Colômbia: Crescem assassinatos e ameaças a líderes sociais em todo o país

imagem14 de setembro –CI. – Após o anúncio do governo de cessar-fogo e hostilidades, mais de uma dezena de líderes sociais, indígenas, campesinos, etc. foram assassinados no país. Entre 26 de agosto e 14 de setembro, mais de uma dúzia de pessoas foram assassinadas. A isto se somam as ameaças recebidas por várias pessoas, algumas das quais por fazer campanha pelo Sim no plebiscito.

Em 11 de setembro passado foi assassinado Néstor Iván Martínez, dirigente social do departamento do Cesar e que pertencia ao Congresso dos Povos. No mesmo dia, morreu o líder campesino Álvaro Rincón. Dois dias antes, em Barbosa, Antioquia, foi assassinada María Fabiola Jiménez de Cifuentes, liderança social de 69 anos, que foi baleada quando viajavam em um ônibus de transporte público.

A grave situação motivou um pronunciamento da Anistia Internacional em 12 de setembro passado. Em seu comunicado assinalou: “As autoridades colombianas devem tomar medidas imediatas e eficazes para uma vez por todas colocar fim à serie de recentes assassinatos de defensores dos direitos humanos e ativistas sociais e comunitários”. O pronunciamento foi realizado depois de se ter notícias sobre o assassinato do membro da comunidade afrodescendente, Néstor Iván Martínez, que também era um férreo opositor dos projetos mineradores na região do Cesar.

Segundo a organização Somos Defensores, no transcurso do ano foram assassinados 35 defensores dos direitos humanos, líderes sociais e comunitários em todo o país.

Cronología dos assassinatos

Em 26 de agosto, dois dias antes do cessar-fogo bilateral definitivo foi assassinado o líder indígena do povoado Awá, Camilo Roberto Taicus Bisbicus de 50 anos de idade, líder indígena da reserva Hoja la Turbia, na zona rural de Tumaco.

Em 28 de agosto foi assassinado Alfredo Chirán Nastacuas, de 24 anos de idade. Seu corpo foi encontrado sem vida próximo de um posto de controle militar do exército com sinais de tortura, após receber vários disparos. O jovem indígena do povoado Awá foi levado à força por um grupo de homens armados, que o levaram de sua residência em El Diviso, no município de Barbacoas, no departamento de Nariño, no sudoeste colombiano.

No dia seguinte, no município de Tumaco, em Nariño, foram assassinados Alberto Pascal García, de 21 anos, e Luciano Pascal García, de 23 anos. Estes irmãos pertenciam à comunidade indígena do povo Awá. Ambos morreram após receber disparos de um sicário em uma motocicleta que os atacou quando transitavam pelo território de Llorente para a reserva indígena do Hojal La Turbia. Pertenciam à Guarda Indígena.

Em 28 de agosto foram assassinados Joel Meneses, Ariel Sotelo e Nereo Meneses em La Herradura, no município de Almaguer, no Cauca. Os líderes comunitários pertenciam ao Comitê de Integração do Macizo Colombiano (CIMA). Eram defensores do meio ambiente da região e se opunham aos projetos mineradores na região pelos danos que produzem.

Em 5 de setembro foram assassinados quatro pessoas: Martha Pipicano (65 anos), Libio Antonio Alvarez (36 anos), Simón Álvarez Soscué (64 anos) e Salvador Acosta. Estas pessoas eram camponesas da aldeia Pueblo Viejo, no município de Sucre, no departamento do Cauca.

Em 8 de setembro foi assassinada Cecilia Coicué, liderança indígena de Corinto, Cauca, Integrante da Associação de Trabalhadores Compesinos da zona de reserva do município de Corinto da Federação Nacional Sindical Unitária Agropecuária (Fensuagro) e do processo de Unidade Popular do Sudoeste Colombiano e do Movimento Marcha Patriótica. Cecilia Coicué era proprietária de um prédio na comunidade em que funcionará um ponto transitório de concentração de membros das FARC.

Em 8 de setembro, em Barbosa, Antioquia, foi assassinada María Fabiola Jiménez, líder comunitária de 69 anos, que foi atacada a tiros quando se viajava em um ônibus de serviço público.

Em 11 de setembro morreu assassinado Néstor Iván Martínez em San Juan del Cesar. Era líder do Congresso dos Povos no Centro do departamento do Cesar. Martínez foi membro do Conselho Comunitário das Comunidades Negras de la Sierra, El Cruce e La Estación Conesice. Vinha liderando um processo comunitário em defesa do território, do meio ambiente e contra a mineração nesta região do país.

Esse mesmo dia, durante uma operação militar do Exército da Colômbia, foi assassinado Álvaro Rincón no sul do departamento de Bolívar. Segundo o comunicado da Federação Agro-mineradora do Sul de Bolívar (Fedeagromisbol), a comunidade denunciou que membros do batalhão Nueva Granada do Exército Nacional, durante um desembarque de soldados, atiraram indiscriminadamente, o que gerou a ferida e posterior morte do camponês Álvaro Rincón.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2016/09/14/crecen-asesinatos-y-amenazas-de-lideres-sociales-en-todo-el-pais/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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