago, que aborda o tema da violência sexual contra as mulheres, a gravidez adolescente e o aborto clandestino no Equador. Uma produção que pretende criar consciência, fomentar o debate e a mobilização social ante uma problemática que transcende as fronteiras da América Latina.

Com mais de um ano de investigação, realizado nas cidades de Quito, Esmeraldas e em El Coca com entrevistas e testemunhos reais, o documentário coloca em evidência a difícil situação de três mulheres que foram vítimas de violência sexual ou que realizaram abortos clandestinos, pondo em risco sua vida e sua integridade física e sua condição psicossocial.

Yago, que chegou ao país vizinho em 2007 para realizar algumas práticas acadêmicas como médica em um hospital de Quito, se interessou pela temática ao conhecer em primeira mão vários casos de mulheres que chegavam com abortos em curso, ou vítimas de acesso carnal violento. Uma realidade bastante dura, porém comum no Equador, país no qual se estima existem mais de 3.600 meninas menores de 15 anos que são mães produto de uma violação.

Em conversa com Contagio Radio, a diretora assinala que sua intenção com o documentário é “mostrar a situação, nos aproximar destas mulheres e nos identificarmos com elas, entender o que lhes está ocorrendo, e pressionar para que a sociedade civil comece a se questionar quanto às soluções para estes problemas”, tendo em conta que o aborto é a quinta causa de morte materna no Equador, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INEC).

A legislação a respeito continua sendo retrógrada e revitimizante, situação sob a qual Xiana pensa que o documentário pode contribuir: “Eu quero que a nível social tenha lugar este debate para que as pessoas se movimentem e demandem uma mudança”.

Como parte da intenção inicial do projeto, depois de sua estreia nacional no próximo mês de maio, a diretora pretende provocar um circuito de exibição alternativo, para que o filme possa chegar a todo tipo de lugares, como: colégios, províncias, auditórios públicos. “A ideia principal é que o filme seja visto”, manifestou a diretora espanhola, estendendo o convite para pessoas que estejam interessadas em fazer a projeção em sua cidade, em seu bairro ou espaço cultural, possam fazê-lo através da página do documentário.

 

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2017/03/17/las-mujeres-ecuatorianas-y-el-derecho-a-decidir-sobre-su-sexualidad/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Vídeo: https://youtu.be/Vmx8bx45ZNI

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