Colômbia: Consolidadas como guerrilheiras, mulheres das Farc lançam site próprio

Lutadoras sociais, sujeitas políticas, combatentes. Elas conseguiram ser reconhecidas como ‘mulheres que fazem história’ depois de se firmarem como guerrilheiras das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP), e para mostrar ao mundo suas experiências, dores e alegrias lançaram o site Farianas.

“Ser guerrilheiras significa tomar a decisão de lutar, de assumir a responsabilidade por nossos atos, de no liberar de um destino pré-estabelecido, destes papéis definidos por uma sociedade injusta e excludente. Nossa entrada a filas representa por si um ato de rebeldia e liberação é fazer parte de um coletivo onde ser homem ou mulher está impedida pela condição de combatentes revolucionários por um mundo justo”.

Em comunicado publicado no último fim de semana, a Comandante Victoria Sandino, integrante da Delegação de paz das Farc, falou da revolução bolivariana e da mesma responsabilidade de levar adiante o projeto revolucionário. Também afirmou que o estatuto das FARC lhes garante os mesmos direitos e deveres, conquistados após “as lutas de todas e todos, cotidianamente, para superar o machismo culturalmente arraigado em nossas filas”.

“Ao longo de nossa luta, como as demais mulheres, fomos estigmatizadas e discriminadas por este regime. Contra nossa organização lançaram uma maligna campanha midiática apoiada pelo poder econômico e político imperial, para desvirtuar nossa essência revolucionária e humanista para calar as vozes justiceiras, para algemar as ações daqueles que nos alçaram em rebeldia”.

Denunciam que em várias ocasiões foram apresentadas como “vítimas de nossos companheiros e da organização revolucionária”. Para elas, essas tentativas tinham o claro objetivo de “desmotivar a vinculação da mulher colombiana ao combate revolucionário”.

Fizeram um apelo especial às mulheres colombianas para se somarem aos esforços e trabalharem na construção de um futuro de justiça e paz para as gerações vindouras. “Isso envolve a necessidade de reconhecer a importância do processo que se adianta em Havana, seu apoio decidido aos esforços de quem aposta no fim da guerra e na edificação de um regime verdadeiramente democrático em nosso país”.

Disse que decidiram visibilizar a luta, refletir o que são, pensam e vivem, para resgatar as pequenas e grandes histórias de nossas companheiras e companheiros de luta, junto às de outras mulheres revolucionárias, fontes de permanente inspiração para todas e todos, compartilhando suas visões, experiências e saberes para construírem juntos, o processo de esperança e futuro do país.

A ideia é opinar sobre a problemática das mulheres colombianas, as lutas populares e as propostas das Farc-EP para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, rumo ao socialismo.

http://site.adital.com.br/site/noticia.php?boletim=1&lang=PT&cod=78175 http://www.youtube.com/watch?v=m515gzI3LEQ