Internacional

REFERENDO REVOGATÓRIO NA BOLÍVIA

EVO GANHA UMA BATALHA, MAS A GUERRA CONTINUA Escrevo na manhã de segunda-feira, após o referendo, cujo resultado oficial só será conhecido dentro de uma semana. A votação e a apuração ainda são manuais por aqui. À noite, foram divulgadas algumas pesquisas de boca-de-urna e projeções, a partir de poucos votos apurados. Portanto, nada até agora é oficial. A julgar por todos os prognósticos, Evo Morales será consagrado em meio a seu mandato, com mais votos (mais de 60%) do que quando foi eleito Presidente, em 2005 (53%). Na Meia Lua, Evo ontem teve em média, 40% dos votos; nos demais departamentos, cerca de 80%.

Sobre os ombros de Kornilov

Por: Jorge Sanmartino* (especial para ARGENPRESS.info) Originalmente publicado em 06/08/2008 A Central Operária da Bolívia (Central Obrera de Bolívia, COB) iniciou no dia 21 de julho, uns quinze dias antes do referendo revogatório, uma greve geral por tempo indeterminado com bloqueio de vias e manifestações permanentes até que seu projeto de lei sobre pensões seja votado no Congresso Nacional. É o protesto mais importante que a COB realiza em anos. Jaime Solares, o mais radical dentre todas as lideranças da COB, defendeu inclusive que, no caso do projeto não ser aprovado, fariam um “voto de castigo”. O atual Secretário Executivo da Central Operária do Departamento de Oruro, foi Secretário Executivo da COB até 2006. De tom combativo, Solares parece invocar Lênin para exemplificar alguns de seus próprios atos. Poderíamos então invocar os conselhos do velho líder bolchevique para exemplificar o que hoje está fazendo a COB? Porque sua greve geral por tempo indefinido, com bloqueio da principal estrada do país, explosão de pontes com dinamite e enfrentamentos diretos, acaba de cobrar a vida de dois mineiros de Huanuni e mais de 30 feridos.

Duas matérias importantes

> Notícia que saiu no jornal argentino EL CLARIN, sobre a presença da IV Frota na Bacia de Campos; > Artigo de Mário Augusto Jakobskind, do Brasil de Fato, sobre a manipulação do jornal O Globo contra o MST. O petróleo é nosso… O jornal argentino EL CLARIN noticiou que frotas de navios americanos estão em águas brasileiras, mais especificamente na Bacia de Santos (justamente onde a Petrobrás descobriu o que pode ser a maior jazida de petróleo da história). O presidente Lula já pediu explicações aos EUA, mas até agora não obteve nenhuma resposta. O mais incrível é que a imprensa brasileira não noticia absolutamente nada sobre o assunto.

O terrorismo manda a IV Frota

Cada vez fica mais claro que o verdadeiro terrorismo é o do imperialismo – sobretudo de seu pólo hegemônico norte-americano, mas também de todo o sistema capitalista mundial a ele associado. Lógico que esta máquina de moer gente, que massacra povos com a mais moderna tecnologia de guerra, promove e estimula guerras entre países paupérrimos, dizima milhões pela fome em todo o mundo, lógico que tal máquina chama seus inimigos de terroristas para esconder seu caráter – este sim – autenticamente terrorista. Já não bastam aos EUA e seus aliados as intervenções militares no Iraque e no Afeganistão, em que o objetivo óbvio de garantir suprimento inesgotável de petróleo levou o governo norte-americano a disseminar entre seu povo a paranóia do terrorismo islâmico – elevada à enésima potência pelo ainda nebuloso episódio da destruição das Torres Gêmeas. A crise econômica que atingiu o próprio centro do Império o induz agora à tentação de novas aventuras, e desta vez, muito provavelmente, no que sempre consideraram “seu quintal”: a América Latina.

Partidos Comunistas

DKP Partido Comunista Alemão FPLP Frente Popular de Libertação da Palestina FDLP Frente Democrática pela Libertação da Palestina MCB Movimento Continental Bolivariano Pacocol

Fausto Wolff

LEMBRANÇAS: Se alguém perguntar por mim Diga que volto já. Se não voltar, Vá ao jardim. Serei terra, cajá, jasmim. (Fausto Wolff) Rendemos nossa homenagem a Fausto Wolff, escritor e jornalista, revolucionário, internacionalista, grande amigo do nosso Partido, cujo exemplo de vida ficará para sempre em nossa lembrança. Fausto não apenas se dizia comunista. Era um verdadeiro comunista: nunca se curvou aos poderosos e aos inimigos de classe; jamais conciliou com oportunistas, bajuladores, carreiristas e traidores. Seu legado e sua memória continuarão a serviço da luta por um mundo sem opressores nem oprimidos. Camarada Fausto Wolff, presente!

PCB recebe dirigentes de partidos irmãos

O PCB recebeu na semana passada dois dirigentes de partidos irmãos: Carlos Lozano, do PCC (Pacocol – Partido Comunista Colombiano), e Carolus Wimmer, do PCV (Partido Comunista de Venezuela). A intensa agenda dos camaradas incluiu um debate na Associação Brasileira de Imprensa (Rio de Janeiro), reuniões, entrevistas e, principalmente, participação em importantes palestras, nos marcos do IV Encontro Nacional do Fórum de Unidade dos Comunistas, que se realizou em Florianópolis. Publicamos aqui dois textos: a última resolução do Comitê Central do Pacocol sobre a crise colombiana (A renúncia de Uribe, condição para a democracia) e um artigo de Carolus Wimmer (Vigência do Partido Comunista como organização revolucionária)

Impedir a guerra imperialista na América Latina

Ivan Pinheiro* A partir do inverossímil “ataque terrorista” às torres gêmeas nova-iorquinas, atribuído a fundamentalistas islâmicos, o imperialismo norte-americano demonizou Sadam Hussein e os Talibãs, para poder invadir o Iraque e o Afeganistão, dois países estratégicos na disputa por petróleo, gás e água, algumas das principais riquezas naturais que decidirão a hegemonia mundial. Contra Sadam, inventaram a mentira das armas de destruição em massa, cuja existência já foi desmentida até por organismos da ONU. Contra os Talibãs, a farsa de que eram narcotraficantes. Depois de anos de destruição e extermínio, não há perspectiva de os ianques saírem militarmente vitoriosos desses países, pois seus povos, como o vietnamita, resolveram enfrentar os verdadeiros terroristas.

Dois partidos e uma revolução

Ivan Pinheiro* Nada mais representativo das contradições e disputas num processo revolucionário do que a posição diferenciada de dois partidos aliados sobre um mesmo fato político. Reparem abaixo, em notícias extraídas da mesma fonte, a coerência de duas organizações partidárias venezuelanas. O PSUV, coerente na sua função de base principal de sustentação política de Hugo Chávez; o PCV, coerente com sua prática de unidade e luta, marcando sua independência e sua gênese internacionalista e proletária. E ainda queriam alguns que o processo revolucionário na Venezuela tivesse um partido único, ao invés de uma frente única!