Equador não seguirá participando da “Escuela de las Américas”

Nesta quarta-feira, 27 de junho, o Presidente do Equador, Rafael Correa, a pedido de uma delegação da School of the Americas Watch, tomou a decisão de não continuar o envio de soldados equatorianos à Escola das Américas.

Queremos manifestar nossa alegria por esta decisão do governo do Equador, com a certeza de que a Escola das Américas – hoje chamada de Instituto de Segurança e Cooperação do Hemisfério Ocidental – eficazmente treinou e treina os soldados latino-americanos sob a doutrina da segurança nacional, baseada no combate ao inimigo interno, o que incide efetivamente em violações aos direitos humanos em toda América Latina.

No ano de 2010, o Informe da Comissão da Verdade, que investigou as violações aos direitos humanos no Equador, chamou a atenção sobre o treinamento recebido pelos militares equatorianos na Escola das Américas e recomendou ao Estado a não continuar o envio de soldados a este instituto militar. Hoje, essa recomendação foi levada em conta e nos sentimos felizes.

As milhares de vítimas de violações dos direitos humanos no Equador e em toda a América Latina têm o direito de conhecer os responsáveis pelos assassinatos, desaparecimentos forçados e torturas e que estes sejam levados à Justiça para que paguem por seus crimes. Ao mesmo tempo, os estados devem dar garantias de não repetição de tais crimes à sociedade e aos sobreviventes. Uma medida concreta é terminar com a formação militar na Escola das Américas, que tanto dano e sofrimento causou aos nossos povos.

O Equador se soma à Venezuela, ao Uruguai, à Argentina e à Bolívia, compreendendo que nada de bom pode esperar do treinamento oferecido pelo Exército dos Estados Unidos.

Conclamamos os demais países da América Latina a suspenderem o quanto antes os envios de soldados à Escola das Américas, que segue fomentando, agora sob o pretexto da luta contra o terrorismo e o narcotráfico, a violência contra a população.

Felicitamos o Presidente Rafael Correa por esta decisão soberana, impedindo que se cometam futuramente graves violações dos direitos humanos.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Categoria