Os 14 presos políticos do caso Lindstron foram libertados
Celebramos a libertação dos 14 compatriotas que foram injustamente privados de sua liberdade durante um ano e seis meses, convertendo-se em presos políticos em pleno século XXI e no ano do bicentenário de nossa independência nacional.
Estendemos nossa saudação de reconhecimento e felicitações a todos advogados, advogadas, psicólogos, psicólogas e ativistas que colaboraram com grande dedicação durante esse ano e meio para orientar juridicamente e, acima de tudo, para dar o apoio afetivo que tanto precisaram esses companheiros diante de tamanha injustiça. Dedicamos nosso reconhecimento especialmente a Juan Martens, Ximena López e aos profissionais da CODEHUPY por seu trabalho titânico.
Não podemos deixar de mencionar nossas felicitações para o juiz Gustavo Bonzi, pois teve coragem de fazer o que pouquíssimos homens e mulheres do sistema judicial paraguaio se atrevem a fazer: cumprir com seu trabalho.
Consideramos uma grande vitória contra a criminalização da luta social e contra os que, nas palavras de Martens, creem ser “policiais do pensamento” e, consequentemente, impõem suas ideias retrogradas com total intolerância e discriminação.
Ao mesmo tempo, insistimos que Rafael Filizzola deve ser processado por aberta violação à legislação paraguaia e internacional, violação que teve seu ponto máximo com o espetáculo circense que montou em janeiro do ano passado ao “presentear a sociedade” com os 14 compatriotas presos por ter supostos vínculos com o EPP [Exército do Povo Paraguaio]. Nessa ocasião, em pleno Quartel Central da Polícia, apresentaram esse companheiros invertendo a lógica jurídica, ou seja, presumindo a culpabilidade “até que demonstrem sua inocência”.
Fazemos uma menção especial para o heróico companheiro Sindulfo Agüero, quem, em sua juventude, já havia perdido um olho lutando contra a ditadura de Stroessner e, contudo, suportou – durante esse ano de 2011 – semanas de greve de fome em Tacumbú, com seus 70 anos de vida, como medida extrema diante de uma Justiça que – salvo exceções honrosas – segue funcionando ao serviço da máfia e de quem paga melhor.
Aos 14 companheiros, voltamos a expressar nosso reconhecimento por suportar todas as violações a seus direitos de cidadãos e por seguir firmes sustentando as bandeiras da liberdade e da libertação nacional.
Assunção, 28 de junho de 2011.
Partido Comunista Paraguaio
Fonte: http://www.pcparaguay.org/