Pelo direito de existir: 71 anos da Coreia Popular

imagemJones Manoel – militante do PCB de Pernambuco

A Coreia Popular, vulgarmente chamada de Coreia do Norte, completou 71 anos de sua gloriosa revolução. Como prova de subalternidade, orientalismo e racismo (sim, racismo!), a maioria das pessoas que se consideram de esquerda – no Brasil e no mundo – não comemoram a data. Orientadas pelos monopólios de mídia e pela propaganda imperialista, repudiam a experiência socialista coreana e usam típicos adjetivos da “Guerra Fria” para se referir ao país: totalitarismo, ditadura, monarquia, culto à personalidade etc.

O que acontece hoje na maioria dos países do mundo? Aumento da fome, pobreza, miséria, desigualdade social, cortes de direitos sociais e econômicos, contrarreformas da previdência e trabalhista, ascensão da extrema-direita fascista, destruição dos serviços público, fechamento dos espaços democráticos e maior presença militar do imperialismo estadunidense com redução progressiva da soberania nacional. Nenhuma dessas tendências de barbárie se expressa na Coreia Popular. Todos os indicadores sociais aumentam ano após anos graças à superação da “Marcha Árdua” (período histórico do fim da URSS, crise econômica, catástrofe naturais e fome em massa na Coreia Popular), e esse pequeno país asiático não tem mais analfabetismo, fome epidêmica, déficit de moradia e conta, por exemplo, com a licença maternidade mais generosa do mundo. Tudo isso, para nossa esquerda, é irrelevante.

A Coreia Popular luta há décadas pelo seu direito de existir. Consegue em meio ao mais brutal bloqueio econômico existente (pior que o sobre Cuba) garantir altíssimo nível de industrialização, domínio tecnológico, capacidade de defesa militar, protagonismo aeroespacial e soberania alimentar. Além disso, depois de Cuba, é a experiência socialista que mais conseguiu desenvolver a democracia operária (essa afirmação deve surpreender aos que não estudam seriamente o país).

A experiência socialista coreana não é um modelo a ser copiado para o Brasil. Também não é um modelo de sociedade perfeita. Têm muitos problemas, contradições e alguns absurdos (poderia ser diferente enfrentando 70 anos de um estado de guerra?), mas é, sem dúvida, uma barreira fundamental ao avanço da barbárie capitalista. É uma experiência nossa. É parte da nossa história. E uma história gloriosa. Foi na Coreia, antes do Vietnã, que os EUA conheceram a sua primeira não vitória em uma ação militar de grande escala.

Viva os 71 anos da Coreia Popular.
Segue a luta pelo direito de existir.

Para mais informações, leiam meu artigo sobre o país no Blog da Boitempo: https://blogdaboitempo.com.br/2019/05/29/sim-eu-apoio-a-coreia-do-norte-notas-sobre-anticolonialismo-imperialismo-e-hegemonia/

ou no portal do PCB: https://pcb.org.br/portal2/23367/notas-sobre-anticolonialismo-imperialismo-e-hegemonia/

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