SOBREVIVEM HERANÇAS DA DITADURA DE STROESSNER

Os 35 anos de terrorismo de Estado sob a ditadura do general Alfredo Stroessner foram 35 anos de luta incansável do nosso povo pela liberdade, democracia com justiça social e a soberania nacional contra a intervenção estrangeira.

Os melhores filhos do nosso povo, os mais conscientes e combativos, de todos os setores sociais e políticos, incluindo os comunistas e socialistas, estiveram nas trincheiras avançadas do combate anti-ditatorial.

A ditadura do General Stroessner – “sobre a unidade granítica do Governo, das Forças Armadas e do Partido Colorado” – se confessou e atuou como um campeão do anti-comunismo e como tal foi mimado e dolarizado pelo imperialismo dos EUA e seus satélites de Taiwan e Coréia do Sul.

Aqueles eram os dias da Guerra Fria e da Doutrina de Segurança Nacional, que semearam as ditaduras militares em nosso continente, que consideravam os povos como inimigos da “civilização ocidental e cristã”, e caracterizavam os lutadores como comunistas, castristas, subversivos e, como tal foram submetidos à cruel repressão.

A Comissão da Verdade e Justiça, em seu Relatório Final, ao mesmo tempo que valoriza a luta de todo nosso povo, salientou que os comunistas foram os mais perseguidos e martirizados por causa da ditadura anti-comunista de Alfredo Stroessner.

Foram assassinados três secretários-gerais do nosso Partido (Antonio Maidana, Wilfredo Alvarez Jara, Miguel Angel Soler), 3 secretários-gerais da Juventude Comunista como Derlis Villagra, Juan Carlos Rivas e Mariano Roque Alonso, dezenas de membros do Comité Central e centenas de quadros e militantes.

O povo paraguaio e os heróicos combatentes populares foram os protagonistas da luta anti-ditatorial, o que foi aproveitado pelos generais da camarilha stronista (os Andrés Rodríguez, Lino Oviedo e companhia) para, sob os auspícios da Embaixada dos Estados Unidos, darem um golpe sangrento para depor Stroessner, e cuja política foi a transição continuista para salvar o injusto sistema de democracia fraudulenta, o latifúndio e a dependência. Desde 1989, opera o continuísmo stronista sob uma fachada democrática que se viu obrigada a conceder liberdades públicas, o que favoreceu muito o processo de organização e acumulação de forças do movimento popular.

Até hoje temos o trabalho inacabado de realmente democratizar e libertar a nossa pátria do domínio estrangeiro.

E para democratizar o nosso Estado, nossa sociedade, é urgente a criação de um poderoso movimento patriótico para mobilizar e gerar ocupações patrióticas para recuperar os bens e terras confiscadas, processar e punir os responsáveis pelo saque do Estado paraguaio e os violadores dos Direitos Humanos.

Somente através da unidade popular ampla podemos libertar-nos, assim como fizeram Cuba, Bolívia, Venezuela. A unidade é necessária, o patriotismo é a base, a pátria grande e libertada é o objetivo.

Assunção, 03 de fevereiro de 2011

Partido Comunista Paraguaio

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