Governo da minoria contra o país das maiorias
Adelante! – Partido Comunista Paraguaio
Estamos plenamente convencidos de que o nosso país pode garantir oportunidades iguais a todas as pessoas que nele vivem. Isto significa ter um sistema de educação e saúde de alta qualidade para todo o país. Significa também garantir o direito à alimentação saudável e soberana, com uma reforma agrária que democratize a propriedade da terra, a assistência técnica e a distribuição da produção camponesa. A igualdade de oportunidades exige um Serviço Nacional de Promoção Profissional (SNPP) ajustado a um projeto de desenvolvimento nacional que contemple o emprego em condições dignas, com salários justos, estabilidade no emprego, segurança social e um sistema universal de reformas e pensões.
No que diz respeito ao projeto de desenvolvimento nacional, mais de um mês após a posse de Santiago Peña na presidência do Paraguai, o projeto de continuísmo cartista-stroessenista mostra-se muito claramente a favor das minorias multimilionárias, corruptas, exploradoras e da máfia das drogas. A sua forma irresponsável e medíocre de apresentar as fusões ministeriais, a sua total subordinação ao capital transnacional que há décadas saqueia os recursos do país e a proposta de aprovação da lei da Superintendência de Aposentadorias para utilizar as contribuições das maiorias trabalhadoras em benefício dos seus mesquinhos interesses, distribuindo posições ao gosto da máfia Cartes, mostram claramente as suas intenções saqueadoras e contrárias às maiorias trabalhadoras.
Como parte de seu projeto, a polícia do mentiroso e irresponsável Enrique Riera começou a desenvolver uma política de intimidação ligando por telefone para ativistas sociais e políticos, procurando provocá-los com um discurso que mostra que conhece todos os movimentos e reuniões existentes, informando que estarão no local da reunião mesmo que esta seja privada e realizada em residências particulares. Há anos que intervêm de forma intimidadora em espaços públicos como as praças. Agora pretendem fazê-lo em espaços privados, como sedes de sindicatos e partidos.
É claramente uma política de ataques às liberdades públicas, totalmente ilegal. Ao mesmo tempo, sabendo que o novo governo representa os interesses dos saqueadores, gangsters e corruptos, não nos surpreende que procedam desta forma miserável.
Um exemplo de como esse Estado inútil funciona à imagem e semelhança das instituições patronais (donos de empresas, bancos e latifúndios) é que, segundo dados oficiais, 63% das empresas fogem à contribuição trabalhador-empregador, gerando uma crise no sistema de aposentadoria e pensões. Além disso, grande parte dos trabalhadores não possui emprego formal, ou seja, não figuram como trabalhadores em situação de dependência laboral ou devem recorrer a bicos para sobreviver. Esta maioria também não possui seguridade social nem faz contribuições para aposentadoria e cobertura de saúde.
Os preços sobem. Cada mês nos custa mais consumir o mesmo que no mês anterior. A insegurança cresce pela falta de oportunidades, os despejos continuam com uma força policial que funciona como guarda privada dos milionários. Enquanto isso, no país das minorias, o sistema financeiro faturou 322 milhões de dólares entre janeiro e julho.
Diante de toda essa política para poucos, no dia 30 de agosto, exigindo o julgamento e punição dos saqueadores e torturadores da ditadura de Stroessner, bem como o orçamento para que sejam encontrados centenas de militantes sequestrados, comemoramos o Dia Internacional dos Presos-Desaparecidos na Praça dos Desaparecidos, em frente ao Palácio do Governo, em atividade organizada pela Plataforma Memória, Direitos Humanos e Democracia.
No dia seguinte, 31/08, a Frente Sindical e Social convocou um ato público na Praça Uruguaia, de lá marchando até a Sala Bicameral do Congresso Nacional, onde aconteceu a Audiência Pública sobre a Lei da Superintendência de Aposentadorias e Pensões, uma lei que visa saquear os fundos dos trabalhadores, o que devemos rejeitar totalmente, para propor uma auditoria abrangente de todos os fundos de pensões, além de uma proposta de um sistema único, saudável e garantidor do princípio da solidariedade intergeracional. Defendendo, recuperando e conquistando direitos, organizamos a base social capaz de impor o país da maioria derrotando o governo de poucos.
*Ilustração retirada do Pinterest.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)