Colombianos requerem que extração de petróleo seja feita por empresa nacional

Adital

Um conjunto de organizações sindicais, sociais e políticas se organiza em torno da “Frente ampla pela não prorrogação do contrato de operação de Campo Rubiales”, principal zona de produção de petróleo da Colômbia, com a multinacional canadense Pacific Rubiales Energy. Eles querem que o local passe a ser operado pela Empresa Colombiana de Petróleos S/A (Ecopetrol), a primeira companhia do setor no país.

Para isso, foram anunciadas mobilizações contra a petroleira estadunidense para este sábado, 30 de agosto. Liderada pela Central Única dos Trabalhadores da Colômbia (CUT) e pela União Sindical Operária da Indústria do Petróleo (USO), a deliberação foi tomada no último dia 30 de julho, em reunião na sede da USO, em Bogotá, capital do país, entre dezenas de organizações sociais. A Ecopetrol é a segunda maior petroleira na América Latina, atrás somente da Petrobras, do Brasil, segundo a revista estadunidense Forbes, especializada em negócios e finanças.

Presidente da USO, Edwin Castaño destacou o que seria um fracasso do projetoStar (sigla em inglês para Recuperação Adicional Térmica Sincronizada), tecnologia da empresa canadense para extração de petróleo bruto na região dos Llanos orientais da Colômbia por meio da injeção de calor nos poços para fazer com que o líquido flua à superfície. Estudo de órgãos públicos de controle teria advertido sobre impactos negativos desse processo no meio ambiente da região.

“Através da denúncia diante das entidades de controle sobre as implicações econômicas e no meio ambiente, mais toda a pressão midiática exercida contra o projeto Star ou Combustão In Situ, alcançamos com que o Estado colombiano, através da Ecopetrol, rejeitasse tais técnicas que propunha Pacific Rubiales”, relembrou Castaño, para a agência de comunicação Colombia Informa.

Dirigentes do sindicato de petróleo se somam à iniciativa: “É o momento de exercer soberania sobre nossos recursos naturais, a água, o meio ambiente e as comunidades; se Campos Rubiales fosse operado diretamente pela Ecopetrol, se traduziria em investimento social, mais impostos, regalias às regiões e à nação”, argumentaram ao site.

Representantes de comunidades atingidas pela exploração do material convocam a uma “ação urgente”, apontando que a região da Orinoquía está em perigo. Eles denunciam contaminação da água, processos de desertificação, poços que secam e movimentos de terrenos que se fundem devido à utilização de tecnologia sísmica. A Autoridade Nacional de Licenças Ambientais (ANLA) da Colômbia chegaram a cumprir missão de verificação de denúncias sobre esses diversos casos.

Diversos parlamentares e representantes do partido Polo Democrático Alternativo (PDA) também se comprometeram a apoiar a iniciativa. O senador Alberto Castilla avaliou que o momento demanda ações em torno da causa, se comprometendo com toda a bancada da legenda a integrar-se à campanha.

“A única possibilidade de ganhar esta luta é impulsionando uma mobilização nacional de todos os setores, não é uma luta somente dos trabalhadores, mas de todos e todas as colombianas”, afirmou ao Colombia Informa. No PDA, Castilla é membro da corrente Poder e Unidade Popular, ligada aos movimentos camponeses e populares.

Canadense explora ao longo da América Latina

A multinacional foi fundada por ex-diretores da empresa venezuelana Petróleos de Venezuela(PDVSA) que abandonaram o país após participar de tentativa de golpe de Estado em 2002. A empresa possui apenas 20 funcionários em seu escritório em Toronto, no Canadá, mas milhares de projetos ao longo da América Latina. Recebe financiamento do Estado canadense para apoiar pequenas e médias empresas que garantam a exploração petroleira no continente. O contrato em território colombiano se estende até o primeiro semestre de 2016.

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