Concluído em Bogotá o Congresso dos Povos para a Paz na Colômbia

RESUMEN LATINOAMERICANO/ PRENSA LATINA – O Congresso pela Paz na Colômbia, no qual estiverem presentes mais de 20 mil pessoas e delegados de 16 países, concluiu-se no dia 22 de abril em Bogotá com uma proposta de agenda social encaminhada para buscar uma saída para o conflito armado no país. Na jornada final desenvolveu-se um painel de debate no qual os participantes esboçaram os conteúdos substanciais para a criação de um movimento nacional pela paz e uma agenda construída desde o povo.

Segundo os organizadores, se espera que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), se manifestem sobre a participação da sociedade na aposta por uma solução política para o conflito que sofre este país por mais de meio século.

Assim mesmo se espera a presença de representantes do Governo, a quem plantearam “a necessidade de garantias para a participação política, a não judicialização, perseguição, estigmatização, o desmonte do paramilitarismo e o fim das hostilidades contra o povo por parte das forças militares”, assinalaram.

Diversas têm sido as propostas emanadas de setores sociais como os trabalhadores rurais, os obreiros, afro descendentes, indígenas, jovens e mulheres, nas mesas instaladas na Universidade Nacional, que versaram em sete eixos temáticos, entre eles o direito a uma vida digna, a justiça, a saída humanitária ou a economia.

Na véspera os participantes se pronunciaram pelo aceso à terra e ao território e à educação gratuita.

O agricultor Antonio Durán, membro da Zona de Reserva Campesina da região de Catatumbo, sublinhou a importância de construir o território e a paz desde as regiões, sem a ingerência de atores externos às comunidades de base.

No debate dedicado à economia, se rechaçou o modelo de exploração extrativista e se propôs uma grande jornada de mobilização contra o modelo mineral – energético no país.

Em outro dos painéis os delegados puderam elaborar uma constituinte para reformar o Congresso da República, onde os trabalhadores rurais, indígenas, obreiros e afro descendentes se sintam representados.

Organizada pelo Congresso dos Povos, a data fechará com a iniciativa de construir um movimento pela paz na Colômbia e uma mobilização pelo centro da capital para visibilizar a proposta e a agenda de paz com justiça social, elaborada nestes dias de encontro.

O Congresso para a Paz é outro cenário e aporte para a solução política

RESUMEN LATINOAMERICANO/ REBELION – Foram reconhecidos importantes espaços desenvolvidos na Colômbia na busca da construção da paz com justiça social. Processos como o da minga indígena e comunitária, Congresso dos povos, Marcha Patriótica, Comosocol, a imensa marcha de 9 de abril são fenômenos que expressam a organização unidade ampla e plural do povo colombiano em seu afã por dar passo a uma ferramenta que lhe sirva da vanguarda coletiva ou frente ampla para ganhar a paz com justiça social. E mais importante nos momentos atuais em que se adiantam as conversações entre vozes das FARC e o governo nacional há cinco meses e nas quais já há importantes avanços.

No sábado, dia 20 de abril nas instalações da Universidade Nacional, auditório León de Greif e da Praça Che Guevara, se instalou oficialmente o Congresso para a paz cujas deliberações vão até o dia 22 e culminaram com mobilizações e vigílias frente a alguns ministérios e na Praça de Bolívar onde darão leitura as proclamações e declarações finais, aprovadas por organizações sociais e políticas comunitárias representadas no evento por cerca de 20 mil participantes.

Durante o ato inaugural apresentaram saudações personalidades políticas e sociais do país. Do mesmo modo fizeram os delegados internacionais, acompanhando e solidarizando-se com o povo colombiano na luta por seu principal desejo pela paz com justiça social.

Os participantes do congresso para a paz reclamam ao governo nacional que permita a ampla participação social na discussão em mesas de diálogos de Havana, Cuba, e que se ampliem estas conversações a outras insurgências como o ELN e o EPL. As vozes do congresso para a paz rechaçaram a estigmatização e apontamentos de representantes de estado colombiano contra lideres e organizações sociais e políticas da oposição. Exigem o fim aos assassinatos de sindicalistas e líderes agrários e indígenas.

Tradução: PCB PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO