Correa consulta povo sobre presença em reunião da Cúpula sem Cuba

“Não queremos e não temos vontade de ser uma colônia norte-americana. Sim, queremos e temos vontade de ser uma Pátria altiva e soberana”.

Quito, 9 mar. 2012, Tribuna Popular TP.- O presidente equatoriano, Rafael Correa, ontem, após concluir um grande comício na Plaza de la Independencia, na capital, em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, consultou o povo sobre ir ou não à próxima reunião da Cúpula das Américas sem a presença de Cuba.

“Agora que vejo a bandeira de Cuba (hasteada na multidão), lhes faço uma consulta”, disse Correa num palco durante um improvisado concerto em que, junto ao chanceler Ricardo Patiño e ao coro do público presente, interpretou canções durante quase duas horas.

Pedimos, expressou Correa, que na próxima reunião da Cúpula das Américas, Cuba participe e se discuta sobre o criminoso bloqueio durante 50 anos a Cuba, e também esse criminoso processo capitalista das Ilhas Malvinas, em pleno século XXI colônia britânica a quase 15 mil quilômetros de Londres.

Porém, acrescentou, não irão discutir, e perguntou às milhares de pessoas presentes: Vamos ou não vamos à reunião da Cúpula das Américas?

Diante do NÃO retumbante que saiu das gargantas da multidão, Correa iniciou o coro da palavra de ordem: “Não queremos e não temos vontade se ser uma colônia norte-americana. Sim, queremos e temos vontade de ser uma Pátria altiva e soberana”.

“É muito sério, é inacreditável uma reunião de Cúpula das Américas sem Cuba. Essa é a reunião dos chefes de Estado da OEA (Organização dos Estados Americanos), em que devem estar todos os países do sistema interamericano, porém excetuam Cuba”, ressaltou.

“E temos que ir até lá, tratar os lugares comuns, escutar os clichês e os discursos gastos da democracia, da liberdade de expressão, entendendo por esta a liberdade das empresas de negócios dedicados à comunicação”, continuou.

Ainda acrescentou, “No entanto, as coisas fundamentais para nossa região, como o bloqueio ao país irmão de Cuba, que dura 50 anos, e a colonização das Ilhas Malvinas por parte da Inglaterra, diante de nossa Argentina, essas coisas não são discutidas!”.

Um NÃO prolongado gritou a multidão e Correa comentou que “é isso que eu digo aos meus colegas, em algum momento nossos povos se cansarão de que seus presidentes estejam em reuniões de Cúpula e eles estarão em abismos. Vamos mudar essa lógica”, concluiu.

Durante o improvisado concerto, interrompido várias vezes por pedidos de reeleição nas próximas eleições de 2013, Correa e Patiño cantaram canções ao lendário comandante argentino-cubano Ernesto Che Guevara, da Nueva Trova cubana, peças tradicionais equatorianas e de diversos países da América.

Ontem, Cuba qualificou como inaceitável e injustificável a postura dos Estados Unidos de excluí-la da próxima reunião da Cúpula das Américas, posição que demarcou a tradicional hostilidade da Casa Branca com a ilha.

“Não houve nenhuma surpresa, foi a crônica de uma exclusão anunciada (…) os Estados Unidos, com seu desprezo e arrogância, ofende a pátria grande”, afirmou numa coletiva de imprensa o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, a propósito do fórum hemisférico que ocorrerá em Cartagena, Colômbia, em abril próximo.

Fonte: Prensa Latina / RedGlobe

Tradução: Maria Fernanda M. Scelza (PCB)

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