CONTRA O GOLPE DE ESTADO NO PARAGUAI
A América Latina novamente assiste um golpe de Estado. O país de turno é o Paraguai, mas agora no formato da suposta “legalidade”, assim como também o fizeram na Honduras em 2009 e como o tentaram fazer na Bolívia com a crise da Media Luna e na Venezuela em 2002.
Na sexta-feira 22 de junho o Parlamento do Paraguai representando os interesses da classe dominante oligárquicas em conjunto com multinacionais como a MONSANTO e a DOW CHEMICAL e dos Estados Unidos depuseram seu presidente Fernando Lugo sem permitir sua defesa. Presidente que foi eleito de forma democrática e dentro das normas legais de aquele país.
O Paraguai após sua independência da Espanha tentou desenvolver sua economia de forma endógena para poder ter autonomia, o que contrariava os ditados que orientava a Inglaterra, que estimulou e financiou uma guerra contra o Paraguai feita pela Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai). O Paraguai jamais se recuperou daquela selvageria feita contra seu povo.
Depois as ditaduras determinaram um rumo de exploração, opressão e injustiça para o povo. As sucessivas ditaduras com pequenos períodos democráticos marcam a história desse país. Enquanto se fortalecia uma oligarquia latifundiária que aliada a setores financeiros imperiais desenvolveram negócios lucrativos para poucos, como o agronegócio da soja, a partir da apropriação ilegal da terra, de leis fraudulentas, da perseguição e ilegalização da oposição, como o mostra a historia do partido comunista do Paraguai, e por ultimo a instauração do narcotráfico para criar relações mafiosas na sociedade e não permitir a formação de processos que levem a verdadeiras mudanças estruturais.
A situação agrária paraguaia é fruto de toda essa complexa construção de exploração, exclusão e de uma acumulação por desapropriação feita contra os camponeses, os indígenas e setores minoritários de afro-descendentes que vivem nesse país.
As mortes violentas entre a resistência agrária e as forças da repressão não são de responsabilidade do presidente, mas sim da oligarquia paraguaia e seus aliados. O presidente Lugo poder ser acusado de suas tímidas políticas para levar avante mudanças estruturais em favor do povo que o levou à presidência e por seus errados cálculos políticos de achar que poderia governar em coligação com setores da burguesia.
O que acontece no Paraguai não só atenta contra a frágil democracia desse país, mas contra todas as democracias de América. A deposição de Lugo, um ano antes de terminar seu período, é uma ameaça para as construções populares democráticas que em nosso continente se estão gestando. É outro movimento na procura da criação de um bloco de países de direita ligados aos Estados Unidos na América.
Nossa solidariedade deve ser dirigida ao povo paraguaio apontando para que se respeite a decisão que fez este povo nas urnas quando elegeu Fernando Lugo como seu presidente. Há necessidade de denunciar, de mobilizar e de pressionar contra a ditadura no Paraguai.
Não ao golpe de Estado no Paraguai!
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