Tsunami nas ruas pela Educação Pública e a Previdência

imagemJORNAL O PODER POPULAR (com informações obtidas na página do Jornal Brasil de Fato e outras fontes da internet)

Ao longo de toda esta terça-feira (13), as ruas do país foram tomadas por grandes manifestações em defesa da Educação Pública e contra a reforma da Previdência. Centenas de milhares de estudantes, profissionais da educação, sindicalistas, trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias e ativistas dos movimentos populares denunciaram os ataques promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) aos direitos sociais e o avanço do processo de privatizações em todos os setores. O chamado “Tsunami da Educação” contou com atos nos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal. Segundo levantamento Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), pelo menos 208 municípios brasileiros registraram atos nesta terça.

Os militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), junto com a corrente sindical Unidade Classista, a União da Juventude Comunista e seus coletivos de luta – Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, Coletivo Negro Minervino de Oliveira e Coletivo LGBT Comunista – estiveram presentes nos atos nos estados. Em todo o país, os protestos foram realizados em defesa da educação pública, da previdência social e do patrimônio nacional. As principais medidas da gestão Bolsonaro, em sete meses de governo, caminham para o aprofundamento das desigualdades sociais e para a elevação do lucro das grandes empresas à custa do sofrimento da população mais pobre e da classe trabalhadora.

Os protestos também se deram por conta do desmonte da educação pública que vem sendo promovido através dos cortes nos orçamentos das universidades e institutos federais e em decorrência do anúncio do projeto Future-se, uma enorme ameaça às futuras gerações, por ser a porta de entrada para a privatização total do ensino superior público no Brasil. De igual modo, a reforma da previdência representa outro brutal ataque aos direitos da classe trabalhadora, pois acaba com a aposentadoria de milhões de brasileiros e obriga a imensa maioria de trabalhadores a trabalhar mais e receber menos.


imagemUJC – Amazonas

No Amazonas, a União da Juventude Comunista – Amazonas somou-se aos estudantes, aos professores, às mulheres, aos indígenas e construiu o 3º TSUNAMI DA EDUCAÇÃO, percorrendo o Centro da Manaus, dialogando com os jovens estudantes e trabalhadores amazonenses, debatendo as investidas do governo Bolsonaro e mobilizando-os à revolta! ⁣ Diante dos gravíssimos ataques desferidos pelo governo federal à educação pública sob o auspício do projeto “Future-se”, que pretende colocar a universidade pública a serviço do mercado e da especulação financeira, assim como o assassinato do futuro da juventude trabalhadora brasileira que é empreendido pelo governo e pelos parlamentares, a mando dos bancos, através da PEC 6/2019 – a Reforma da Previdência.

Em Belém (PA), a mobilização se concentrou na Praça da República desde às oito horas da manhã. Manifestantes carregavam cartazes com nomes e fotos dos deputados que votaram a favor da reforma da Previdência.


imagem(Passeata em Fortaleza)

Em Fortaleza (CE), o ato começou na Praça da Gentilândia, no Bairro Benfica, e percorreu o centro da cidade durante a manhã até a Praça do Ferreira, contando com a presença de diversas entidades estudantis, sindicais e movimentos sociais. Em Juazeiro do Norte (CE), professores, estudantes e servidores da Educação também marcharam contra a privatização do ensino público. No sertão cearense, reunidos na Praça José de Barros, em Quixadá, estudantes e professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Ceará (Uece) realizaram aula pública sobre o programa “Future-se”.

Em Recife (PE), o ato unificado aconteceu na Rua da Aurora, em frente ao Colégio Ginásio Pernambucano, no centro da cidade, tendo sido protagonizado por um bloco formado por diversas organizações estudantis. Também aconteceram atos em Caruaru (PE) com estudantes e profissionais da Educação. Em Petrolina (PE), no Vale do São Francisco, cerca de 500 pessoas se reuniram na Praça do Bambuzinho, no centro da cidade.

Em Maceió (AL), mais de 12 mil pessoas foram às ruas para defender a Educação e se posicionar contra a política de cortes do atual governo. No centro de Aracaju (SE), um ato unificado se concentrou na Praça General Valadão. Em Salvador (BA), o “Tsunami da Educação” reuniu cerca de 35 mil estudantes, professores, servidores e sociedade civil nas ruas da capital baiana contra o desmonte da Educação e em defesa da Previdência.

Em Brasília (DF), o ato se somou à Primeira Marcha das Mulheres Indígenas. A manifestação seguiu até o Congresso Nacional, na capital federal. Em Goiás, as manifestações aconteceram em Goiânia, Simolândia, Quirinópolis e Jataí. Em Cuiabá (MT), o ato se concentrou à tarde na Praça Alencastro e reuniu cerca de três mil pessoas.

No Rio de Janeiro, mesmo debaixo de chuva, milhares de manifestantes marcharam pelo futuro da universidade pública, contra sua privatização, contra os cortes de verba e pela autonomia universitária. O ato unitário teve início na Candelária e foi encerrado em frente à Petrobras, para reafirmar também o compromisso com a defesa do patrimônio público estatal, da soberania nacional e em oposição ao Governo Bolsonaro, entreguista e serviçal do imperialismo e das grandes corporações.

De acordo com o camarada Elton da Silva, do PCB-RJ: “Mais do que nunca, é necessário reorganizar nossa classe para resistir e enfrentar os duros embates que virão. E para isso, para enfrentar esses desafios e organizar a necessária contraofensiva da classe trabalhadora, não há outro caminho possível que não o da ampla unidade das forças populares em defesa das liberdades democráticas e de nossos direitos. Sigamos, com o pessimismo da razão que a conjuntura requer e com o otimismo da vontade que precisamos.”

O “Tsunami da Educação” em Vitória (ES) foi marcado por aulas sobre o projeto “Future-se” e, logo após, às 16 horas, um ato tomou conta da capital.

Em Belo Horizonte (MG), a manifestação se concretou a partir das 15 horas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Milhares de pessoas caminharam pela capital mineira contra o programa “Future-se” e a reforma da Previdência. Estudantes da Universidade Federal de Viçosa (UFV) saíram do campus da universidade e tomaram as ruas da cidade. Em São João del Rei (MG) ocorreram mobilizações durante a tarde.


imagem(PCB de Juiz de Fora)

Em Juiz de Fora, o ato começou no Calçadão, percorrendo o centro da cidade durante o final da tarde até a Praça da Estação, contando com a presença de diversas entidades estudantis, sindicais e movimentos sociais.

No ato em São Paulo a concentração foi em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), na Avenida Paulista. Os manifestantes saíram em marcha rumo à Praça da República. O interior de São Paulo também participou do “Tsunami da Educação”. Cidades como Ribeirão Preto, Piracicaba e Itapeva protestaram contra o governo Bolsonaro. Em Ribeirão Preto houve uma aula pública na Esplanada do Teatro Pedro II com professores ligados ao Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP). No Largo do Rosário, em Campinas, mais de cinco mil pessoas participam do ato em defesa da Educação e da Previdência.


imagem(Manifestação em Santos)

Segundo informações da Frente Sindical Classista, mesmo debaixo de chuva, o 13A da Baixada Santista levou cerca de 500 pessoas à Estação Cidadania, em Santos (SP). Após bloquear uma das vias da Av. Ana Costa, o ato foi encerrado na Praça das Bandeiras, repetindo o percurso dos protestos dos dias 15 e 30 de maio, assim como em 14 de junho.

Em Florianópolis (SC) a concentração aconteceu na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O ato unificado foi realizado no centro da cidade, no Largo da Catedral, para onde cerca de 5 mil pessoas se dirigiram para defender a Educação e a Previdência. Reunidos no Teatro da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, professores, estudantes e técnico-administrativos da instituição realizaram uma assembleia comunitária para debater as ameaças do governo Bolsonaro.

Não há outra saída senão organizar a luta nos locais de trabalho, moradia e estudo e ocupar as ruas. Este foi o recado que estudantes e trabalhadores deram ontem em todo o país.

Contra os cortes na educação, ciência e tecnologia! Contra o projeto “Fature-se”! Contra a Reforma da Previdência!⁣

Pela conquista de pão, trabalho e terra! Pela criação da universidade popular! Pela construção do poder popular e do socialismo!⁣

Porto Alegre resiste: dezenas de milhares tomam as ruas em defesa da educação e da aposentadoria
CEPERS

Mais uma vez, a capital gaúcha foi palco de um dia histórico de mobilização popular. Mais de 20 mil pessoas saíram às ruas para dizer não aos ataques à educação e à aposentadoria neste 13 de agosto.

O marco inicial se deu na Praça da Matriz, no início da tarde, quando educadores(as) de todo o Rio Grande do Sul e servidores(as) estaduais protagonizaram um ato de denúncia do governo Eduardo Leite.


imagemO dia 13 foi, também, a data de pagamento da primeira faixa salarial da folha de julho, representando o maior atraso desde o início da política implementada por Sartori. Ao todo, são 44 meses de proventos atrasados e parcelados, e no caso dos educadores(as), quase cinco anos sem qualquer reajuste salarial.

A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, lembrou que para além do arrocho salarial, há um conjunto de medidas que impõem uma situação insustentável para quem trabalha no chão da escola. O governo demite contratados(as) em licença saúde, fecha escolas, precariza a relação trabalhista e se mostra incapaz de apresentar soluções para problemas básicos, como a grave falta de educadores(as) nas escolas.

“Do outro lado desta praça temos um governo que, mais uma vez, elegeu como inimigos número um os servidores do Executivo”, afirmou Helenir. “Governador Eduardo Leite, o senhor está levando essa categoria a uma grande greve! Nós não vamos aceitar. Vamos fazer a luta unificada com pais e estudantes, e vamos dizer ao governo estadual e ao federal: não roubem o sonho dos nossos estudantes. Aqui vai ter resistência!”

A tarde também foi marcada por aulas públicas sobre mercantilização da educação e da saúde, bem como o tema das liberdades democráticas. “Não podemos deixar que o nosso direito à educação seja transformado em mercadoria”, defendeu Liane Maria Bernardi, doutora em Educação pela UFRGS. “Os setores empresariais estão sempre prontos e organizados para se apropriarem de recursos públicos com discursos sedutores. Precisamos, também, nos preparar para a disputa”, concluiu.

O ato na Praça da Matriz foi realizado em conjunto com diversas entidades representativas do funcionalismo, incluindo ADUFRGS, ASSUFRGS, CEAPE, SINASEPE, SINDJUS, SINDSEPE/RS, SEMAPI, SENERGISUL, SINDICAIXA, SINDPERS, SMPG/Gravataí e UGEIRM.

Às 16h, centrais sindicais se uniram à manifestação e, no fim da tarde, o público se dirigiu à Esquina Democrática, no coração da capital. Um novo ato teve início em conjunto com estudantes de todos os níveis, com presença maciça de discentes e docentes de institutos federais e universidades, em denúncia ao programa Future-se e à sequência de ataques do governo Bolsonaro.

“Nós ensinamos nossos alunos a sonhar com a universidade, nós ensinamos nossos alunos que sim, eles podem ir para um IF. Nós fizemos com que eles sonhassem alto e a nossa responsabilidade é fazer com esse sonho não recue um milímetro. Por isso estamos aqui!”, declarou a presidente Helenir.

O ato se deslocou pela avenida Júlio de Castilhos, atraindo dezenas de milhares de populares, passando pelo túnel da Conceição e chegando à Faculdade de Educação da UFRGS.


Multidão protesta em frente ao Congresso Nacional, pela manhã, em Brasília (DF) (Foto: Rafael Tatemoto – BRASIL DE FATO)