Nas mãos da juventude a construção do mundo novo

Jornal AVANTE! (Partido Comunista Português – PCP)

Centenas de jovens de todo o país no 13.º Congresso da JCP
Aqui está o futuro! Aqui estão o projeto e o ideal comunistas! Aqui está a JCP, juventude do PCP!
A Ju­ven­tude Co­mu­nista Por­tu­guesa (JCP) re­a­lizou, nos dias 15 e 16 de novembro, o seu 13.º Con­gresso, sob o lema «Nas nossas mãos o mundo novo. Or­ga­nizar, unir, lutar», que juntou, no Pa­vi­lhão Carlos Queiroz, na Ou­tu­rela, Oeiras, cen­tenas de de­le­gados, mi­li­tantes e amigos da or­ga­ni­zação, vindos de todo o país, além de de­le­gados de or­ga­ni­za­ções-irmãs es­tran­geiras. No final dos tra­ba­lhos, e con­cre­ti­zando um amplo pro­cesso de­mo­crá­tico na de­fi­nição das prin­ci­pais ori­en­ta­ções para o tra­balho fu­turo, o Con­gresso aprovou, por una­ni­mi­dade, a sua Re­so­lução Po­lí­tica.

«Aqui está o fu­turo! Aqui estão o pro­jeto e o ideal co­mu­nistas! Aqui está a JCP, ju­ven­tude do PCP, pronta para o com­bate». As pa­la­vras são de Inês Guer­reiro, membro do Se­cre­ta­riado e da Co­missão Po­lí­tica da nova Di­reção Na­ci­onal (DN) da JCP, no en­cer­ra­mento do en­contro.

O ba­lanço do Con­gresso é, disse, po­si­tivo, com in­ter­ven­ções «cheias de con­teúdo, de re­a­li­dade, de in­jus­tiças mas, so­bre­tudo, de ação e de força», que com­provam a jus­teza da luta da JCP, que re­a­lizou esta reu­nião magna, acima de tudo, «para dis­cutir o que fazer e como trazer à or­ga­ni­zação todos os jo­vens dis­postos a le­vantar-se contra as in­jus­tiças».

«A JCP tem de estar onde pulsa a vida e onde as in­jus­tiças são mais claras», frisou, lem­brando com­pro­missos as­su­midos como a afir­mação do en­sino se­cun­dário como pri­o­ri­tário, o apro­fun­da­mento da in­ter­venção no pro­fis­si­onal e po­li­téc­nico, a con­ti­nuada ação no en­sino su­pe­rior e uma cada vez maior mo­bi­li­zação de jo­vens tra­ba­lha­dores, desde logo, para a greve geral. «Saímos deste Con­gresso for­ta­le­cidos», vincou.

«O mundo novo está na luta pelo fim dos exames na­ci­o­nais, pelo fim da pro­pina, na der­rota do pa­cote la­boral e no au­mento dos sa­lá­rios, na exi­gência do di­reito à ha­bi­tação, cul­tura e tempo para viver. Está em cada ca­ma­rada e amigo que aqui está hoje e em todos os que ainda virão. Está na nossa ale­gria, nas nossas con­vic­ções, per­sis­tência e co­ragem. Em cada pe­quena ou grande con­quista. En­con­tremos o mundo novo uns nos ou­tros, na ju­ven­tude, nos tra­ba­lha­dores e no povo. Vamos a eles, ca­ma­radas!», con­cluiu.

«Vivam a trans­formar a vida»

«Quem po­deria ter intervindo no seu con­gresso os lí­deres das grandes ma­ni­fes­ta­ções do en­sino su­pe­rior e do en­sino se­cun­dário, ou os di­ri­gentes das lutas dos jo­vens tra­ba­lha­dores, das lutas pela paz ou das lutas pela ha­bi­tação? Só mesmo na JCP é pos­sível, e é pos­sível porque aqui estão eles, as­su­mindo-se or­gu­lho­sa­mente como co­mu­nistas, e afir­mando que é exata­mente essa sua con­dição de re­vo­lu­ci­o­ná­rios for­jados na in­ter­venção e na luta que os obriga a estar li­gados aos in­te­resses e as­pi­ra­ções da ju­ven­tude». As pa­la­vras são de Paulo Rai­mundo, pro­fe­ridas no en­cer­ra­mento do Con­gresso.

Na sua in­ter­venção, o Se­cre­tário-Geral des­tacou as mil lutas de que a ju­ven­tude é pro­ta­go­nista e a JCP é van­guarda, para «de­fender o tra­balho com di­reitos», a «es­cola pú­blica, gra­tuita e de qua­li­dade até aos mais ele­vados graus de en­sino», o «di­reito à saúde, à ha­bi­tação, à cul­tura, ao es­porte e a um am­bi­ente eco­lo­gi­ca­mente equi­li­brado», «contra todas as dis­cri­mi­na­ções», «contra a guerra e o mi­li­ta­rismo», «pela paz».

Dei­xando uma men­sagem de con­fi­ança àquelas cen­tenas de jo­vens, o di­ri­gente co­mu­nista su­bli­nhou que, apesar de si­tu­a­ções cada vez mais exi­gentes, o fu­turo conta com o PCP, «o par­tido da ju­ven­tude, da re­sis­tência, da co­ragem e da es­pe­rança».

«Vivam a trans­formar a vida, sejam cons­tru­tores da so­ci­e­dade nova, abracem o vosso ideal, esse ideal co­mu­nista que nor­teia a acção de mi­lhões de seres hu­manos e anima a luta dos jo­vens pelo mundo in­teiro», afirmou.

«Abril pre­sente, An­tónio Pre­si­dente»

Na tarde do dia 15, o can­di­dato An­tónio Fi­lipe en­de­reçou al­gumas pa­la­vras ao Con­gresso da or­ga­ni­zação da qual foi mi­li­tante e di­ri­gente: «Vamos lutar por uma can­di­da­tura capaz de afirmar os va­lores de Abril, que são os va­lores da ju­ven­tude, que estão sendo tão em­pe­nha­da­mente de­fen­didos neste Con­gresso».

O can­di­dato su­bli­nhou que, ao con­trário do que querem fazer crer, o fu­turo não passa ao lado de Abril, não sendo «a pre­ca­ri­zação do tra­balho e da vida», «a des­re­gu­lação dos ho­rá­rios», «a cri­ação de bar­reiras ao acesso aos mais ele­vados graus de en­sino», «es­colas com ins­ta­la­ções de­gra­dadas», «a falta de re­si­dên­cias», nem «uma eco­nomia de baixa pro­du­ti­vi­dade». O fu­turo, es­cla­receu, tem de ser de va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores, de di­reito ao en­sino e de de­sen­vol­vi­mento.

An­tónio Fi­lipe en­tregou, ainda, uma lem­brança à JCP: um re­la­tório sobre as pro­postas de al­te­ração à Re­so­lução Po­lí­tica do 4.º Con­gresso, que ele pró­prio es­creveu.

«Com­pro­misso ina­ba­lável»

O pri­meiro dia do Con­gresso ter­minou com um ex­pres­sivo des­file pelas ruas da Ou­tu­rela, que se pin­taram de ver­melho trans­por­tado em cen­tenas de ban­deiras da JCP, que vi­braram ao som de quem sabe que o fu­turo não pode ser o das «pro­pinas e Bo­lonha», nem o dos mi­lhões que vão para a guerra e não para es­colas ou dos sa­lá­rios des­va­lo­ri­zados e do tra­balho pre­ca­ri­zado.

No final do des­file, numa tenda mon­tada nas Pis­cinas Mu­ni­ci­pais da Ou­tu­rela, e antes de se cantar os “pa­ra­béns”, ao ritmo da In­ter­na­ci­onal, pelos 46 anos da JCP, Joana Ma­chado leu uma Sau­dação à luta da ju­ven­tude, apro­vada por una­ni­mi­dade por todos os pre­sentes, de­le­gados ou não, mi­li­tantes ou amigos da JCP.

«A ju­ven­tude, pela sua ca­pa­ci­dade de so­nhar e de­ter­mi­nação em cons­truir o mundo novo […] tem também sido capaz de dar uma res­posta firme e or­ga­ni­zada, lu­tando pelos seus di­reitos e pela trans­for­mação do sonho em vida», pode ler-se na moção, que lembra as muitas ações de luta, das es­colas às fa­cul­dades, pas­sando pelos lo­cais de tra­balho, e re­a­firma um «com­pro­misso ina­ba­lável na trans­for­mação do sonho em vida, rumo ao so­ci­a­lismo e ao co­mu­nismo».

A estes mo­mentos, se­guiram-se os me­mo­rá­veis e enér­gicos con­certos de Real Guns e Vado MKA.