Saudações combatentes das FARC-EP
Os acontecimentos vertiginosos de 2021 desencadeados pela indignação nacional contra o governo Duque incendiaram com o seu fogo rebelde as pradarias da tirania uribista. A consciência coletiva foi tocada pelo Espírito Santo da luta, enquanto a luz da ira popular avança despertando novas consciências. A Colômbia vive uma intensa convulsão social e já não será mais um país de submissos e resignados.
O objetivo é um novo governo que proponha dignificar a vida das pessoas, que resgate os valores humanos. A luta tem que ser travada com tudo o que esteja ao alcance, sendo essencial a unidade dos nossos sonhos num só punho. A um governo do povo e para o povo pode-se chegar através de uma grande mobilização nacional que se proponha à tomada de capitais departamentais, que bloqueie as auto-estradas nacionais, que resista nas barricadas e avance exigindo a demissão do títere por incompetente e arbitrário. E se o tirano resistir, então é sacá-lo do Palácio Nariño recorrendo às urnas, como acaba de consegui-lo o combativo povo chileno de Salvador Allende, Manuel Rodríguez e Victor Jara. O povo é soberano e ninguém – por muito poderoso que se creia – pode suplantá-lo.
A lei de segurança cidadã – aprovada entre cânticos pelas maiorias uribistas do Congresso – não poderá deter a mobilização das imensas multidões pelos seus direitos. Essa lei está dizendo que Duque não tem soluções para os problemas das pessoas e sim chumbo e cárcere. O que está em desenvolvimento é uma intensa luta de classes. Para que haja segurança cidadã, a primeira coisa que é preciso fazer é aplicar as mais drásticas sanções judiciais à violência a partir do Estado. O novo governo tem que garantir o direito constitucional ao protesto, à vida digna e à paz. E a Força Pública, não esquecer jamais que a sua missão fundamental, encomendada pelo seu fundador, o Libertador Simón Bolívar, é defender com suas armas as garantias sociais e a soberania pátria. Sempre ter em conta que o exército de Bolívar era integrado por gente humilde, por camponeses, por negros libertos, por indígenas desprezados, por vaqueiros e gaúchos, por jovens com sede de justiça, como hoje.
Convocamos os soldados, em nome do povo, que é de onde provêm, à insubordinação frente a uma oligarquia hipócrita que acredita ganhá-los para a sua causa chamando-os “heróis”, mas que nada faz para retirá-los da pobreza e da exclusão. Essas palavras e essas medalhas são caramelos envenenados que não dignificam a vida de ninguém.
O ano de 2021 foi o das mais heroicas batalhas populares. As lutas perdem-se ou ganham-se. Ernesto Guevara diz que, “numa revolução, triunfa-se ou morre-se se for verdadeira”. Tivemos mortos, sim, porque lutamos fundidos consequentemente com o sentimento de um povo que sonha uma nova ordem social justa, humana, solidária e defensora da vida no planeta. Se caem alguns de nós, não importa, esse é o nosso dever. “Se morrermos, morreremos como sóis, irradiando luz”. Nós não afrouxamos. Vamos em frente. A luta continua até alcançar a vitória dos sonhos de justiça e humanidade para a Colômbia, a Nossa América e o mundo. Unidos VENCEREMOS.
FARC-EP
Segunda Marquetalia
3 de Janeiro de 2022
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