Basta de repressão contra o povo colombiano

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A tonta arrogância de Duque [1] é a causa desta bela sublevação da dignidade e do despertar das consciências. Fica sabendo este governo de vândalos e monstros repressores que o povo tem a força para derrubá-lo. E o povo constatou que, se lutar unido sob a bandeira da mudança, não haverá mau governo que lhe resista. Se esse caudal bravio, de povo, for orientado em direção ao Palácio de Nariño [2], suportado por militares e policiais com sentimento de pátria e humanidade, teremos novo governo, ou pela força irresistível das massas ou pela via constitucional. Isso é seguro.

Basta, Duque! Não mais repressão militar nem tratamento de guerra contra um povo inocente. Pare o uso desproporcionado da força. Não ataque o povo com helicópteros, nem o intimide com sobrevoos de aviões dia e noite sobre as cidades, não corte a energia elétrica para disparar contra moradores de bairros populares utilizando lentes de visão noturna. Recolha seus sicários paramilitares que agora estão disparando contra os dirigentes dos protestos. Atenda à exortação da ONU e da União Europeia para cessar a repressão. Responda pelos civis mortos e pelos desaparecidos. Não se lembre de decretar a comoção interior [3] porque o povo a esmagará e passará por cima dela.

Ouça o povo e atenda suas reivindicações. Presidente, não minta e não engane mais. É muito cínico da sua parte afirmar que o protesto é financiado pelas facções do narcotráfico, quando o senhor chegou à presidência graças ao financiamento desses bandos mafiosos. Esse dinheiro do narcotráfico que converteu o senhor em presidente da Colômbia foi colectado pelo seu amigo Ñeñe Hernández. Por acaso já se esqueceu? Seu pai político, o genocida inominável [4], é o fundador deste narco-Estado que temos. E isso pesa muito na hora de falar.

Conclamamos os integrantes da força pública a não se deixarem utilizar mais por oligarcas egoístas e violentos, que converteram uma instituição – que por mandato do Libertador [5] deve defender as garantias sociais – num exército privado, guardas dos seus lucros e garantidores da sua permanência no poder. Definitivamente não há respeito pelo povo uniformizado. Os senhores também podem ser como Chávez, como Torrijos [6], como Velasco Alvarado [7] e o coronel de Abril, Francisco Caamaño [8]. O posto dos senhores é ao lado do povo e com o próprio povo – em unidade cívico militar –, apoiar o pacto ou acordo político nacional para o estabelecimento de um novo governo de paz completa, democracia verdadeira, justiça social e soberania pátria.

FARC-EP

Segunda Marquetália

[1] Iván Duque Marquez, atual presidente da Colômbia.
[2] Palácio da Presidência da República.
[3] Estado de emergência.
[4] Refere-se a Álvaro Uribe Velez. A sua biografia não autorizada está aqui .
[5] Simón Bolívar.
[6] Omar Torrijos, comandante da Guarda Nacional do Panamá, assassinado pela CIA num acidente simulado de aviação.
[7] General Velasco Alvarado, ex-presidente do Peru que iniciou a Reforma Agrária no país e promoveu reformas progressistas.
[8] Coronel Francisco Caamaño, que em 1965 restabeleceu a democracia na República Dominicana até que o seu país ser invadido por tropas dos EUA e do Brasil.

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