Ivan Márquez: “O nosso coração insurgente está com o povo galego que luta pela independência”

Em entrevista exclusiva concedida a Carlos Morais, o revolucionário colombiano e dirigente das FARC apoia a independência da Galiza.

O Diário Liberdade tem a honra de apresentar em primícia mundial a entrevista concedida por Iván Márquez ao dirigente independentista galego Carlos Morais. O nosso compatriota, secretário-geral de Primeira Linha, viajou no passado mês de fevereiro a Havana, Cuba, como integrante de umha Comissom de apoio ao processo de paz que protagonizam as FARC e o governo oligárquico colombiano nos últimos meses.

Como parte da visita e dos trabalhos realizados pola Comissom do Movimento Continental Bolivariano na capital cubana, Carlos Morais realizou umha entrevista ao comandante insurgente, membro do secretariado das FARC e chefe da delegaçom guerrilheira na mesa de diálogo.

Solidário com a Galiza

A entrevista desenvolve-se em galego (Carlos Morais) e espanhol (Iván Márquez). Trata-se de um documento que agora oferecemos em exclusiva aos nossos leitores e leitoras, no qual Iván Márquez fala da situaçom das negociaçons e do ideário revolucionário da guerrilha colombiana, mas também manifesta conhecer a realidade galega e apoia explicitamente a luita do nosso povo pola independência e polo socialismo.

Para além de manifestar que “o nosso coraçom insurgente está com o povo galego que luita pola sua independência, pola sua liberdade”, o revolucionário colombiano afirma enfaticamente que “os guerriheiros das FARC sabem que existe essa luita que vós livrades na Europa e estám com o povo da Galiza”.

Iván Márquez conhece também as iniciativas solidárias com o movimento insurgente colombiano que partem do nosso país, reconhecendo que “a solidariedade é recíproca”, acrescenta umha recomendaçom que permita fazer avançar a luita na Galiza, a partir de umha citaçom de Manuel Marulanda: “Um dos contributos principais das FARC em todos estes anos de luita tem sido a sua coesom (…) por isso eu fago um apelo ao povo galego para que luite unido e coeso. Necessitamos a unidade para poder avançar”.

A entrevista finaliza com os vivas de Iván Márquez ao povo galego e à “luita do povo galego”.

“Estamos a dar os primeiros passos, mas já conseguimos alguns acordos”

Antes disso, ao longo dos 23 minutos que dura a entrevista, o comandante das FARC reafirma a aposta numha saída “incruenta” ao conflito armado que desangra a Colômbia durante o último meio século, num confronto aberto entre a guerrilha marxista e o Estado oligárquico.

Quatro meses depois do início dos diálogos, Iván Márquez reconhece que se produzírom avanços, incluindo acordos em matéria de terras, mas afirma que os acordos som difíceis, já que se confrontam duas visons “muito diferentes” do grande país latino-americano.

Márquez mostra a sua incompreensom pola negativa do Governo colombiano a deter o confronto armado durante o diálogo. Apesar da desigualdade de forças militares e tecnológicas, o entrevistado garante que nom haverá rendiçom nem submetimento apesar da continuidade da atividade militar e da negativa do governo mesmo a assinar acordos para regular e tornar menos doloroso o impacto da guerra.

Outros temas relacionados com a guerra durante os últimos anos, incluída guerra suja de propaganda e manipulaçom mediática contra as FARC, som abordados na conversa entre Carlos Morais e Iván Márquez. Sobre as falsas acusaçons de “narcoguerrilha” dirigidas às FARC polas corporaçons mediáticas do capitalismo mundial, Márquez lembra que a justiça colombiana persegue integrantes de governos sucessivos da Colômbia e que o dinheiro do narcotráfico financia as campanhas eleitorais no seu país, sem que existam provas semelhantes em relaçom à guerrilha revolucionária.

“É o momento do socialismo”

O dirigente revolucionário colombiano reafirma a vigência da luita polo socialismo, numha época de decadência capitalista, apesar da fortaleza repressiva que ainda mantém.

Citando Simón Bolívar, Iván Márquez refere que “todos os povos que luitárom pola liberdade, acabárom por derrotar os tiranos”, daí a importáncia da resistência popular e de umha estratégia revolucionária e unitária pola derrota do capitalismo: “Unidos seremos fortes e mereceremos respeito, dividos e isolados pereceremos”.

Recomendamos assistir o vídeo na sua integridade, com destaque para os últimos minutos em que Iván Márquez manifesta o apoio das FARC à causa independentista e socialista galega.

http://www.diarioliberdade.org/artigos-em-destaque/414