O caso Santrich: preocupantes coincidências
Por Juan Carlos Vallejo, Resumen Latinoamericano, 25 de abril de 2018
Afirmava o periódico El Tiempo (Colômbia, 11 de abril de 2018), referindo-se à prisão de Jesús Santrich (partido FARC): “A operação é similar a duas emblemáticas nas quais a DEA conseguiu capturar os maiores traficantes de armas do mundo: Monzer Al Kazar e Víctor Bout. Nessas capturas, os agentes se fizeram passar por narcotraficantes relacionados com as FARC”. (1)
Que pena, porém, isso não foi de todo assim. Em ambos os casos, a DEA suplantou membros das FARC-EP para alcançar sua missão. E no caso de Viktor Bout, tudo foi uma grande montagem. E me parece que o de Santrich vai pelo mesmo caminho e que Marlon Marín foi levado contra sua vontade.
Segundo a revista The New Yorker (8 de fevereiro de 2010), Monzer Al Kazar, traficante de drogas e armas de nacionalidade síria, desempenhou um papel a favor dos interesses dos Estados Unidos no escândalo Irã-Contras vendendo, em 1987, armas aos Contras da Nicarágua pelo que recebeu pagamento do militar estadunidense Olíver North; porém, foi útil para o império até 2007 quando, para justificar sua “guerra contra o terrorismo”, dois “membros” das FARC-EP, “Carlos” e “Luis” (na realidade dois guatemaltecos a serviço da DEA) apareceram em sua casa para comprar armas. Toda a operação foi gravada com câmeras escondidas. Depois, a DEA tirou da prisão um reconhecido criminoso, “Samir”, para que servisse de isca e fizesse a presa se mover para um país seguro, onde pudesse ser pego. Monzer Al Kazar foi capturado em Madri, extraditado aos Estados Unidos e condenado em 2008 a uma pena de 30 anos. (2)
Viktor Bout
Viktor Bout, ex-militar e próspero comerciante nascido na ex-União Soviética, iniciou seu negócio de transporte de carga com importações de diversos produtos para as ex-repúblicas soviéticas; caiu em desgraça quando entrou para o transporte de armas – que não era proibido para seu tipo de empresa – para o Afeganistão e repúblicas africanas desobedientes aos interesses da Grã-Bretanha ou Estados Unidos e ante as quais hoje a Corte Penal Internacional se endurece por não terem assinado o Tratado de Roma.
Estudando o caso de Juvenal Ovidio Ricardo Palmera, “Simón Trinidad”, membro das FARC-EP extraditado da Colômbia em 2004 e condenado nos Estados Unidos (2008) por um crime que não cometeu, cheguei ao dossiê de Bout e à infame fabricação midiática e jurídica da DEA contra ele. (3)
Tanto para Simón Trinidad como para Viktor Bout, a palavra justiça foi mais que distante, totalmente negada. Uma norma fundamental nos tratados de extradição obriga que antes da solicitação de extradição se deva fazer uma declaração oficial de todas as acusações, já que quando alguém é extraditado para os Estados Unidos da América, a corte dos Estados Unidos não pode acrescentar nenhuma acusação adicional ante a justiça do país que vai extraditar a pessoa. No entanto, Simón foi preso por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro (todas as acusações foram retiradas) e o condenaram por conspirar para manter três empresários estadunidenses como reféns. Esta última acusação não estava na petição de extradição apresentada e, além disso, os empresários eram prisioneiros de guerra conforme o Direito Internacional Humanitário (III Convênio de Genebra, Título I, Artígo 4°, seção A, números 4 y 5). (4)
O calvário de Viktor Bout começa no ano de 1998, com a demonização de sua figura através de uma fabricação midiática que o apresentava como um magnata, um mercenário inescrupuloso e frio. No ano 2000, o ex-investigador belga das Nações Unidas, Johan Peleman – que se autoqualificava como “especialista em armas”, mas não sabia que uma AK-47 e uma Kalashnikov eram a mesma coisa – contribui para a destruir a reputação de Bout. Peleman afirmava que Bout tinha comprado em um ano 60 aviões. Inventaram um sócio para Viktor, Richarad Chichakli, um contador público que em um vídeo postado por ele no YouTube, na clandestinidade, alega que todo vínculo com o comércio de armas é falso. Chichakli conheceu Bout 15 anos atrás e sua relação foi amistosa e empresarial legal.
Entre 2005 e 20007, surgem um filme e um livro: “O Senhor da Guerra” protagonizado por Nicolas Cage (5) e os publicistas Stephen Brown e Douglas Farah publicam o livro “O Mercador da Morte” (em referência a Bout). O bombardeio midiático foi implacável: todos os dias eram produzidos artigos, eram descontextualizadas fotografias onde o apresentavam como um traficante de armas quando, na realidade, era um observador passivo frente à presença de militares do governo desses países com os quais estava fazendo ou buscando fazer negócios. Bout se deixava fotografar em todas as partes porque não tinha nada a esconder. Inventavam vários codinomes para ele e que tinha 15 passaportes. Depois, até videogames apareceram com sua figura de “mau”. Toda esta propaganda suja contra Bout começa a surgir efeito e vários países fecham suas portas ao “vilão”. (6)
O que vemos com o caso de Jesús Santrich? O mesmo aparato de propaganda midiática em rádio, televisão e imprensa desaforado, desbocado e totalmente inclinado a apresentá-lo como culpado sem ser vencido em juízo. Sem que apresentem sequer as provas completas e em contexto que dizem ter. Inclusive, a circular da Interpol o denomina em inglês como “fugitive” [fugitivo] e em espanhol como “prófugo” [perseguido]. Isso não é por acaso um pré-julgamento? Além disso, quem deve ordenar a captura é um juiz ou um promotor colombiano, e não a Interpol. Nem sequer se tinha nomeado o juiz nos Estados Unidos e foi o muito questionado “Grande Júri” – muito criticado por exonerar policiais que matam os negros – quem proferiu a decisão de acusar Santrich. A figura medieval inglesa do “Grande Júri” não existe no ordenamento jurídico colombiano.
Surpreende e preocupa também a enorme coincidência com o caso Bout a presença de Nicolas Cage na Colômbia (1° de abril de 2018), só uns dias antes da captura de Santrich. Não pelo ator em si, mas pelo que veio fazer. Cito a RCN (7), seção “Superlike”:
“Segundo se deu conhecer, o motivo de sua vita está relacionado diretamente com a rodagem de seu novo filme ‘Running with the devil’, a qual narraria a história de hum agente da DEA”. Lê-se em The Hollywood Reporter (3 de março de 2018): “Nicolas Cage será a estrela no filme de ação e drogas ‘Correndo com o diabo’”. O filme foi escrito e é dirigido por Jason Cabell. Mais adiante, diz: “Cabel se baseou em suas experiências da vida real – trabalhava com a DEA na Colômbia e serviu em mais de 100 países, incluindo o Iraque – disseram as fontes ao The Hollywood Reporter”. (8)
Ao que parece, a trama do filme de Cabell consiste em um carregamento de cocaína que viaja desde as selvas da Colômbia, passando pelo México, Estados Unidos e Canadá. Assim, o herói do filme deve descobrir as rotas da entrega controlada. Não se surpreendam se o vilão do filme for cego! Porém, sigamos com Bout…
Viktor Bout estava praticamente em bancarrota e tinha regressado à Rússia para buscar outra forma de ganhar a vida com a venda de utensílios de cozinha. Então, começa a ser contatado, em 2008, por Andrew Smulian, um cidadão britânico e negociante que tinha conhecido em 1997, na África do Sul. Smulian disse a Bout que tinha uns “membros das FARC-EP” que queriam fazer negócio acerca de suas aeronaves de carga. Viktor, inicialmente, repudiou a oferta devido a sua situação crítica e que não era seguro mover-se para outro lugar devido à má fama mundial criada sobre ele. Smulian viajou para Moscou em janeiro de 2008 para dar confiança a Bout e persuadi-lo de que aceitasse essa reunião com os “membros das FARC-EP”, pois tinham interesse em suas aeronaves. Finalmente, em 22 de fevereiro de 2008, ante sua urgente situação financeira e a insistência de Smulian, Bout aceita reunir-se em Bangkok, Tailândia, com Smulian e os “guerrilheiros das FARC-EP” que se apresentaram como “Carlos” e “Ricardo”. Viktor disse a amigos próximos na Rússia que ia para a Tailândia porque existia uma possível oportunidade para sair de problemas econômicos ao vender uns helicópteros ou talvez um avião. Nunca mencionou armas.
O que Viktor Bout não sabia era que Andrew Smulian estava facilitando o trabalho da DEA desde 2007, quando fabricaram uma armadilha contra ele em Curazao com dois “membros das FARC-EP” chamados “El Comandante” e “Eduardo”, que queriam fazer um milionário negócio agrícola. Smulian foi à reunião e “os guerrilheiros” disseram que tinham milhões de dólares para comprar armas (fuzis para franco-atirador e mísseis) e, assim, combater contra o exército colombiano e os pilotos estadunidenses que os protegiam.
Os “guerrilheiros” eram agentes secretos da DEA. Depois de Curazao, ocorreram reuniões na Dinamarca e Romênia para fazer cair Bout, porém este não participou delas. A DEA necessitava que Smulian fizesse Bout sair da Rússia para poder prendê-lo. (9) Não é claro se Smulian já estava “colaborando” com a DEA desde Curazao ou se a DEA esperou até Bangkok para capturá-lo e colocá-lo para colaborar.
Em 6 de março de 2008, Viktor Bout chega a um hotel de Bangkok, Tailândia, local da reunião. A sala do 27° andar já tinha sido adequada pela DEA com câmeras e microfones ocultos. Ali chegam Bout, Smulian e os “guerrilheiros das FARC-EP” (agentes secretos da DEA). A conversa se inicia com Bout dizendo: “Bem, olha, se você trabalha com dólares, tudo vai e será monitorado pelos Estados Unidos”. “Carlos” se expressa violentamente dizendo que eles (as FARC-EP) sabem como eles (os Estados Unidos) são e que eles (as FARC-EP) estão lutando e essa é a razão pela qual eles (as FARC-EP) querem matá-los (aos estadunidenses). Bout responde: “Bem, deixe-me fazer uma lista de suas necessidades”.
Depois, “Carlos” faz gestos como se estivesse disparando e expressa que ele quer matar aqueles gringos filhos da puta. (10) Parece que para a DEA o “Ok” de Bout foi um consentimento às frases e gestos expressos por “Carlos”. Os agentes da DEA dizem que o fato dele (Bout) ficar ouvindo-os dizer isso (os supostos “guerrilheiros”) e não ir embora ou mostrar a porta para que eles saíssem, era consentir que cometessem esses atos. Porém, esse “Ok” de Bout é um bordão muito comum antes de iniciar uma frase. É como o “You know” (Você sabe) que se usa muito também ao terminar frases e que é muito comum em muitos hispanos, latinos e afro-americanos. As palavras e gestos de violência ocorreram por conta dos agentes secretos da DEA e não por parte de Viktor Bout. É evidente que houve pré-fabricação da conversa e isto foi muito bem planejado desde o início. Estenderam uma armadilha para Viktor Bout, o emaranharam.
Bout foi preso nesse mesmo lugar da reunião e tentaram obter um jatinho para levá-lo aos Estados Unidos (como o sequestro de “Rodrigo Granda” na Venezuela para ser levado à Colômbia). A operação falhou e tiveram que deixar Bout nas mãos da justiça tailandesa. O rastro de Smulian foi perdido (extradição express ou sequestro à Marlon Marín?). Aparecerá depois na cidade de Nova York como testemunha contra Víctor Bout.
Como não funcionou a doutrina Bush-Chenney-Uribe, de ignorar o DIH e a soberania do reino da Tailândia, os Estados Unidos pediram sua extradição e a audiência se celebrou em 22 de setembro de 2008, onde se apresentaram as acusações de: “Conspiração com intenção de assassinar estadunidenses”, “tentativa de assassinar funcionários estadunidenses” e “tentativa de adquirir mísseis terra-ar e dar refúgio a terroristas”.
Em 11 de agosto de 2009, a corte negou a extradição por considerá-la de caráter político e não criminal. Também porque, segundo o reino da Tailândia, não existiam méritos para extraditá-lo, não foram cometidos delitos contra o reino e não existia suficiente e forte evidência. Do mesmo modo, o reino da Tailândia não considerava as FARC-EP como grupo terrorista.
Bout já estava a ponto de sair livre para a Rússia e sua esposa o esperava fora da prisão. Porém, algo inesperado aconteceu…
Uma carta do governo colombiano (11), selada como “Confidencial” e dirigida ao Ministro de Relações Exteriores da Tailândia, deu um giro de 180° nos acontecimentos. Graças a essa carta, os Estados Unidos apelaram e a Suprema Corte da Tailândia autorizou a extradição de Bout em 20 de agosto de 2010.
Bout disse em seu dossiê: “Não existe caso, não existem provas, não ganharam…” Os Estados Unidos pediram à Colômbia que o ajudasse! Depois de ter perdido o caso de extradição, o governo dos Estados Unidos fez com que o governo da Colômbia escrevesse uma carta ao governo da Tailândia rogando que permitisse a extradição de Viktor Bout aos Estados Unidos. É certo, a Colômbia está pedindo à Tailândia que extradite Viktor aos Estados Unidos tentando levar as FARC a julgamento.
As táticas que foram utilizadas pelo governo dos Estados Unidos para obter a repulsa da demanda interposta contra a administração de Bush por Richard Chichakli, agora estão sendo utilizadas de novo como uma última tentativa para forçar a Tailândia a extraditar Viktor aos Estados Unidos. No caso de Chichakli, como o governo dos Estados Unidos não pode demonstrar a prática de qualquer infração contra Richard, tentaram processar Viktor Bout mediante a apresentação de 1000 páginas de histórias inventadas. Agora, sob ordem dos Estados Unidos, o governo da Colômbia está sendo utilizado para converter a audiência de extradição de Bout em um julgamento às FARC, “rogando” oficialmente ao governo da Tailândia, em nome do governo dos Estados Unidos, que aceite o pedido de extradição dos Estados Unidos apresentando 300 páginas de documentos relacionadas com seus próprios assuntos com as FARC.
Sempre dissemos que este caso não é nada mais que político, e o conjunto de evidências permitem afirmá-lo. O governo dos Estados Unidos mentiu em todas as suas alegações contra Viktor e as mentiras foram expostas depois que os Estados Unidos falharam em mostrar as evidências. Quem poderia imaginar que os Estados Unidos eram o proxeneta da Colômbia? A carta “confidencial” assinada pelo Ministro das Relações Exteriores está aqui, em inglês e em espanhol, para sua diversão”. (12)
Mas a história não termina aqui…
Em 16 de novembro de 2010, Viktor Bout foi extraditado para os Estados Unidos. O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov disse que a decisão tinha sido ilegal, politicamente motivada e feita sob forte pressão externa. (13)
Durante o julgamento realizado na cidade de Nova York, foi muito chamativo que a Juíza do Distrito, Shira Scheindlin, repudiasse as primeiras gravações por considerá-las forçadas. (14) Um duro golpe para a DEA. Porém, não contavam com sua astúcia e, em apuro, acrescentaram mais acusações a Bout, como compra ilegal de aeronave, fraude utilizando dispositivos eletrônicos para enganar e obter dinheiro de pessoas e lavagem de dinheiro. Também jogaram a principal carta com Andrew Smulian, que apareceu como “testemunha-chave” contra Bout e cantou melhor que Luciano Pavarotti tudo o que a DEA compôs para afundar Viktor e salvar sua pele. Fará o mesmo Marlon Marín?
Em 2 de novembro de 2011, o júri da Corte de Manhattan considerou culpado Viktor. E aqui outra pérola: Hither Hobson, que tinha sido parte do júri, confessou depois que tinha ficado espantada ao ver o filme com Nicolas Cage e, obviamente, votou “culpado”. (15)
Em 5 de abril de 2012, a juíza Scheindlin condenou Viktor Bout somente por “conspirar para vender armas a um grupo estrangeiro considerado terrorista pelos Estados Unidos”. As demais acusações se derreteram como manteiga em pão quente. A sentença estipulada para este crime vai de 25 anos a prisão perpétua. A juíza aplicou a condenação mínima de 25 anos e considerou que era apropriada porque não havia evidência de que Bout tivesse cometido os delitos pelos quais foi acusado.
Em outubro de 2015, a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Marian Zakharova, disse que Bout tiha sido “injustamente condenado” e que seu caso era “outro caminho do politizado sistema judicial estadunidense que, claramente, segue as ordens de cima”. (16)
Depois de retirar-se do ramo jurídico, a juíza afirmaria: “Emaranharam este tipo nisso. Ofereceram-lhe muito dinheiro… Eu dei a mínima sentença que poderia dar”. Depois, acrescentou que o castigo a Bout tinha sido “excessivo” e “inapropriado”. (17)
Escreveu Antonio Caballero (Semana, 3 de fevereiro de 2018, “El Retorno del Sapo” [O retorno do sapo]):
“Aquelas reformas pretensamente ‘realistas’ que, em nome da eficácia e por copiar servilmente a justiça norte-americana, talvez a mais corrupta do mundo (‘the best justice money can buy’, a melhor justiça que se pode comprar com dinheiro, como a chama a imprensa dos Estados Unidos), desmantelaram a arquitetura do aparato judicial colombiano e o deterioram moralmente: pagamento de delatores, que nos retrocede aos métodos sinistros da Inquisição que em seu tempo apodreceram de cima a baixo a sociedade da Espanha dos Habsburgo; juízes sem rosto, inspirados também nela; regateio de penas, que as reduz ou anula para quem pode pagá-las: com denúncias, com fichas de cassino ou com chumbo”. (18)
O mesmo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou o Sistema Judicial dos Estados Unidos como “uma piada” e um “faz-me rir”. (19) Em outra ocasião, o chamou de “Rigged System” (Sistema Manipulado), quando o FBI disse que tinha encontrado nada em 650 mil mensagens eletrônicas que poderiam envolver Hillary Clinton em assuntos penais. (20)
Em 21 de maio de 2010, escrevi: “Quando a justiça opera como vingança deixa de ser justiça e se converte em arbitrariedade. O julgamento de Simón Trinidad nos Estados Unidos teve mais de vingança que de justiça”. Minha opinião não era somente pelo caso de Simón, mas que o sistema é carcerário e arbitrário (as prisões são privatizadas e, por isso, necessita estar cheias para produzir lucro). (21). Não à toa a população carcerária dos Estados Unidos é enorme.
Para concluir, creio na inocência de Jesús Santrich e que Marlon Marín foi levado contra sua vontade. Penso em Tulio Bayer e seu “Gancho ciego”. Opino que é muito difícil esperar uma avaliação objetiva e imparcial de todas as provas do pedido de extradição para os Estados Unidos sabendo das manipulações e campanhas midiáticas contra Cuba, Iraque, Líbia, Síria e Venezuela que foram feitas e são feitas. Além disso, de ser extraditado, não receberia um julgamento justo nos Estados Unidos porque já existe um pré-julgamento contra ele e contra todos ex-membros das FARC-EP. A DEA suplantou o nome da organização e inventou operações com a submissa ajuda do governo colombiano. Desconfiar é um direito e eu desconfio muito do modus operandus da DEA. O caso de Viktor Bout e Simón Trinidad são dois claros exemplos de dois sistemas judiciais que não oferecem garantias aos processados e uma DEA que opera mais como um cartel da droga.
Notas
1. http://www.eltiempo.com/
2. https://www.newyorker.com/
3. https://www.youtube.com/watch?
4. http://guerrillaviaweb.
5. http://otramiradadelconflicto.
6. https://www.youtube.com/watch?
7. http://www.canalrcn.com/super-
8. https://www.hollywoodreporter.
9. https://www.youtube.com/watch?
10. https://www.youtube.com/watch?
11. http://victorbout.com/
12. https://web.archive.org/web/
13. http://www.washingtonpost.com/
14. https://sputniknews.com/us/
15. http://otramiradadelconflicto.
16. https://sputniknews.com/
17. https://sputniknews.com/
18. http://www.semana.com/opinion/
19. https://www.washingtonpost.
20. https://www.youtube.com/watch?
21. http://guerrillaviaweb.
Juan Carlos Vallejo é escritor, cineasta e jornalista político internacional
Foto: Viktor Bout no momento de sua detenção
Fonte original: Radio Café Stereo
Fonte: http://www.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)