As professoras cubanas e sua obra criadora
Havana (Prensa Latina)
Com uma formosa tradição e notáveis desempenhos em décadas passadas, merecedores de honrosas distinções, as docentes cubanas caracterizam-se hoje por sua alta qualificação e desempenho na sala e em cargos de grande responsabilidade.
Mulheres representam 81,9% dos professores, mestres e cientistas deste país.
As mulheres representam 60,5% dos graduados da educação superior e 67,2% dos técnicos e profissionais, que permanentemente se empenham na constante elevação de sua formação integral.
A mais recente promoção levou a Doutora em Ciências Osana Molerio Pérez ao cargo de reitora da Universidade Central Marta Abreu, na província central cubana de Villaclara.
A antes decana da Faculdade de Psicologia desse centro de estudos superiores é autora de uma metodologia para o diagnóstico e atenção psicológica de pacientes com hipertensão arterial e de outras investigações.
Tomemos, em primeiro termo como referência, o resultado das últimas eleições legislativas, efetuados em 11 de março de 2018, em que, dos 605 eleitos, 322 mulheres constituem 53,22% dos integrantes do Parlamento cubano, algo sem precedentes.
Entre essas deputadas da IX Legislatura, um grupo delas, destacadas educadoras, ocupam importantes responsabilidades:
Alicia Roberta Alonso Becerra (61 anos, Doutora em Ciências Técnicas), reitora da Universidade Tecnológica de Havana.
*Arelys *Falcón Hernández (49 anos, especialista de Segundo Grau em Medicina Intensiva e Emergências), *reitora da Universidade de Ciências Médicas da província de *Cienfuegos.
*Leyda *Finalé da Cruz (54 anos, Engenheira Industrial), *reitora da Universidade da província de Matanças.
*Miriam *Nicado García (58 anos, Doutora em Ciências Matemáticas e Professora Titular), *reitora da Universidade das Ciências Informáticas.
Aurora do *Carmen Ramos das *Heras (54 anos, Mestrado em Ciências da Direção), *reitora da Universidade da oriental província das *Tunas.
Diana *Sedal *Yanes (45 anos), *reitora da Universidade de Oriente (Santiago de Cuba), antes *decana da Faculdade de Ciências Sociais desse alto centro de estudos.
*Adianez *Taboada *Zamora (49 anos, investigadora e professora), *reitora da Universidade Agrária da *Habana.
Outras deputadas são maestras frente a sala e em trabalhos de direção:
*Norguis *Caballero Vermelhas (44 anos, Licenciada em Educação Primária), diretora de uma escola na localidade de San *Serapio, província de *Camagüey.
*Marcy *Reinoso Torres (51 anos), professora e diretora do Instituto Politécnico Ángel Ramírez *Pedroso, de *Pinar do *Rio.
Caridade Deita Deita (46 anos), maestra de escola primária rural, na província de *Pinar do Rio.
*Yulkanne *Babastro *Marrón (40 anos, Mestrado em Ciências da Educação), professora de informática na Cidade Escolar 26 de Julio (antigo Quartel *Moncada), em Santiago de Cuba.
*Sannia *Esquivel *Romero (47 anos, Mestrado em Ciências da Educação), maestra na escola primária Carlos Manuel de Gramas, Santiago de Cuba. *Maricela *Figueredo *Rosales (37 anos, Licenciada em Informática), maestra da Escola Primária Jesús *Figueredo *Pantoja, localizada na cidade de *Yara, província *Granma.
*Marisol *Iznaga *Morfa (52 anos, Mestrado em Ciências da Educação), professora de Educação Física na Escola Secundária Básica Urbana *Rigoberto *Balsinde, cidade de *Palmira, província de *Cienfuegos.
*Glennis López *Mojena (39 anos, Licenciada em Informática), maestra da Escola Primária Juan Matos Fonseca, na província *Granma.
*Miriela *Lugo Igreja (39 anos), professora de inglês num *seminternado localizado em Serra de *Cubitas, província de *Camagüey.
*Idalmis Rosa *Mendoza do Touro (47 anos, Mestrado em Ciências da Educação), professora da sede universitária de *Baraguá, município localizado ao sudeste da província de Cego de *Ávila.
*Ommeris *Trápaga *Amaro (44 anos, Licenciada em Direito e Doutora em Ciências Políticas), professora do Instituto Superior do Ministério do Interior.
*Dalia *Aguilar González (45 anos), *metodóloga do Ensino Primário, na Direção de Educação do Município Venezuela, Cego de *Ávila.
*Yuleydis Cruz *Betancourt (48 anos, maestra de ensino primário e diretora); promovida a *metodóloga da Direção Municipal de Educação de *Manatí, município localizado ao noroeste da oriental província das *Tunas.
*Sara Íris Rodríguez Ramírez (46 anos), professora de espanhol*-literatura num politécnico e um instituto *pré-universitário; promovida a metodóloga dessas matérias na Direção municipal de Educação das Tunas.
NOTÁVEIS MESTRAS DO SÉCULO XX CUBANO
A humilde escolinha cubana, órfã de abundantes recursos econômicos oficiais, nunca careceu do talento e dedicação de mestras sempre recordadas por seus alunos nos 60 anos de vida republicana sob a tutela neocolonial de Washington.
Este é o caso de Doce María Borrero (1883*-1945) e María Luisa Dolz (1854-1928); a primeira poetisa, bibliógrafa e notável pedagoga, e a segunda, maestra de primária elementar e superior; e Doutora em Ciências Naturais.
Quando triunfou a Revolução, em 1959, um grupo importante de mestras e professoras em exercício puseram seus conhecimentos ao serviço da nova Cuba, bem como os 10 mil professores desempregados, em sua maioria do discriminado sexo feminino.
Assumiram com entusiasmo assessorar a Campanha Nacional de Alfabetização, realizada em 1961 por cerca de 100 mil brigadistas, estudantes quase crianças, muitos dos quais abraçaram o magistério para sempre.
A Reforma Universitária de 1962 contou com professoras extraordinárias nos ramos humanísticos como Vicentina Antuña (1909-1993), Mirta Aguirre (1912-1980), Rosario Novoa (1905-2002), Hortensia Pichardo (1904-2001), Doce María Escalona (1901-1976) e Estrela Rei (1921-2008), entre outras.
Foram seguidas por jovens talentosas, entre elas Isabel Monal (1931), María do Carmen Barcia (1939), Daysi Rivero (1939) e muitas mais até o presente.
A Sarah Isalgué (1894-1989) e seu esposo Salvador Massip (1891-1978), eminentes geógrafos e educadores, deve-se O Atlas Nacional de Cuba, obra que revolucionou os métodos de aprendizagem do conhecimento geográfico do país.
Leonela Inés Relys Díaz (1947-2015), uma jovem alfabetizadora em 1961, criou o método cubano ‘Eu, sim posso’, um programa criado para pôr fim ao analfabetismo, o qual se aplica em numerosos países.
Da base do ano 1961 brotaram centenas de educadoras como María Teresa Ferrer Machado (1947), mestra da escola primária, terapeuta na Especialidade de Atraso Mental, Licenciada em Pedagogia-Psicologia e Doutora em Ciências Pedagógicas.
Para essa deputada da VII Legislatura da Assembleia Nacional (2008-2013) e então Membro do Conselho de Estado, uma das distinções que mais apreciou é ‘Professora giz de ouro’, outorgada pela Federação de Estudantes Universitários (*FEU). Foi vanguarda nacional durante nove anos.
A autora do artigo é historiadora, jornalista e colaboradora de Prensa Latina.
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