Força Nacional de Segurança é enviada para reprimir a greve dos trabalhadores de Jirau

Após o início da greve dos trabalhadores da empreiteira Enesa e a adesão de operários de outras empreiteiras que prestam serviços no canteiro de obras, o policiamento é reforçado com o envio, para o local, da Força Nacional de Segurança para reprimir e intimidar a mobilização dos trabalhadores, revelando a ditadura que existe contra os trabalhadores.

A greve dos trabalhadores da construção civil no canteiro de obras da usina hidrelétrica de Jirau está sendo tomado pelas forças de repressão.

As forças policiais da região foram mobilizadas para o canteiro de obras e foi autorizado pelo governo federal o envio de mais homens da Força Nacional de Segurança.

Devido à situação precária dos trabalhadores, suas condições de trabalho e repressão das empresas de segurança e da polícia de Rondônia, as empreiteiras e os governos temem uma nova situação de confronto como o ocorrido em março de 2011.

Repressão para garantir a exploração

Os trabalhadores do canteiro de obras estão vivendo sob uma intensa exploração e em péssimas condições de trabalho e de alojamento. “A estrutura do alojamento não dá conta da quantidade de operários. Falta desde banheiro até área de lazer, algo muito grave se levarmos em conta que os trabalhadores estão em uma área remota dentro da floresta amazônica”, comentou Cláudio Gomes, presidente da Confederação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e Madeira (Conticom).

Na usina de Jirau são quase 25 mil trabalhadores compartilhando alojamentos, denunciando surtos de viroses, jornada excessiva de trabalho e outras más condições que a magnitude e a pressa em acabar a obra ocasionaram.

As denúncias dos trabalhadores são inúmeras, pois a construção da hidrelétrica foi palco de centenas de flagrantes de descumprimentos da legislação trabalhista.  Houve registro de trabalho escravo, onde um grupo de 38 trabalhadores migrantes foi libertado em setembro de 2009 pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego – Rondônia (SRTE/RO) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). As vítimas estavam trabalhando para a Construtora BS, que presta serviço ao consórcio.

Em apenas dois anos de construção foram encaminhados 330 autos de infração (cada auto se refere a uma irregularidade) registrados contra empresas ligadas à obra de Jirau.  Na mesma procuradoria, estão ativos 55 procedimentos para apurar irregularidades trabalhistas nos canteiros da usina. Há denúncias de mortes por acidente nas obras que foram abafadas pelo consórcio.

Devido a essa situação as empreiteiras sabem que uma nova mobilização de trabalhadores tende a se espalhar e radicalizar rapidamente no canteiro de obras e outros grandes empreendimentos do PAC.

Para evitar essa situação o governo federal e as empreiteiras colocam os trabalhadores sob intenso assédio e repressão para evitar novas mobilizações.

É mais um exemplo da ditadura imposta pela burguesia contra os trabalhadores que não podem mais se manifestar ou lutar pela garantia de seus direitos.

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