Prisioneiros de guerra e presos políticos em greve de fome. S.O.S.

Sexta-feira, 28/11/2014

Havana, 27 de novembro de 2014.

1. Durante a segunda quinzena de novembro do presente ano, enquanto ocorriam as operações para a libertação dos prisioneiros de guerra do exército governamental, inclusive do General Ruben Darío Alzate e da advogada Gloria Urrego, mostra de vontade de paz das FARC-EP, nos cárceres do regime dezenas de insurgentes privados de sua liberdade sofrem a pior situação humanitária até então vista.

2. Os sofrimentos dos nossos se estendem ao conjunto da população carcerária que sobrevive em deploráveis condições de superlotação, falta de assistência médica a delicados problemas de saúde e violações dos mais elementares direitos humanos, que compreendem torturas, maus tratos psicológicos e vexames de todo tipo, denunciados durante meses sem que as autoridades penitenciárias e estatais em geral se deem por aludidas.

3. No dia de hoje, porém sem que tenha sido promovido nenhum tipo de diálogo com os prisioneiros de guerra e com nenhum dos compatriotas que sofrem o rigor do abandono e a maldade governamental, foram atendidos somente os companheiros José Alexander Hormaza (que teve de retirar o tutor ortopédico infectado com a ajuda de seus camaradas) e Édinson Martines, que padece de uma grave lesão de guerra em sua perna direita. Apenas contando os casos da Prisão ERON PICOTA (Bogotá), são mais de vinte enfermos em estado delicado de saúde que permanecem sem atendimento.

4. A afronta que significam as graves circunstâncias geradas pela indiferença governamental, acompanhada por ameaças e represálias contra os que protestam, obrigou que a greve de fome iniciada esta semana, unindo mais de uma centena de companheiros, continuasse por quatro prisioneiros. Eles optaram por costurar suas bocas, sendo esta uma manifestação extrema de indignação e uma exigência por soluções urgentes a uma situação de crise humanitária sem esperanças. Os companheiros que hoje tomaram a determinação são Neil Garay Rusell (Cesar Rondón), José Armando Cadena, Jhon Jairo Garzón e Sergio Luis Santos.

5. As FARC-EP agradecem a todos aqueles que ajudam a divulgar estes fatos e mostram solidariedade com ações concretas de denúncia e reivindicação pelos direitos dos reclusos. Ao mesmo tempo, expressamos nosso pleno apoio aos companheiros que se levantaram contra os abusos e a negligência do governo nacional e, especialmente, contra o assassino que atua como Diretor Nacional do INPEC, coronel da Polícia Jorge Luis Ramírez Aragón.

6. Novamente, elevamos nossa voz em protesto pela morte dos companheiros Ramon Emilio Mallarino (COMBITA), Alexander Giraldo Parra, (cárcel de Doña Juana), Luis Carlos Riazcos (cárcel de Jamundí), Jaime Alberto Aroca Lucuara (cárcel de Villavicencio), ocorrida este ano, que se somam aos casos dos anos anteriores. Oferecemos nosso esforço àqueles que promovem a guerra, defendendo os desejos de liberdade e de paz que hoje tocam os corações de todos os farianos.

O valor moral e a força de resistência rebelde daqueles que fazem dos cárceres uma trincheira de luta pela Nova Colômbia, é exemplo de decoro e patriotismo que nos orgulha e nos enche de valor para seguir adiante com a causa da emancipação dos oprimidos e subjugados, que clamam por um país onde reine a justiça social.

DELEGAÇÃO DE PAZ DAS FARC-EP

Fonte: http://www.pazfarc-ep.org/index.php/noticias-comunicados-documentos-farc-ep/delegacion-de-paz-farc-ep/2304-prisioneros-de-guerra-y-presos-pol%C3%ADticos-en-huelga-de-hambre-s-o-s

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)