Cuba e a solidariedade internacionalista

Gustavo Carneiro – ODIARIO.INFO

A Escola Latino-Americana de Medicina foi criada em Cuba em 1999, para ajudar na resposta à crise humanitária em vários países da América Central e do Caribe, provocada então pela passagem dos furacões George e Mitch, a cuja destruição se somara a propagação de doenças, facilitada pelas cheias. Ao longo dos seus 25 anos de existência, formaram-se na ELAM mais de 30 mil profissionais de saúde, de 120 nacionalidades. Hoje, são 1800 os que lá estudam. Enfrentando todas as dificuldades criadas pelo criminoso bloqueio estadunidense, a heroica Cuba revolucionária permanece um extraordinário exemplo de solidariedade internacionalista.

Guardiões da vida, criadores de um mundo melhor foi o lema do congresso que reuniu há dias, em Havana, 300 antigos alunos da Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), provenientes de uma centena de países, a que se somaram 250 convidados.

Organizado com o intento de fomentar o intercâmbio científico entre profissionais de saúde formados naquela instituição, o congresso acabou por ter outro objetivo, revelado à imprensa cubana pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação das Honduras, Luther Castillo Harry, ele próprio um antigo aluno: «Estamos perante a possibilidade de construir a maior organização científica do mundo», afirmou, referindo-se à intenção de se avançar para a constituição de uma entidade médica e científica internacional composta por médicos diplomados pela ELAM. A ideia, contou ao Granma o brasileiro Leandro Araújo, é colocar os conhecimentos científicos adquiridos em Cuba ao serviço das populações de regiões mais carenciadas de cuidados de saúde.

A Escola Latino-Americana de Medicina foi criada em 1999, em plena crise humanitária em vários países da América Central e das Caraíbas, provocada pela passagem dos furacões George e Mitch. À destruição causada pelas condições meteorológicas somou-se a propagação de doenças, facilitada pelas cheias. Os serviços de saúde existentes na generalidade foram, na maioria dos casos, incapazes de responder à catástrofe: no total, 10 mil pessoas morreram e centenas de milhares ficaram feridas.

Cuba, que por esses dias sofria ainda os graves efeitos econômicos do desaparecimento da União Soviética e do campo socialista europeu (vivia-se então no difícil período especial), foi célere no envio de médicos, enfermeiros e ajuda humanitária. E não foi preciso passar muito tempo até Fidel Castro anunciar a criação de uma universidade internacionalista de Medicina para formar profissionais de saúde dos países afetados pelos furacões, de modo a reforçarem os respectivos sistemas científicos e sanitários. Em breve, aos estudantes centro-americanos e caribenhos juntar-se-iam muitos outros, provenientes de diversas zonas da América Latina, de África e das comunidades mais desfavorecidas dos próprios Estados Unidos.

À ELAM somam-se os contingentes médicos ativos em diversos pontos do mundo, as “brigadas Henry Reeve” enviadas para zonas de epidemias e catástrofes, a produção e disponibilização de vacinas e tratamentos inovadores: Cuba, o país onde é difícil encontrar uma aspirina e a luz por vezes falta, graças ao criminoso bloqueio dos EUA, dá provas diárias de solidariedade e humanismo. Um retrato do mundo que virá!

Fonte: https://www.avante.pt/pt/2662/opiniao/177788/O-mundo-que-vir%C3%A1.htm?tpl=179