Contra a intervenção e a pirataria dos EUA!

Pela paz e soberania na Venezuela e em toda a América!
União da Juventude Comunista (UJC) – a Juventude do PCB
Dois séculos após a declaração da Doutrina Monroe — a diretiva de política externa dos Estados Unidos que sistematizou a intervenção imperialista na América Latina como política de Estado — e vinte e um anos após a última invasão norte-americana nas Américas, no Haiti, em 2004, assistimos hoje a uma escalada agressiva sem precedentes contra a América do Sul. Pela primeira vez desde a virada do século, nosso continente tornou-se, novamente, o principal teatro de ação militar dos EUA.
A América Latina não é estranha ao imperialismo; vivemos, desde nossas independências frente às potências imperiais europeias, sob constante ameaça de invasão e intervenção vindas do Norte. Nossas burguesias, dependentes de sua posição intermediária na cadeia capitalista global, vendem-se e revendem-se aos interesses do império, renovando a cada geração o contrato macabro da miséria e do subdesenvolvimento.
Nesse cenário, qualquer desafio à hegemonia política dos EUA na América Latina é tomado pelo império como uma agressão direta. A independência e a soberania de nossos povos são vistas como um ataque ao seu suposto direito de nos subjugar. Por isso, neste momento de decadência da hegemonia global norte-americana, em que os Estados Unidos já não podem contar com seu status de superpotência única no tabuleiro mundial, fica clara sua intenção de consolidar sua dominância sobre as Américas. Faz-se necessária a união de nossos povos na defesa da integridade territorial, da soberania e da autodeterminação em nosso continente.
Nestes últimos meses, repetidas agressões norte-americanas aterrorizaram o Caribe. Agindo sob a desculpa do combate ao “narcoterrorismo” — a união de duas ferramentas ideológicas do imperialismo ianque, a “Guerra ao Terror” e a “Guerra às Drogas” —, as forças armadas dos EUA têm bombardeado embarcações de pequeno porte na costa da Venezuela, Colômbia e México, enquanto deslocam contingentes militares nunca antes vistos na região. Reiteradamente, o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu secretário de Estado, Marco Rubio, declaram suas intenções de derrubar os governos de Gustavo Petro e Nicolás Maduro — chegando ao absurdo de declará-los chefões do narcotráfico, equiparando seus governos a cartéis e organizações terroristas.
Atualmente, é sobre a Venezuela que recai o maior perigo de intervenção. Após dezenas de execuções sumárias na costa venezuelana, a marinha imperialista dos EUA escalonou sua agressão com a tomada de um cargueiro venezuelano que transportava petróleo em direção a Cuba. Semanas antes, a justiça norte-americana já havia declarado a venda forçada da CITGO, subsidiária da petroleira estatal venezuelana. Depois de quase duas décadas de guerra econômica, sanções, pirataria e sufocamento da Revolução Bolivariana, os Estados Unidos mais uma vez empurram nossa América à beira de uma guerra.
Uma guerra contra o povo venezuelano e sua revolução é uma guerra contra toda a América Latina. Sabemos bem disso; desde o início do governo Trump, o Brasil tem sido alvo de uma campanha intervencionista de pressão política e econômica, incluindo tarifas desproporcionais, sanções contra figuras-chave do poder judiciário e tentativas de pressionar a institucionalidade burguesa pela restauração do bolsonarismo.
A Venezuela não está sozinha. O povo venezuelano não vai se render. A Revolução Bolivariana, com todos os seus avanços e retrocessos, suas contradições, seus momentos de alta e de crise, sobrevive porque tem, ao seu lado, um bravo povo de luta. Um povo que, duzentos anos atrás, levantou-se em armas para libertar o nosso continente. Agora, chamamos toda a juventude de luta para que lhes pague em solidariedade.
Coordenação Nacional da UJC
15 de dezembro de 2025
Arte: Hideyuki / PCB
