“As FARC não são uma organização inexperiente, que a outra parte pode levar à rendição, à entrega de armas e à desmobilização com simples promessas”
«Poder participar da vida política sem sermos massacrados pelo regime é um sonho e uma bandeira de nossa luta desde o início. A proximidade desse dia depende da vontade do Estado colombiano. Na mesa de negociações é necessário buscar, objetivamente, meios que garantam essa participação política. São esses os assuntos que esperamos serjam discutidos e solucionados. Não teria o menor sentido lutar durante 48 anos para entregar os fuzis e, logo, enfrentarmos – desarmados – o mesmo terrorismo de Estado que reina há tantos anos».
Alexandra Nariño ou Tanja Nijmeijer, seu verdadeiro nome, é guerrilheira das FARC-EP há dez anos. Em sua chegada à Colômbia, ficou impressionada com «a pobreza» que viu ao seu redor. Sentiu vergonha de si própria e de sua alienação. Essa foi «a ponte que me levou a investigar mais profundamente as coisas» e, tempos depois, a ingressar na guerrilha. Atualmente, é um dos rostos mais visíveis e mais midiáticos da delegação das FARC na mesa de diálogo, em Havana.
A incorporação da guerrilheira holandesa Alexandra Nariño à mesa de diálogo entre as FARC-EP e o Governo colombiano gerou grande alvoroço nos meios de comunicação, que viajaram para Oslo, em meados de outubro. Problemas de última hora impediram sua presença na capital norueguesa, unindo-se, dias depois, ao resto da delegação da guerrilha em Havana.
Sobre ela, são escritos livros e reportagens de todo tipo. Seu nome de nascimento, Tanja Nijmeijer, possui cerca de 496.000 entradas na internet. Alexandra Nariño, o nome que adotou ao entrar na guerrilha, reafirma suas convicções e ressalta os valores construídos no contato com «a miséria em que vive o povo colombiano». Ela foi testemunha da morte de Jorge Briceño, ou Mono Jojoy, em um bombardeio e de outros ataques aéreos do Exército. Da capital cubana, relata à GARA sua experiência, enfatizando a aposta das FARC «pela paz e por um país mais igualitário».
O que a guerrilha influenciou na sua vida em termos ideológicos e pessoais?
No nível ideológico, o materialismo dialético e histórico me abriu os olhos, no sentido de que me fez entender por que o mundo está como está. Aprendi a ver a realidade do ponto de vista da luta de classe para, assim, entender os processos históricos. Penso que – inconscientemente – eu tinha uma mentalidade eurocentrista, tomando como ponto de partida sempre a socialdemocracia europeia. Agora, mudei essa visão. Acredito que todos os povos do mundo buscam suas próprias formas de exercer a democracia e a soberania. Quanto a isso, não podem existir diretrizes estreitas, limitações e nem imposições. E ainda que existam vozes que digam que me fizeram lavagem cerebral, eu afirmo que tive a felicidade de me colocar em contato com novas visões de mundo, sobretudo aprender a olhar a partir dos cenários onde abunda a miséria, a partir das necessidades daqueles que padecem de fome, da falta de moradia… Eu tive acesso a importantes ferramentas que me permitem buscar as respostas às milhares de perguntas que rondavam minha cabeça.
Em termos pessoais, minha militância me ajudou a compreender muito melhor as pessoas. Todavia, sou crítica, porém não julgo tão rápido como fazia antes. Aprendi a trabalhar coletivamente, pois antes acreditava que as tarefas eram mais bem cumpridas se feitas sozinha. Agora, entendo que não existe nada melhor que o trabalho coletivo, mudando completamente a concepção que tinha em mente. Aprendi a dividir, inclusive em momentos de escassez. Honestamente, antes me doía por dentro ter que dividir qualquer coisa. Agora, assim que recebo algo, instintivamente começo a pensar em quem necessita, a quem posso alegrar a vida com um pequeno detalhe.
Qual foi sua primeira impressão ao chegar à Colômbia? Como foi o início de sua vida na selva?
A primeira coisa que me impressionou foi a pobreza. Recordo que, quando estava no ônibus escolar com as crianças do colégio onde trabalhava – crianças sem outras preocupações que não fossem suas notas ou qual roupa vestir – vimos uma família completa de indígenas descalços caminhando pela rua, deslocados. As crianças riam e gritavam: «Nós temos dinheiro e vocês não!». Senti vergonha alheia.
Outra lembrança: uns homens buscando comida na minha lixeira em uma manhã, quando estava esperando o ônibus escolar. Senti vergonha, desta vez não alheia. Esses dias foram de uma constante curiosidade. Queria observar esse novo mundo que me rodeava, me sentia incapaz de resignar-me a essa realidade. A guerrilha é a resposta do povo a essa realidade, não só de pobreza, mas também de terrorismo de Estado, que eu estava por descobrir. Da exclusão política. A pobreza é apenas o sintoma mais palpável desse Estado de exclusão das maiorias e, para mim, foi a ponte que me levou a investigar mais profundamente as coisas.
Conhecendo apenas alguns aspectos da sociedade colombiana, a existência de uma guerrilha me pareceu completamente natural. E, ao mesmo tempo, um exemplo de não resignação, de combatividade. E senti também como natural meu ingresso à selva, como consequência do processo que tinha vivido. Não o senti como uma decisão radical, mas lógica.
Identifiquei-me com esta causa e isso foi suficiente. Como tal, assumi minha nova vida como algo natural, que não quer dizer que tenha sido algo fácil. Tive minhas dificuldades de adaptação, físicas, linguísticas, culturais, de todo tipo. Ficava desesperada com o som dos grilos, que fica mais forte no horário de quatro da tarde (agora me faz falta). Não conhecia o facão, nem muito menos sabia manejá-lo (agora me faz falta). Ultrapassei muitos obstáculos. Porém, estou aqui.
Como é a vida na guerrilha?
A vida é imprevisível, pela própria dinâmica da guerra. Hoje você está aqui, amanhã lá. Somos móveis, carregamos nossa casa nas costas como os caracóis. Não nos apegamos às coisas materiais. Por conta da dureza da guerra, os guerrilheiros não se deixam abater por nada. Nos acampamentos existe um ambiente de alegria e camaradagem. Trabalhamos até às 15 horas, depois nos banhamos e temos a hora cultural, com canto, poesia, leitura de documentos e discussões sobre as notícias ou documentos. Durante a tarde, existe a relação militar, onde se informam os problemas ocorridos nas últimas 24 horas. E, uma vez por semana, reunião do partido, onde existe educação, análise política, críticas e autocríticas. As tarefas são muito diversas: organização de massas, educação, alfabetização, cozinhar, fazer a guarda, guerrear, fazer inteligência, transportar alimentos, carregar lenha e muitas coisas mais. Nunca é monótona: hoje você está em uma emboscada, amanhã em treinamento político-militar e, depois de amanhã, cozinhando.
Nestes dez anos, você testemunhou bombardeios do Exército. Como você os descreve?
Estive presente no bombardeio onde assassinaram o camarada Jorge Briceño e também em dois outros bombardeios anteriores. É difícil descrevê-los. A única coisa que posso dizer é que vejo como uma forma de ataque tão covarde, que você sai com uma força renovada para combater o terrorismo de Estado. São momentos como esse que faz sentido o conceito de terrorismo de Estado. É quando você se dá conta de que esse Estado está disposto a fazer qualquer coisa para assassinar seus próprios cidadãos, aqueles que, simplesmente, possuem outras ideias sobre política, economia ou democracia. Imagine o contrário, se a guerrilha tivesse aviões e bombardeasse a força pública intensamente, durante a noite, quando estivessem dormindo. O que diria o mundo? Também diria que essas bombas de 500 quilos são «armas convencionais»? Penso que todos os organismos de direitos humanos cairiam em cima de nós, denunciando semelhante crime de guerra.
A também delegada das FARC, Sandra Ramírez, denunciou «o menosprezo pelas mulheres» por parte do inimigo, ao qual acusa de torturas e, inclusive, mutilações. Qual papel desempenha a mulher na guerra? E dentro da guerrilha?
Existem muitas denúncias de mulheres prisioneiras de guerra nas mãos do regime, desde torturas até violações por parte do Exército e dos carcereiros. É o mesmo machismo tão latente na sociedade latino-americana, que na guerra aparece sob as formas mais espantosas. Na guerrilha, homem e mulher são iguais. Qualquer forma de discriminação à mulher é fortemente combatida. As mulheres que estão na guerrilha tentam ser um exemplo para a mulher colombiana, oprimida de diversas maneiras, mostrando, na prática, que as mulheres são parte ativa nesta luta, que é a luta do povo em seu conjunto, homens e mulheres.
Foram escritos vários livros e reportagens de todo tipo sobre você. Como se sentiu ao longo destes anos sendo foco de tamanha atenção, ainda mais agora?
Como para mim foi um processo tão natural, a princípio, me surpreendia sobremaneira o espanto de muitas pessoas ao ver uma holandesa na guerrilha colombiana. Para mim, francamente, essa atenção, em muitos casos, se limita com sensacionalismo, direitismo. Todo mundo tem uma opinião sobre mim e sobre as FARC, inclusive pessoas que sequer conhecem o conflito ou a situação de miséria em que vive o povo colombiano. São rápidos em julgar, porém muito preguiçosos na hora de estudar as causas, as razões do levante armado do povo colombiano. De forma submissa, adotam os conceitos doutrinários «terroristas, narcotraficantes, sequestradores», sem pensar criticamente.
Preciso dizer que também existe o outro lado da moeda. Existe gente que, motivada pelo meu ingresso, começou a ver a importância do internacionalismo e da luta contra o grande capital, e isso, obviamente, me enche de satisfação.
O Governo colombiano e as grandes corporações midiáticas utilizaram contra você e contra a guerrilha alguns parágrafos de um diário seu apreendido durante uma operação do Exército. O que você aprendeu com isso? Que folhas foram deixadas? Que marcas deixaram?
Meu diário foi um reflexo de todas as minhas vivências durante os primeiros anos na guerrilha. Continha alegrias e tristezas, pensamentos críticos e ataques de raiva ou de temperamento. Tiraram cinco ou seis frases e com isso fizeram uma grande manipulação midiática. Como se fosse um escândalo o fato de que aqui existem contradições, problemas e defeitos. Somos humanos! Por que em meu diário não falo das coisas de que tanto acusam as FARC? Do recrutamento forçado de meninos, ataques à população civil, narcotráfico…? Ninguém se perguntou isso, e mostram como um enorme escândalo o fato de que tenhamos defeitos. O que aprendi de todo esse episódio foi que o Estado colombiano não poupa esforços nem dinheiro para nos satanizar e que temos de ser cuidadosos com isso. A grande imprensa está a serviço das transnacionais. No que diz respeito a nossa atuação, não tem a menor intenção de fazer reluzir a verdade. Visam apenas desprestigiar e criar as distorções que combatemos.
Um dos cursos que recebeu na selva foi ministrado por Simón Trinidad. As FARC pediram ao presidente estadunidense, Barack Obama, que o indulte. Por que tanta insistência? Vocês ainda possuem esperanças de que ele possa participar da mesa mesmo depois da negativa da Casa Branca em indultá-lo?
Insistimos na participação de Simón Trinidad na mesa, porque ele é, foi e sempre será um homem de paz, com uma enorme capacidade política e firmeza ideológica demonstrada durante todos esses anos. Acreditamos que o Governo estadunidense, após tantos anos de colaboração com a guerra na Colômbia, com equipamentos bélicos, assessoramento e tecnologia de ponta, planos militares específicos de contrainsurgência, reconsidere e também dê uma importante contribuição à paz deste país.
Eu creio que a vontade existe, escutando diversas declarações que altos funcionários desse país deram em apoio à paz na Colômbia, porém o complicado é que o Governo colombiano, que foi quem o extraditou inventando provas falsas, não concede sequer a graça de uma simples solicitação ao Governo estadunidense no sentido de que analisem o caso, que entre outras coisas comporta uma condenação por diferentes assuntos aos que se argumentaram para extraditá-lo.
Por que Bogotá colocou obstáculos a sua inclusão na mesa de diálogo?
Acredito que não foram obstáculos jurídicos, como dizem, mas políticos. Aqueles que estão sob as ordens diretas de Washington, que recebem ajuda militar estrangeira, que fazem concessões permanentes ao capital estrangeiros, sentem-se incomodados com esta pedrinha no sapato. Temem que, talvez, minha presença possa despertar um sentimento crítico em muita gente, de que talvez as FARC não sejam terroristas como eles afirmam. Por outro lado, eles sabem que minha presença é um reflexo da força, da beleza e da profundidade que os conceitos de internacionalismo e solidariedade têm nos movimentos revolucionários.
Em qual situação se encontra o campesinato? Como é o seu contato com as comunidades mais afetadas pelo conflito?
Todos das FARC concordamos em apontar o problema da terra na Colômbia, sua posse, seu uso desigual, sua acumulação em pouquíssimas mãos mediante o despojo violento, como causa fundamental do conflito. 1,15% da população possuem 52% das terras, tema que precisa ser resolvido com urgência. A concentração e expropriação da terra deixaram, no último quarto de século, cerca de 6 milhões de hectares arrebatados. Alguns calculam que podem ser 8 milhões. Essa acumulação de terras segue seu curso. Através do paramilitarismo, removem camponeses e expropriam as terras para entrega-las às grandes empresas multinacionais, para extrair petróleo, carvão, ouro… todas as riquezas naturais existentes na Colômbia.
Nós pensamos que essa livre entrada de investidores tem que ser controlada, que, em primeiro lugar, está a soberania do país, a soberania alimentar e o bem-estar de sua gente. Essa concentração e expropriação da terra faz com que o camponês viva em um estado de total abandono. Não possuem acesso à saúde, estradas por onde passem os alimentos necessários, suas moradias estão em estado deplorável, existe muito analfabetismo. E, em sua grande maioria, são eles que chegam às fileiras da insurgência. O nosso contato com as comunidades é muito estreito. Isso se deve ao fato de que são seus filhos, seus irmãos e irmãs que estão na guerrilha. A guerrilha vai, fala com a população, faz com que ela mesma se organize e eles nos chegam com seus problemas, preocupações e conflitos.
Muito me tocou a oportunidade de construir pontes com a população. Todo tipo de trabalho é feito em conjunto. Lembro que uma vez estávamos em uma casinha, fazendo dois panelões de sopa quando o Exército nos surpreendeu e nos mandou sair. Às 9 horas da noite, chegamos cansados a um sítio. Fomos dormir esfomeados e estávamos certos de que não íamos comer até o dia seguinte. Quando, às 10:30 da noite, os companheiros da casinha nos acordaram, vindos de mula para nos trazer a sopa. Orgulhosos porque nos encontraram e o Exército não! São experiências muito bonitas que se vivem com a população.
Em Oslo, o chefe negociador do Governo, Humberto de la Calle, disse que são as FARC que estão em dívida com as vítimas, ignorando a pergunta feita sobre «o terrorismo de Estado». Da sua parte, Iván Márquez ressaltou que as FARC desejam «a reconciliação da família colombiana». Quais passos a guerrilha estaria disposta a dar nesse sentido?
Nós sempre pensamos nas vítimas desta guerra imposta pelo Estado. Nosso levante em armas vem sendo uma reação justa, legítima, contra o terrorismo de Estado. Porém, também sabemos que o confronto gerou, em contrapartida, consequências. Assim, existem casos de soldados dos quais suas famílias não têm notícias e, seguramente, outros tipos de situações que necessitam de análise. Sobre isso, as FARC-EP sempre foram claras ao dizer que estão dispostas a contribuir com o esclarecimento dos casos, de maneira franca com os familiares e não como os que jogam com a dor alheia, acusando-nos de tudo, sem considerar, por exemplo, que muitos soldados caídos em combate, jamais tiveram seus corpos retirados do campo de batalha e são apresentados como desaparecidos a seus familiares.
Em Oslo, vários colombianos exilados comentaram conosco, GARA, que «deve ser privilegiada uma paz estável e duradoura sobre o castigo». Enquanto isso, o jornalista Romèo Langlois considerou que «a solução passa por um grande processo da verdade». O que significam termos como castigo e verdade para vocês?
Nós das FARC-EP pensamos que é importante encontrar a verdade, sem manipulações midiáticas, sem a desinformação e sem lançar mão da propaganda fascista, usada como parte da guerra contrainsurgente. Nessa busca, existe uma responsabilidade fundamental, histórica, sempre são claras em não permitir que a insurgência se converta em carrasco de seu próprio povo.
Outro dos pontos da agenda pactuada em Havana, em agosto, com o Governo, é a participação política. Na entrevista à GARA, Marco León Calarcá afirmou que quando as causas que deram origem e alimentam o conflito forem resolvidas, as armas perderão vigência. Esse dia está próximo? Que garantias exigem para que não aconteça novamente o que ocorreu com a União Patriótica?
Poder participar da vida política sem sermos massacrados pelo regime é um sonho e uma bandeira de nossa luta desde o início. A proximidade desse dia depende da vontade do Estado colombiano. Na mesa de negociações é necessário buscar, objetivamente, meios que garantam essa participação política. São esses os assuntos que esperamos serem discutidos e solucionados. Não teria o menor sentido lutar durante 48 anos para entregar os fuzis e, logo, enfrentarmos – desarmados – o mesmo terrorismo de Estado que reina há tantos anos. É preciso que se produzam mudanças estruturais, políticas, sociais de fundo, já que realmente a experiência da União Patriótica foi uma lição histórica sobre o caráter criminoso e traiçoeiro do Estado. As FARC não são uma organização inexperiente, que a outra parte pode levar à rendição, à entrega de armas e à desmobilização com simples promessas.
O diretor da Polícia Nacional da Colômbia, José Roberto León Riaño, disse que as FARC preparam «uma onda terrorista uma vez que acabe a trégua». Como avaliam estas declarações?
«Por trás do ladrão, tolo», se diz na Colômbia. O fato é que o Governo não quer criar um ambiente de paz, mediante um cessar fogo bilateral, nem querem acordos para regularizar a guerra para aliviar o sofrimento dos colombianos. Pelo contrário, queixam-se porque «não cumprimos» ou porque estamos preparando «grandes ondas terroristas». É difícil levar a sério aqueles que fazem este tipo de comentário. Em outras palavras: se não têm a coragem de tomar decisões de paz, devem ter ao menos a coragem de ficarem calados.
Há mais de um mês estão dialogando em Havana. Qual o ambiente da mesa e entre os delegados de ambas as partes?
A atmosfera é boa, inspira respeito de ambas as partes. Somos duas partes em conflito e, como tal, existem contradições e muitos pontos de vista diferentes. Por isso, queremos encontrar soluções para eles. É preciso lembrar que, sobre os pontos da Agenda propriamente dita, não se pode esperar que existam resultados melhores dos que já alcançados, considerando os poucos dias em que se dedicou ao estudo do primeiro ponto, referente às políticas de desenvolvimento integral rural. Antes estivemos muito centrados em resolver aspectos metodológicos e técnicos que nos servirão para abordar os temas com maior fluidez.
Quais são suas previsões para este ano que começa?
Não posso fazer «adivinhações». A única coisa que posso fazer é reiterar a vontade de paz das FARC-EP em seu conjunto. Sim, posso prever, com certeza, é que as FARC voltarão a empreender com maior determinação, com otimismo, com muita esperança as jornadas de diálogo do próximo ano. De fato, nós estamos estudando, elaborando propostas, discutindo com as pessoas sobre diferentes pontos de vistas para construir iniciativas que permitam que o processo avance. Queremos a paz e queremos um país mais igualitário, queremos que se valorize e respeite as grandes maiorias e seu direito a uma vida digna.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)