Repúdio à Criminalização do Escambo Coletivo
No último dia 27 (sexta-feira), na cidade de Paulista/PE, periferia da Região Metropolitana do Recife, militantes do Escambo Coletivo foram alvo de uma abordagem truculenta da Polícia Militar (ROCAM), tendo um de seus componentes preso para averiguação. Diego Rafael, também militante do Partido Comunista Brasileiro – PCB, e outros companheiros do Escambo estavam gravando um vídeo na quadra do Mangueirão, local em que corriqueiramente o Coletivo desenvolve suas ações, quando três policiais não identificados chegaram de moto apontando as armas para os militantes do coletivo que lá estavam.
Diante da extrema truculência da abordagem, os militantes pediram que os policiais abaixassem as armas e solicitaram que apresentassem sua identificação como membros da PM. Em resposta, um dos três policiais deu ordem de prisão a Diego Rafael, alegando desacato à autoridade, por ele ter sido mais enfático quanto à abordagem ilegal e abusiva dos policiais. Mesmo sem apresentar resistência, Diego foi algemado e encaminhado à delegacia. Os companheiros do Escambo Coletivo o acompanharam o tempo todo, para evitar que mais excessos fossem cometidos pela polícia. Ao chegar à delegacia o camarada Diego Rafael assinou o Boletim Circunstanciado de Ocorrência e logo em seguida foi liberado.
O Escambo é um Coletivo que atua no âmbito da cultura e do direito à cidade, desenvolvendo suas ações especificamente nas comunidades de Arthur Lundgren e Paratibe. Atualmente, a quadra do Mangueirão, espaço público da comunidade, citada no início desta nota, encontra-se totalmente abandonada pela Prefeitura de Paulista, que tenta impor um projeto de “requalificação” sem consulta prévia nem participação dos moradores. O Coletivo exige do poder público que abra espaço para envolvimento da comunidade no planejamento e execução do projeto, sendo, dessa maneira, pensado coletivamente e atendendo às reais necessidades dos seus moradores por lazer e cultura.
Nesse contexto, a abordagem truculenta da Polícia Militar, ocorrida quando o Escambo realizava mais uma de suas ações, só pode ser entendida como uma tentativa de intimidar o Coletivo e todos aqueles que lutam para que o espaço público seja pensado em função das necessidades populares. A UJC presta sua solidariedade militante ao Escambo Coletivo, aos seus e suas militantes e, em específico, ao camarada Diego Rafael, bem como denuncia mais uma vez a conhecida truculência da Polícia Militar e a arbitrariedade de sua conduta.
Não nos intimidaremos com tais ações que, pelo contrário, devem servir para reafirmar a nossa certeza de que estamos no caminho certo. Contem conosco para o que precisarem. E como disse o camarada, “a gente não vai se calar. A gente vai resistir e vai avançar!”.
Unidade para Resistir, Ousadia para Avançar!
Ousar Lutar, Ousar Vencer!
União da Juventude Comunista.
Fonte da Publicação: Coletivo Escambo