Unir a juventude contra a ofensiva conservadora da burguesia!

imagem(Nota Politica da Coordenação Nacional)

A juventude brasileira, em especial a trabalhadora, é uma das principais afetadas pela crise econômica, social e política que assola o país. A rotatividade e precarização do trabalho, o endividamento para conseguir pagar os estudos, a falta de investimentos no ensino público e a violência provocada pelas políticas de segurança pública do Estado são alguns dos problemas rotineiros na vida dos jovens brasileiros.

Cresce entre os jovens, cada vez mais, a sensação de insegurança e falta de perspectiva no futuro. Nos tempos de crescimento econômico do país, a juventude foi inserida ainda mais no mercado consumidor, no ensino superior de maneira precarizada e seletiva; principalmente, através da expansão das universidades privadas. A justa, mas tímida política de cotas, pouco modificou a composição social e, menos ainda, o caráter burguês da nossa educação e universidade.

De fato, a conciliação petista com o grande capital pouco resultou em avanços de direitos sociais para os jovens. Pelo contrário, essa conciliação contribuiu para viabilizar uma grande ofensiva da burguesia, que visa retirar direitos econômicos e sociais da classe trabalhadora e restringir as liberdades de organização e expressão, impondo um clima fascistizante de intolerância no debate político.

O crescimento da extrema direita e a conciliação governista mudaram o cenário negativamente para a juventude, não apenas do ponto de vista trabalhista e aumentando a repressão do Estado, mas retraindo direitos de mulheres, negros e população LGBT, conquistados arduamente pelos movimentos populares e partidos políticos de esquerda. Não é a toa que temos visto em pauta assuntos como “redução da maioridade penal”, projetos de lei que aprofundam a criminalização do aborto e a aprovação de um novo “Estatuto da Família”.

Esse avanço conservador não pode ser analisado de forma isolada. Na América Latina, constatamos o desgaste das experiências progressistas e anti-imperialistas como na Venezuela, Bolívia e Equador, e a tentativa de retomada da influência imperialista, em especial norte-americano, no continente. No Brasil, embora o governo brasileiro nunca tenha confrontado os interesses imperialistas na região, pelo contrário estimulou a associação da burguesia brasileira com o grande capital internacional, não está imune a este contexto.

No Brasil, o processo de impedimento da presidenta representa a aceleração da ofensiva burguesa e reacionária contra os trabalhadores e a juventude. Estamos diante de um processo marcado por casuísmos, contradições e oportunismos de todo tipo, orquestrados pela combinação de ofensivas jurídicas, legislativas e midiáticas, as quais não escondem os vínculos com as forças reacionárias e conservadoras que querem manter e aprofundar seus privilégios. Trata-se de um reordenamento jurídico e político do Estado burguês, para garantir os lucros dos capitalistas e enfraquecer qualquer perspectiva de resistência popular aos ataques em curso.

Por isso, a União da Juventude Comunista, assim como o PCB, se manifesta contrária ao processo de impedimento da presidente. Mantemos nossa oposição pela esquerda ao governo petista, no entanto, compreendemos que os interesses burgueses no país convergem para interromper o mandato presidencial, a fim de acelerar os ataques aos direitos sociais, trabalhistas e democráticos do povo trabalhador.

Consideramos um equívoco de alguns setores tidos como esquerda a bandeira “Fora todos!” na atual conjuntura. Além de não contribuírem para a politização da classe trabalhadora e sua juventude, tais setores convergem objetivamente com as palavras de ordem utilizados pela direita e extrema direita no atual e complexo cenário político brasileiro.

A UJC irá às ruas para defender as liberdades democráticas dos trabalhadores e contra a ofensiva do grande capital já em curso no país. Não há saída na luta contra a direita dentro dos marcos da estratégia de conciliação com a burguesia e a mera defesa do governo Dilma.

No próximo dia 31, onde for possível construirmos unidade com setores independentes e anticapitalistas, estaremos presentes nas manifestações. É hora de impulsionarmos a unidade de ação objetiva através da formação de um bloco de lutas anticapitalista, reerguermos as entidades de luta da juventude e politizarmos a juventude trabalhadora para a luta coletiva que levará a sua emancipação.

O dever dos jovens comunistas e revolucionários, nessa nova conjuntura, é redobrar seus esforços para unir a juventude e combater o avanço da direita no país. A unidade da juventude não se faz com defesas abstratas e despolitizadas, mas com a unificação concreta das lutas em defesa da educação pública, contra o extermínio da juventude nas periferias (em especial a juventude negra), contra o desemprego e precarização do trabalho. Nesse sentido, estaremos nas ruas, praças, escolas, movimentos populares, universidades e periferias, defendendo o protagonismo da classe trabalhadora na luta pelo Poder Popular e pelo Socialismo!

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Unir a juventude contra a ofensiva conservadora da burguesia!

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