Mais um dia de esperança renovada: o 01 de maio em Cuba
“Sem honra não existe o homem. Cada qual que viva do seu suor, ou não viva”. (José Marti)
1º de maio de 2012: esta foi a quinta marcha pelo dia internacional dos trabalhadores de que participo em Cuba, mas a emoção parece apenas aumentar a cada ano! Estar junto aos milhões de cubanos e cubanas, comemorando as conquistas da revolução e afirmando que nesta pátria “ao capitalismo jamais regressaremos” revigora as esperanças que um dia a humanidade abra os olhos e, com racionalidade e amor, se levante para construir um mundo de riqueza coletiva e trabalho equitativo, sem exploração, sem guerras, sem miséria, sem trabalho infantil, sem opressões de gênero, raça ou opção sexual, sem desemprego, sem restrições ao desenvolvimento artístico, intelectual e desportivo, sem privilégios, usura e ambição.
Infelizmente sei que para este dia chegar muitos serão os sacrifícios dos que hoje são dominados e explorados no capitalismo; muitos heróis e heroínas, muitos mártires surgirão, assim como a história já vem mostrando em qualquer revolução que tomou corpo. Em Cuba não foi diferente, por isso o primeiro de maio para esse livre e rebelde povo é também um dia de recordar as lutas do passado, entre vitórias e derrotas, e os homens e mulheres que por essa revolução de liberdade derramaram seu sangue, em Cuba e no mundo. Esses seres humanos, que dedicaram quase a totalidade de sua vida para o projeto revolucionário de um mundo diferente e melhor, merecem nossa admiração e eterna memória, sem importar a pátria em que lutaram, porque para os revolucionários não existe pátria com fronteiras – nossa pátria se chama humanidade.
O povo cubano é rebelde, alegre e justo, não teme as adversidades do caminho que ousou construir há mais de 50 anos, pelo contrário, as enfrenta com a coragem da convicção e das idéias de emancipação, ao ritmo da contagiante alegria de ser um povo livre. O povo cubano é solidário, otimista e perseverante. O povo cubano é um exemplo para os povos do mundo, mostrando que é possível fazer diferente, desde que os oprimidos se unifiquem numa estratégia correta e organizem a rebeldia.
Hoje, os cubanos de todas as gerações gritaram em voz alta e unitária que “nosso principal dever é preservar e aperfeiçoar o socialismo, junto ao Partido Comunista e a Fidel”, numa marcha colorida e musical, para que todos os povos possam ver e ouvir. A marcha do 1º de maio em Cuba é uma mensagem para que os trabalhadores e trabalhadoras de todo mundo se levantem por um novo poder – o poder popular – e uma nova forma de organizar a sociedade humana – o socialismo. Com o exemplo do povo cubano seguimos otimistas, sem medo dos sacrifícios que estão por vir neste caminho que escolhemos trilhar junto ao povo brasileiro, o caminho da verdade e da justiça, e seguros de que marchamos junto a muitos outros lutadores e lutadoras, que se multiplicam frente a cada nova opressão e a cada nova bandeira de liberdade!
1º de maio de 2012 – Havana, Cuba.
*Estudante de medicina na Universidade de Ciências Médicas de Havana e militante do núcleo Paulo Petry da UJC/PCB em Cuba (www.coletivopaulopetry.blogspot.com)