Jorge Vive, a luta segue
Era Jorge um símbolo telúrico, potente, da rebeldia e da esperança do povo trabalhador da Colômbia, saído da escola de guerra de guerrilhas móveis do legendário Manuel Marulanda Vélez.
Era um ser excepcionalmente humano, e por isso, amado pelas pessoas e pela tropa guerrilheira. Nos tempos da zona de distensão e dos diálogos de paz, quando aparecia de vez em quando no povoado de La Macarena, um enxame de crianças descalças e descamisadas, buliçosas, o seguia pelas poeirentas ruas, e ele, feliz, deixava que lhe tirassem a boina e que saltassem em seu coração, como na canção Jojoy do cantor e compositor Julián.
Arrastava o povo, no seu passo, fundindo-se com seus sonhos. Camponeses, operários, desempregados, prefeitos, padres, acadêmicos, sindicalistas, professores, estudantes, afro-descendentes, donas de casa, todos escutavam a magia torrencial de suas palavras que aludiam a um sonho chamado Nova Colômbia, Pátria Grande e Socialismo.