PC Sudanês rejeita acordo antipopular e antinacional

imagemSecretaria de Relações Internacionais do PCB

Partido Comunista Sudanês protesta contra o Acordo recém celebrado entre a Aliança das Forças de Liberdade e Mudança e o Conselho Militar de Transição (CMT)

O Partido Comunista Sudanês divulgou, no último dia 15 de julho, um comunicado sobre a situação atual no Sudão. No documento, o PCS avalia que o referido acordo – sintetizado em dois documentos, um político e outro constitucional – não é aceitável para as forças de Liberdade e Mudança, das quais o PCS participou ao longo das jornadas populares que culminaram com a queda do ditador Albahsir, que foi substituído pelo CMT.

Para o Partido Comunista Sudanês, o “Acordo” não atende nem à aspiração nem à realização dos objetivos da revolução. O PCS propôs a continuação das ações em massa até alcançar a “regra civil”, o novo ordenamento legal democrático exigido para o país. Para os comunistas, o “Acordo” aceitou todas as leis antidemocráticas do regime de Albashir e aprovou todos os acordos internacionais e regionais feitos pelo extinto regime, especialmente a Aliança Militar Árabe em guerra no Iêmen, o acordo com a Africom e as instalações dadas à CIA no país, que representam uma clara violação da soberania do Sudão.

O Comitê Central do PCS condenou a retirada dos acordos anteriores em relação ao estabelecimento imediato do Conselho Legislativo e a aceitação de um comitê nacional local e não um comitê internacional, para investigar os crimes do antigo regime. O partido avalia que o “Acordo” manteve intactos os interesses das facções parasitas, os órgãos repressivos do Estado e as milícias, incluindo as “forças de apoio rápido” e o aparato de informações e segurança nacionais, e declarou que, como tal, o “Acordo”, em vez de fornecer a estrutura para o desmantelamento do estado ditatorial e profundo, na verdade o mantém.

Para os comunistas, a proposta para o Conselho de Soberania percorrerá um longo caminho para estabelecer uma república presidencialista através dos poderes conferidos a ela para nomear o chefe do Judiciário, o Ministério Público e outros cargos de alto escalão. Para eles, o “Acordo” proporcionou ao Conselho Militar de Transição (TMC) proteção contra qualquer possível processo judicial futuro.

Por todas essas considerações, o PC Sudanês decidiu que não participará em nenhum dos três níveis de governo durante o período de transição.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Fontes: https://www.solidnet.org/article/Sudanese-CP-On-the-Present-Situation-in-Sudan/

Sudanese Communist Party refuses to take part in transitional government, calls for agitations

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