FARC acusam Exército nacional de aterrorizar comunidade

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) acusam o Exército Nacional do país de instalar, em nome da guerrilha, artefatos explosivos em casas e ao redor da Comunidade de Paz de San José Apartadó, no estado colombiano de Antioquia. Em comunicado publicado e assinado pela 5ª Frente das FARC, a guerrilha afirma que os ataques contra camponeses da comunidade pelo Exército têm aumentado.

“Agora, não apenas disparam suas armas contra a população civil, como historicamente têm se acostumado, sendo que se dedicam a instalar artefatos explosivos em nome das FARC ao redor do povoado e nas próprias casas”, afirmam os guerrilheiros. Segundo o comunicado, o caso teria ocorrido na casa de Laura Cataño, presidente da Junta de Ação Comunitária de San José Apartadó, com o pretexto de ameaçar a população e elevar os índices de terror na região.

Porém, a guerrilha adverte sobre a repercussão do fato. “Os habitantes da região de Urabá conhecem as táticas de intimidação desenvolvidas pelas forças militares e de polícia na aplicação da ação psicológica ou guerra suja, orientada pelos manuais de inteligência contra opositores políticos e comunidades que exigem o cumprimento de seus direitos políticos, a quem acusam de milicianos ou integrantes das FARC”.

Com vistas a avançar em direção à afirmação do processo de paz que se desenvolve na mesa de conversação em Havana, Cuba, as FARC convocam o governo colombiano e a delegação de paz para que seja estruturada uma comissão que investigue e verifique os fatos.

Outros casos

De acordo com as FARC, a guerra psicológica contra a comunidade é de velha data. Pelo massacre ocorrido ainda em 21 de fevereiro de 2005, quando foram assassinados três crianças e cinco adultos, autoridades colombianas teriam responsabilizado a guerrilha. Posteriormente, teria sido revelado que os homicídios seriam parte de uma operação conjunta entre o Exército e grupos paramilitares.

A guerrilha também relembra que ações militares similares têm precedido ataques executados pelas forças militares contra a população dessa comunidade, como o caso ocorrido em 04 de outubro de 2012, quando, simulando uma fustigação, mataram o camponês Carlos Andrés Torres, em Caracolí.

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