As FARC-EP acusam o exército de simular combates em Cauca e solicitam uma inspeção de organizações sociais e de direitos humanos
Red de Prensa Alternativa del Suroccidente Colombiano / Domingo, 25 de novembro de 2012.
As FARC denunciam sabotagem.
Escrito por Resumen Latinoamericano
A denúncia surge logo que o Ministro de Defesa, Juan Carlos Pinzón, acusou as FARC de atacar o exército no município de Caloto Cauca. Em um comunicado, a guerrilha desmente categoricamente estas acusações.
Havana – Hoje, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) acusaram o Exército colombiano de forjar combates em uma zona rural da Colômbia, para, depois, sustentar que a guerrilha descumpriu a trégua anunciada há uma semana, durante o início do diálogo da paz em Cuba.
O Exército da Colômbia relatou que, em 21 de novembro passado, ocorreram três combates com insurgentes no departamento sul-ocidental de Cauca, um dia depois que as FARC anunciaram um cessar fogo unilateral, em Havana, indicou DPA.
“Tratou-se de uma perigosa manipulação do Exército que, afortunadamente, não teve maiores proporções”, assegurou hoje o guerrilheiro conhecido sob o pseudônimo de “Rubén Zamora” no início da sexta jornada de negociações de paz no Palácio de Convenções de Havana. Depois, a cúpula militar iniciou “uma campanha de propaganda febril” para responsabilizar as FARC, acrescentou o comunicado lido pelo insurgente. O texto também acusa a força pública de armar “shows midiáticos” e pede às organizações colombianas e internacionais que inspecionem o ocorrido.
Segundo o relatado pelo Exército colombiano, os combates de 20 de novembro passado não deixaram vítimas, ainda que tenham obrigado umas 200 pessoas presas no fogo cruzado a fugirem. No dia 19, instantes antes da abertura da mesa de diálogo em Havana, as FARC anunciaram um cessar-fogo unilateral entre o dia 20 de novembro e 20 de janeiro de 2013. “Rubén Zamora” também reiterou as acusações da guerrilha contra o ministro de Defesa colombiano, Juan Carlos Pinzón, de tentar sabotar as negociações de paz. Desde o começo do diálogo, Pinzón é o representante do governo que mais se pronuncia a respeito das FARC. A delegação de paz presidida por Humberto de la Calle se negou a comentar o avanço das conversações em Havana. Por sua parte, Pinzón destacou que a força manterá sua linha dura contra as FARC.
O governo de Juan Manuel Santos se nega a uma trégua durante o diálogo, por temer que a guerrilha se aproveite para reagrupar-se, como na trégua do Caguán, em 2002. Em resposta às últimas declarações de Pinzón, “Zamora” fez também um “chamamento” aos oficiais, soldados e policiais colombianos “a que se somem à busca da solução política do conflito”.
http://www.youtube.com/watch?v=CWSgj4IclSo
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB).