A hipocrisia da herança colonial: Itália concede cidadania aos mortos do naufrágio
O anúncio, feito pelo primeiro-ministro Enrico Letta, de que a Itália concederá cidadania aos mortos do naufrágio de um barco que trazia somalis e etíopes que se dirigiam a Lampedusa, que já chegam a cerca de duas centenas, revela uma postura de profunda hipocrisia do governo Italiano na questão da imigração. Lampedusa é um porto ao sul da península italiana que é, hoje, o principal ponto de entrada de imigrantes, em sua maioria africanos, no país. Na mesma direção, a Câmara Municipal de Roma deverá abrigar os 155 imigrantes que sobreviveram ao naufrágio, nos próximos dias. Todos, no entanto, foram acusados de imigração ilegal e correm o risco de deportação.