Colômbia: Mil Bolsas de Medicina em Cuba para a Paz
Resumen Latinoamericano
O governo cubano ofereceu a Colômbia mil bolsas para o estudo de Medicina na Ilha. Serão 200 bolsas anuais durante cinco anos e se dividirão em partes iguais entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) e civis desse país.
A proposta foi apresentada por José Luis Ponce, embaixador de Cuba em Bogotá, à Comissão de Prosseguimento, Incentivo e Verificação à implantação do Acordo Final de Paz. Também foi comunicada a Iván Márquez, membro do Secretariado das FARC-EP e da equipe negociadora da guerrilha durante as conversações de Havana.
De acordo com o diplomata, trata-se de uma contribuição de Cuba ao processo de paz na nação sul-americana e à etapa posterior ao conflito.
Em uma carta datada de 13 de março, Ponce informou que “a embaixada da República de Cuba entregará ao Governo da Colômbia e às FARC um documento com os detalhes do fornecimento, o qual está em processo de preparação pelas autoridades cubanas”.
Segundo o divulgado até hoje, as bolsas para estudar Medicina se destinarão a jovens guerrilheiros desmobilizados, no caso das FARC-EP, e ao afetados pela guerra, no caso dos civis. Estes últimos serão selecionados pelo governo da Colômbia.
Os estudantes escolhidos começarão seus estudos em Cuba em setembro próximo, como parte do curso 2017-2018.
Em sua conta de Twitter, Iván Márquez celebrou a contribuição de Cuba à paz de seu país e qualificou a proposta das bolsas como “um gesto puro de humanidade”. Também agradeceu pessoalmente o presidente Raúl Castro pela oferta.
Durante quatro anos, Cuba serviu de sede para os diálogos de paz entre representantes da Insurgência e o governo de Juan Manuel Santos, como país garantidor junto da Noruega. As negociações possibilitaram alcançar um primeiro acordo em agosto de 2016, depois corrigido por ambas as partes após sua derrota em um plebiscito.
O novo acordo, referendado pelo congresso da Colômbia em fins de novembro, se encontra atualmente em processo de implantação. Como parte deste, uns 7 mil membros das FARC-EP se transferiram para zonas de concentração e pontos transitórios, nos quais já começaram o abandono das armas sob a supervisão das Nações Unidas.
Nestas zonas e pontos de normalização, os membros da guerrilha devem receber também capacitação para a vida laboral. Isso resulta um passo necessário para sua reinserção na sociedade civil.
Mesmo com um cronograma estabelecido, a organização insurgente diz que o período de alistamento para a reincorporação poderia demorar de dois a três anos, pois existem atrasos e lacunas no procedimento.
Cuba oferece a cada ano centenas de bolsas de medicina para estudantes estrangeiros, em especial da América Latina, da África e Oriente Médio. Também estudaram na Ilha em torno de 200 jovens estadunidenses de baixa renda. Estas bolsas são outorgadas através de convênios com os governos e instituições de seus países ou podem ser autofinanciadas pelos próprios estudantes.
Fonte: http://www.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)