PERU: Humala declara estado de emergência e envia militares ao sul por marchas contra mineradora

imagemResumen Latinoamericano/ 23 de Mayo de 2015.-  A medida tomada pelo governo durará 60 dias.

O Governo do Peru declarou ontem estado de emergência em uma zona do sul do país, enviando militares para frear protestos contra um projeto milionário de cobre que já provocou quatro mortes.

O estado de emergência na província de Islay, na região de Arequipa, entrará em vigência no sábado e durará 60 dias, disse o primeiro ministro peruano, Pedro Cateriano. Durante esse tempo, as forças armadas tomarão o controle da zona e das liberdades individuais, como o livre trânsito e a reunião de civis, ficarão suspensas.

Os agricultores da região repudiam o projeto de cobre Tía María de Southern Copper, que contempla um investimento de 1.400 milhões de dólares, por temer que a operação contamine suas terras e use duas fontes de água.

Os protestos, que existem há dois meses e deixaram quatro mortos, continuam apesar da mineradora – controla pelo Grupo México – assegurar que não contaminará a zona porque utilizará água do mar na exploração da mina.

“A polícia nacional com o respaldo das forças armadas se encarregarão da manutenção da ordem pública em Islay”, disse Cateriano em uma coletiva de imprensa no Palácio de Governo.
A medida foi anunciada após um choque entre manifestantes e a polícia deixar uma pessoa morta e quatro feridas.

Em 2011, outras três pessoas morreram por conta de protestos e o Governo ordenou à Southern Copper um novo estudo ambiental sobre Tía María, que foi aprovado no ano passado.

Há duas semanas, a empresa disse que ia fazer uma pausa de dois meses para tirar as dúvidas daqueles que se opõem ao empreendimento.

O plano de construir Tía María, que segundo a companhia produziria 120.000 toneladas de cobre a partir de 2017, acumula anos de retrocessos.

A mineração é uma atividade chave para a economia do Peru, o terceiro produtor mundial de cobre. As vendas do setor representam 60% do total das exportações. (Reuters)

NOS GRAVES ACIDENTES DE SEXTA-FEIRA, A POLÍCIA ASSASSINOU OUTRO POPULAR

Na sexta-feira, um novo enfrentamento entre manifestantes e a polícia na província de Islay deixou um morto, segundo fontes médicas. É o quarto falecido desde que estouraram há 60 dias os protestos contra o projeto do cobre Tía María.

Os protestos contra este projeto de 1.400 milhões de dólares enfraqueceram na última semana desde que a mineradora Southern  Peru – filiar da mexicana Southern Copper – anunciou uma pausa de 60 dias do projeto para buscar entendimentos, após um chamado do presidente peruano Ollanta Humala para estabelecer diálogo.

Populares de Islay temem que o projeto minerador, que ainda não começou a ser construído, afete sua agricultura e o meio ambiente. Não obstante, em meio aos protestos se denunciou criminalmente um dirigente por, supostamente, ter pedido dinheiro para colocar fim às manifestações.

“Desde que se iniciaram os incidentes em Arequipa pelo caso Tía María, o governo do presidente Humana fez todos os esforços para que tudo se resolva com o diálogo”, acrescentou Cateriano, que lamentou o reinício dos choques com a polícia.
Novo toque. Um novo enfrentamento entre a Polícia e os manifestantes deixou, nesta quinta-feira, um morto e quatro feridos.
A vítima é um homem de 55 anos, que morreu, aparentemente, por um impacto de bala no tórax, depois de participar de um choque na zona da ponte Pampa Blanca, no distrito de Cocachacra, segundo os meios de comunicação locais.
“O falecido já está em poder da Procuradoria e do médico legista, que dará o diagnóstico definitivo (sobre os motivos de sua morte)”, declarou à RPP Noticias o diretor da Rede de Saúde da cidade de Mollendo, Walter Vera.
A respeito dos feridos, Vera indicou que “os quatro pacientes não querem dar seus nomes”, porém que possuem lesões “na cabeça, braço e rosto”.
Os protestos contra o projeto de cobre Tía María já tinham deixado três mortos, um deles policial, desde o início dos bloqueios e da greve indefinida lançada pelas organizações civis em março passado.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2015/05/24/peru-humala-declara-estado-de-emergencia-y-envia-militares-al-sur-por-marchas-contra-minera/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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