Roda de imprensa em Havana: As FARC falam mais de política do que nunca

Em uma roda de imprensa convocada pela delegação de Paz das FARC-EP em Havana, os insurgentes repetiram sua reivindicação ao governo colombiano para envolver o povo no processo de paz.

A guerrilheira holandesa Alexandra deu as boas vindas a todos os colegas presentes, entregando a palavra primeiro aos comandantes Iván Márquez e Jesús Santrich.

Os chefes guerrilheiros sustentam que para um processo de Paz exitoso, é indispensável que o povo tenha participação. Não pode ser um processo com portas fechadas, senão que um espaço onde todos os setores da sociedade colombiana tenham voz e tribuna.

O comandante e integrante do Secretariado do Estado Maior das FARC-EP, Iván Márquez, sublinhou a importância da participação do povo colombiano no processo de paz.

Tanto Iván Márquez como Ricardo Téllez falaram do papel fundamental que jogam os meios de comunicação no sentido que tem uma grande responsabilidade de não deixarem ser utilizados como ferramenta manipuladora pelo estado colombiano, como são os casos de Caracol, RCN e El Tiempo, meios mencionados pelos comandantes guerrilheiros que, segundo Iván Márquez, jogaram um papel muito sujo durante a inauguração do processo de paz em Oslo.

Mais de dez diferentes meios de comunicação fizeram perguntas sobre todo o espectro de temas que se debatem na Colômbia e que deveriam ter seu ponto na agenda entre as FARC e a delegação do governo, coisa que para a guerrilha não há nenhum obstáculo, senão que fortalece o processo de paz.

Acerca da declaração dos organismos da inteligência militar, que as FARC sofrem uma grave quebra interna, os três comandantes presentes riram muito dessa declaração, mas ressaltaram que a guerrilha mais antiga do mundo está mais unida do que nunca e que não é nada surpreendente que esse tipo de declaração saia agora justamente no começo do processo, e que constitui uma parte da guerra psicológica.

Enquanto os máximos chefes da delegação guerrilheira davam entrevistas, dois outros chefes guerrilheiros estavam reunidos com os quatro representantes da delegação governamental colombiana para concretizar a agenda para o dia 15 de novembro onde vão debater o primeiro ponto da agenda, que é o tema agrário.

A guerrilheira holandesa ´Alexandra´ abriu a roda de imprensa

Em que pese a distância da terra colombiana, os representantes das FARC falam mais de política do que nunca. Meios e jornalistas de todo o mundo tem procurado os chefes guerrilheiros em entrevistas telefônicas desde a alvorada até o começo da madrugada.

Se Santos e Humberto de la Calle calcularam que pelo fato de negociar em Havana e não em território colombiano, teriam os guerrilheiros longe da imprensa, calcularam muito mal, segundo a presença hoje na sede da Prensa Latina.

Por que novembro de 2012 em Havana não é San Vicente de Caguán de 2001, onde Pastrana e as Forças Militares Colombianas, em uma tentativa de afogar o fluxo de informação da guerrilha, impuseram vários decretos que obstaculizavam o acesso da imprensa internacional à zona desmilitarizada, pois em Havana os comandantes guerrilheiros se encontram e falam com representantes de toda a comunidade da imprensa internacional. Todos os dias recebem diferentes representantes da sociedade colombiana que viajam a Havana e que respiram um cuidadoso otimismo.

E é justo que se reflita na “4ª Reflexão” publicada, onde a delegação de paz das FARC-EP em Havana, convida o governo colombiano para não ter medo da presença do povo nas discussões da agenda, que deveria discutir todos os temas que tem a ver com uma verdadeira paz com justiça social na Colômbia.

Agência de Notícias Nova Colômbia – ANNCOL

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Tradução: PCB PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO