PCB reafirma resoluções congressuais e rompe com a frente ampliada em Paulista
O descalabro administrativo dos últimos anos, especialmente nos últimos oito anos sob a gestão do PSB em Paulista, produziu na cidade um forte sentimento de mudança. A atual oligarquia não quer perder o espaço e com o apoio explícito do atual governador, que tem assumido fortes características de um “moderno, mas antigo, coronel do asfalto”, conseguiu reunir em torno de uma candidatura continuista, uma dezena de partidos fisiológicos, de direita e de aluguel, além de empreiteiros e especuladores do dinheiro público, aglutinados em torno do Vereador Júnior Matuto do PSB, hoje candidato a prefeito.
Neste contexto, o PCB, depois de debater internamente, decidiu se associar à oposição petista que representa atualmente os anseios da maioria da população de Paulista. No início das negociações a frente aglutinava em torno da candidatura de oposição o PT, o PCB, o PSOL, o PHS, o PDT, o PV e o PPS. Apesar de absolutamente compreensível a aproximação do PCB com o PT na cidade, por sua base social e o protagonismo histórico no mundo do trabalho, sobretudo o têxtil, não tinha como suportar a adesão à frente de siglas com o PMDB, PTB e o apoio político do PSDB. O desvio à direita e com partidos fisiológicos tornou a manutenção da aliança inviável. Nem o fato de contarmos com a participação do PSOL nesta frente foi suficiente para garantirmos a essência de uma alternativa popular capaz de estabelecer na política local elementos de inclusão dos setores organizados no processo de tomada das decisões políticas.
A entrada do PTB, do PMDB e o apoio político do PSDB, define o rumo conservador do futuro governo petista, que submeteu a estratégia da luta política à tática da vitória eleitoral, ampliando o palanque com forças partidárias que sempre representaram o atraso e o conservadorismo em Paulista.
Porém, a organicidade do PCB e o reconhecimento social de nossa coerência política provocou o veto ao PSDB (partido do atual vice-prefeito e de um vereador de mandato), em coligar-se formalmente com o PT. No entanto, a declaração de apoio político garante aos tucanos o compromisso de participação num possível governo, o que é inaceitável para nós comunistas. Ressaltamos, também, a importância do gesto político em deixar o PSDB fora da coligação formal, num esforço de manter a permanência do PCB neste palanque, mas a desideologização das alianças políticas-eleitorais tem colocados lado a lado legendas que entendemos como antagônicas.
Não enxergamos as eleições apenas como o exercício do voto, mas como processo de educação política, que seja capaz de esclarecer aos trabalhadores seus interesses de classe e suas representações legítimas. Não podemos compactuar com a diluição dos interesses de classes através de suas agremiações partidárias de campos opostos, corroborando para o entendimento da inexistência da luta de classes.
O PCB local tem reconhecimento social capaz de garantir possivelmente um êxito eleitoral, mas que em nada justificará a aliança com partidos que ferem a linha política partidária. Podemos contribuir com a construção do Poder Popular e o fortalecimento dos movimentos populares que emergem com força na cidade, mas que carecem de autonomia para combater a investida conservadora sobre uma alternativa de poder que no imaginário popular é de esquerda.
Rompemos e expulsamos o ex-militante Luciano Morais, o qual não representa mais o projeto político revolucionário do PCB, por não concordar com a ruptura e declaradamente colocar os seus interesses pessoais acima da disciplina e coerência política do Partido Comunista Brasileiro. Para nós, a coerência política e o respeito as nossas diretrizes são mais importantes do que os projetos pessoais de poder individuais disfarçados na construção de uma alternativa de poder popular. Por isso, em respeito à Reconstrução Revolucionária do PCB e mantendo a coerência com o sentimento dos setores sociais que veem no Partido uma representação legítima das lutas populares, sejam elas no campo da cultura, no movimento de mulheres, da juventude, da livre orientação sexual, do meio ambiente, da organização comunitária, da saúde, da educação, e junto aos movimentos sociais da agricultura familiar entre outros, que hoje lutam contra forças nefastas e antipopulares que comandam a cidade há muitos anos, mas que precisamos mais que nunca, protagonizar este processo de mudança que o povo de Paulista realmente necessita.
Declaramos que infelizmente a cidade de Paulista se encontra em uma situação sem alternativa, pois rejeitamos tanto o continuísmo do neocoronelismo do PSB (Junior Matuto), quanto à velha ação política disfarçada de novo com o PT/PTB (Sérgio Leite e Speck) o que nos aponta uma única saída: RECOMENDAR o voto nulo.
Comissão Executiva do PCB de Paulista – PE