Temer quer vender a Eletrobrás

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Nós vamos pagar a conta!

O presidente golpista Michel Temer quer vender a Eletrobrás, uma das maiores empresas de energia do mundo. A Eletrobrás produz, transmite e distribui energia elétrica para uma grande parte do país. É um grande patrimônio do povo brasileiro, pois foi estruturada e mantida desde sua criação, nos anos 1950, com o suor dos trabalhadores e os impostos pagos pelo conjunto da população. Se for vendida para as multinacionais, nós vamos ficar reféns das empresas multinacionais, que só querem garantir seus lucros, pouco se importando com o atendimento às necessidades básicas das comunidades populares, aquelas que mais sofrerão com a queda dos serviços e o aumento das tarifas de luz.

É certo que nossa conta de luz vai ficar mais cara, e o serviço vai piorar. É este o resultado de todo o processo de privatização, a exemplo do que já vimos em relação aos serviços públicos e à saúde, que vem sendo sucateada e terceirizada, favorecendo empresas e prejudicando a população. A Eletrobrás também é responsável pelos rios, as águas que abastecem as hidrelétricas. Assim, a água também vai ser transferida para o controle de grandes empresas capitalistas. O golpista Temer está praticamente doando a Eletrobrás, ao tentar vender por R$ 20 bilhões uma empresa que possui um patrimônio de R$ 500 bilhões.

Uma justificativa que está sendo usada pelo governo para promover esse crime de lesa pátria é a de que as empresas estatais estão quebradas, logo, dão prejuízo para o Estado. Trata-se de uma mentira sem tamanho! Segundo estudo recente do Dieese, entre 2002 e 2016, as estatais brasileiras tiveram um lucro líquido de R$ 808,6 Bilhões! A Eletrobrás apresentou um lucro líquido de R$ 1,7 bilhão no primeiro semestre de 2017 e de R$ 3,4 bilhões em 2016.

A quadrilha que se apossou do Palácio do Planalto coloca em prática uma estratégia de desinvestimento, com o propósito criminoso de comprometer a credibilidade das empresas públicas. No caso da Eletrobrás, o vampiro Michel Temer assinou contrato, sem fazer licitação, com uma empresa de assessoria de imprensa no valor de R$ 2 milhões, para destruir a imagem da empresa e, assim, convencer a opinião pública de que se trata de algo descartável.

Na verdade, a Eletrobrás fornece à população a energia mais barata do mercado. Querem vender a estatal para que essa energia, produzida a baixo custo, seja transferida aos grupos multinacionais, que vão aumentar a tarifa e, com isso, obter lucros extraordinários.

O processo de desinvestimento recente da Petrobras faz parte também dessa estratégia de sucateamento das empresas estatais, objetivando sua privatização. Exemplos históricos mostram que a privatização não traz benefício algum para a população, como foi o caso da Vale do Rio Doce, privatizada em 1997 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O Estado arrecadou R$ 3,3 bilhões com a venda da empresa, considerada na época a maior exportadora de minério de ferro do mundo, que mantinha o controle de dezenas de empresas nos setores de mineração, navegação, portos, celulose e madeira. Na época, o preço de mercado da empresa valia, no mínimo, US$ 37,47 bilhões. Ou seja, um grande patrimônio do povo brasileiro foi arrematado a preço de banana.

No caso da Eletrobrás, o mesmo crime vai ser cometido pelos vendilhões da pátria. Com receita líquida anual de R$ 60,70 bilhões, a empresa é responsável hoje por um terço da energia elétrica consumida em todo o país. Ao todo, a empresa administra 47 hidrelétricas, 270 subestações de energia, seis distribuidoras e possui 70 mil quilômetros de linhas de transmissão. Essas linhas atendem 12 milhões de habitantes em seis estados. Um dos efeitos imediatos da venda, previstos pelos especialistas é o aumento de tarifa, repassando ao consumidor o ônus da privatização.

É preciso organizar um forte movimento popular, reunindo os sindicatos de trabalhadores, organizações sociais e partidos de esquerda para impedir a consumação de mais este crime contra o povo brasileiro. Contra as privatizações e em defesa da reestatização das empresas que já foram estatizadas! Pelo controle das estatais pela classe trabalhadora, para que os serviços atendam as necessidades da população e não os lucros dos capitalistas!