Primeiro de maio em Cuba: a Celebração de um Povo
Por Laura V. Mor
Resumen latinoamericano
Correspondente em Cuba
Havana, 1 de maio de 2018
Ainda não amanhecia e em Cuba a atmosfera parecia diferente. Não foi outro dia. É o Dia Internacional dos Trabalhadores, quando todos os anos o povo cubano em todas as praças do país o celebra com aquela alegria contagiante que caracteriza os cubanos.
As marchas de 1° de maio nascido quando a Segunda Internacional decidiu organizar grandes manifestações em todos os países ao mesmo tempo, para que os trabalhadores cobrassem das autoridades públicas a obrigação de reduzir legalmente a jornada a oito horas horas de trabalho e exigissem o cumprimento de outras resoluções do Congresso Internacional realizado em Paris em 1889. As manifestações unitárias tiveram início no 1° de maio de 1890, em homenagem aos mártires de Chicago.
Em Cuba, naquele ano, cerca de três mil trabalhadores chegaram a desfilar pelas ruas de Havana (1). Hoje, na mesma cidade, bandeiras cubanas vestiam varandas e janelas.
Este é o primeiro realizado no país em que a sua direção não pertence à Geração Histórica, a que lutou em Sierra Maestra; o segundo sem a presença física de Fidel. Também coincide com o ano do 165º aniversário do nascimento de José Martí, 150° do início das guerras de independência, 90° do nascimento de Che , 65° dos assaltos a quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes e 60° de triunfo da Revolução.
Ao contrário do resto do mundo, onde é um dia de luta contra direitos violados, em Cuba é um dia de celebração dos trabalhadores. Não faltaram as congas e tambores, tampouco a série de cartazes cuidadosamente escritos à mão, alguns mais sofisticados, outros mais simples, mas todos expressando os sentimentos dos cubanos que vivem e sentem este dia como um grande evento.
De todos os desfiles que ocorrem simultaneamente em todo o país, o mais numeroso é o de Havana, para onde, além dos habitantes da capital, acorrem milhares de estrangeiros que vêm à ilha para não perder aquele imenso “mar de pessoas”, digno de ser testemunhado pelo menos uma vez na vida.
Com a mesma energia com que eles têm defendido a posição de Cuba contra as tentativas da direita internacional de invisibilizar as conquistas do país e manipular informações, como na última Cimeira de Lima, os jovens cubanos inauguraram o desfile na capital e marcharam juntamente com o restante do povo trabalhador, com um slogan tão claro quanto as ideias que defenderam no Peru: ” Unidade, compromisso e vitória” .
O encerramento esteve a cargo de estudantes, jovens trabalhadores e combatentes que, com o legado de Fidel e Raul, continuam a obra revolucionária, “mudando o que deve ser mudado”, conforme foi ratificado quando todos defenderam o conceito de revolução enunciado por Fidel, também num 1° de maio de 2001.
Hoje, 128 anos depois daquela primeira marcha em 1º de maio, milhões de cubanos e cubanas marcharam em cada província defendendo, com aquela unidade popular que levaria os trabalhadores do mundo a lutar pela primeira vez, suas bandeiras: as do socialismo.
Anotações
(1) Com informações da EcuRed.
FOTOS: YAIMI RAVELO (Correponsalía Cuba)
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