“Há que retirar as FARC e o ELN da lista de terroristas se se quiser avançar o processo de paz”

Em conferência de imprensa realizada em Madrid a 15 de Maio, a senadora colombiana Piedad Cordoba assinalou os seguintes pontos:

1. VISIBILIZAR A REALIDADE E O DRAMA NA COLÔMBIA

“Visibilizar… há a necessidade de que se conheça (…) Governos como o da Espanha ratificam o seu apoio à guerra na Colômbia (…) partem do desconhecimento de que na Colômbia existe um conflito social e armado”.

“O argumento poderoso que esgrimem os Estados Unidos e o seu subalterno na Colômbia para justificar a presença de sete bases militares (…) é supostamente “combater o terrorismo e o narcotráfico”.

2. O CONCEITO DE “TERRORISMO”

“(…) O conceito de “terrorismo” deveria ser um conceito jurídico e não um conceito político que se move ao sabor das mesmas bases militares, ou seja, ao sabor dos interesses que têm governos como o dos Estados Unidos”

“Preocupa-nos enormemente que a vice-presidenta do país (EUA) haja declarado que continuam com a sua política de apoio à “Seguridad Democrática~”, com a sua política de poio à “luta contra o narcotráfico e contra o terrorismo” e de maneira muito categórica de combate contra as FARC. Preocupa-nos enormemente porque isto é uma carta de corso para um governo que expira e que, de qualquer forma, o facto de Uribe ir embora não significa que a política que traçou vá com ele”.

imagemCrédito: Resistir.info

3. CONTINUIDADE DA POLÍTICA DE EXTERMÍNIO NO GOVERNO QUE VEM

“(…) o facto de Uribe ir embora não significa que a política que traçou vá com ele… Muito pelo contrário… serve de argumento para que muitos candidatos presidenciais, num clima eleitoral muito complexo, em lugar de propor a defesa da soberania nacional, da soberania popular, firmem-se nestes conceitos de países como estes (EUA) para continuar uma política degradante (…)”

“E valeria a pensa mencionar resultados das ‘bondades’ da política de seguridad democrática que o governo nacional tanto exibe:

Cinco mil assassinatos a sangue frio que hoje são conhecidos eufemisticamente como “falsos positivos” e que foram em grande medida dirigidos por quem é hoje candidato presidencial, que era então ministro da guerra do país”

Em segundo lugar, mencionar um número escandaloso que ao invés de diminuir aumenta: 4 milhões de refugiados internos, o que nos coloca no primeiro lugar da América Latina e em segundo lugar, depois do Sudão, a nível mundial (de deslocamento forçado) (…) situações que a imprensa apenas começa a evidenciar”.

4. FORNOS CREMATÓRIOS

“Com uma profunda tristeza temos que reconhecer que factos muito repugnantes que foram recusados por toda a humanidade hoje têm lugar na Colômbia, como é o caso dos fornos crematórios. Não só na zona de Catatumbo como também em regiões como o departamento de Antióquia” (minuto 05:16)

“Muitas das vítimas não só foram cremadas depois de assassinadas como também muitas da vítimas foram queimadas vivas para pô-las como escarmento daqueles que, como camponeses, recusavam a presença dos paramilitares e recusavam-se a delatar o que muitas vezes não sabiam (…) Este é um dos resultados da política da Seguridad Democrática…”

5. A UE APOIA O EXTERMÍNIO E OS DESAPARECIMENTOS

“Todo isto é muito importante que seja dito aqui na Espanha, precisamente hoje onde acaba de concluir um fórum de jornalismo no país e onde os que considerávamos que poderiam ser nossos aliados para acabar com factos desta natureza não só apoiam sem qualquer discussão o TLC entre a UE e a Colômbia como além disso continuam a apoiar uma política de guerra, de extermínio, de desaparecimentos”.

6. DESAPARECIDOS: 250 MIL

“Um número muito recente revela que a nossa recusa às bases militares no país tem razão de ser… em números como este: O CODHES revela que o número de desaparecidos nos últimos três anos é de 38.255, que se somam ao total de 100 mil desaparecidos nos últimos dez anos… verificando-se um aumento impressionante (…) O promotor anterior revelou, 15 dias antes de terminar o seu mandato, um número que foi escalafriante e contudo passou desapercebido… 250 mil desaparecidos na Colômbia nos últimos anos… Ou seja, nós superámos há muito esses números que com tanto pavor deram calafrios a muitas pessoas no mundo como o que ocorreu no Chile e na Argentina, mas que superámos de maneira espantosa”.

7. FOSSAS COMUNS DANTESCAS

“(…) Em cerca de duas semanas vamos receber os restos da maior fossa comum (…) a da Meta de la Sierra de la Macarena, com 2000 cadáveres nessa fossa comum, mas ao lado dessa fossa comum está a do Guaviare que segundo informações é inclusive muito maior que esta, e que está no território de uma base militar do exército na Colômbia (…) ou seja, pode-se perguntar: “O que é o que realmente estão a apoiar estes governos” Que percepção têm do que realmente está a ocorrer no país” (minuto 08:29)

8. DETENÇÕES ARBITRÁRIAS, PRESOS POLÍTICOS

“Para não falar da quantidade de detenções arbitrárias e maciças que se estão a verificar permanentemente na Colômbia; da quantidade de processados aos quais não se lhe tem em conta o processo devido, que permanecem anos e anos nos cárceres… Os senhores devem conhecer a detenção do professor Miguel Ángela Beltrán, sequestrado em outro país, e que até à data não teve um julgamento que lhe permita defender-se realmente, pois é condenado de antemão e o que se faz é um arremedo de julgamento, mas não há um julgamento que lhe dê a garantia ao devido processo” (minuto 09:07)

“Os advogados que enfrentam o tema dos direitos humanos não têm mãos a medir… é tanta a gente detida arbitrariamente que muitas pessoas não têm apoio para a sua defesa (…) entre outras razões porque o advogado que se atreve a defender qualquer destas pessoas detidas é acusado também de ser ‘terrorista’ e de pertencer ao ELN ou às FARC… ou seja, é um quadro realmente horripilante o que nós vivemos”.

9. O DAS: ESPIONAGEM, DESPRESTÍGIO, MONTAGENS, AUTO-ATENTADOS, ASSASSINATOS

“O escândalo do DAS é de uma magnitude tão impressionante que aquilo que fez Nixon foi um jogo infantil em comparação com o que se passou na Colômbia (…) Toda uma estratégia criminosa a partir do Estado, a partir dos serviços de inteligência… Não só para fazer seguimentos a governos como o do Equador, Venezuela, Cuba (…) Como também toda uma estratégia para montar acusações, para fazer marcações… para rebaixar a condição de defensor de direitos humanos (…) Um estratégia absolutamente perversa que, há que dize-lo, deu muitíssimos resultados… e digo isto como prolegómeno ao das bases militares (…) Foi-se gerando uma matriz de opinião, foi-se preparando a opinião pública” (minuto 10;37)

E mais adiante na intervenção de Piedad Córdoba:

“seguimento da embaixada de Cuba… da embaixada da Venezuela…”

“a DEA pagava a sede onde se faziam os seguimentos”.

10. COMPUTADOR MÁGICO QUE GERA “PROVAS” (minuto 12:00)

“Eu pessoalmente não pude saber qual é a marca do computador de Reyes, apesar de ter de me defender perante o supremo tribunal (…) É como a lâmpada de Aladino, cada vez que o senhor a fricciona sai a mensagem que o senhor precisa, na medida, no tamanho e na estatura da pessoa que o senhor pretenda incriminar”.

“É o computador mais estranho do mundo: tem dentro de si toda a esquerda do universo, não só da Colômbia como também do universo (…) Se friccionarem um pouquinho esta semana vão sair estudantes de Porto Rico…”

“O preocupante disto, e digo-o em tom satírico, é que nenhum de nós conhece o computador… ou seja, nós que estamos no processo perante a o supremo tribunal, e que exigimos que o tragam par sabermos o que é realmente o que apareceu no computador… Ninguém sabe onde está o computador… O seja, o computador é invisível, aparece unicamente quando se necessita uma mensagem (…) mas isso sim, conseguiu fazer realmente dano frente ao respeito pelo processo devido (…) Fez muito dano em tudo o que significa direito opinar livremente… um dos maiores danos que se fizeram à sociedade colombiana, a partir de uma instância da inteligência do Estado (o DAS)”.

“A partir de uma instância da inteligência do Estado… um dos membros do DAS revela de que maneira se fez o seguimento à embaixada de Cuba, de que forma se fez o seguimento da embaixada da Venezuela (…) Declara em testemunho juramentado perante a promotoria geral da nação que o DEA pagava, através da embaixada dos EUA, a casa, a sede a partir de onde se faziam todos os seguimentos… ou seja coisas que se podia prever, mas que muitas vezes as pessoas crêem que isto faz parte da imaginação daqueles como nós que estamos na oposição, pois hoje pode-se comprovar de ciência certa de que realmente existiram (…) como se fez toda uma estratégia de guerra suja ou propaganda negra”.

11. MISÉRIA, EXCLUSÃO E MENTIRAS

“(…) Muito tempo desenhando toda uma imagem que deu lugar a que a opinião pública considerasse que os inimigos da Colômbia somos nós que estamos na oposição, nós que assinalamos que na Colômbia há um regime absolutamente injusto, excludente, que permite que haja 18 milhões de pobres, 7 milhões de indigentes, que haja gente que não come (…) Porque na Colômbia se chove são as FARC e se faz sol é Chávez, ou se faz sol são as FARC e se chove é Chávez… ou seja, não há nada que se passe na Colômbia que não lancem a culpa a Chávez ou às FARC (…)

“Não há coisa mais surrealista do que dizer que as FARC estão totalmente derrotadas e pretender que todos os dias apanham o chefe financeiro das FARC… ou seja, esse movimento tem algo como 700 chefes financeiros! … Não há coisa mais surrealista que dizer que as FARC estão totalmente derrotadas e ao mesmo tempo o ministro da defesa acabar de dizer que as FARC têm totalmente sob controle a região do Cauca, no Sul do país (…) Então eles próprios geraram todo este cenário para poderem instalar as bases militares (…) Toda esta política foi a preparação para que as pessoas pudessem tragar sem qualquer explicação a instalação de sete bases militares”.

12. PARAMILITARISMO CONTRA HONDURAS E VENEZUELA

“A instalação de sete ou mais bases militares teve como pano de fundo gerar cenários que tornaram possível que o país considerasse que era válido invadir o território equatoriano, que era válido promover o paramilitarismo (…)”

“Fazer toda uma Estratégia de Paramilitarismo que revelou que se pretendeu efectuar, a partir da Colômbia através dos paramilitares, o golpe e o assassinato contra o presidente Chávez (…) que revelou além disso o exército paramilitar que se enviou a Honduras para garantir depois de dado o golpe de Estado que se mantivesse no terror a população hondurenha… Os senhores recordam que a população hondurenha começou a sair às ruas, a participar… e de um momento para outro foi lançada para trás… foi porque chegou um exército de paramilitares a partir da Colômbia”

“Chegou a Honduras um exército paramilitar da Colômbia”

“Quando se conseguiu o controle e se conseguiu consolidar o golpe de Estado nas Honduras, e que se permitiu além disso a eleição do actual presidente golpista, o senhor Lobo… o sr. Santos diz: nós ganhámos uma batalha mas não ganhámos a guerra, porque a guerra significa derrubar Chávez”.

13. SETE BASES MILITARES DOS EUA NA COLÔMBIA: EXTRATERRITORIALIDADE DA GUERRA CONTRA A AMÉRICA LATINA

“Nunca se deu o debate acerca das bases… instaladas sob pretexto de combater o narcotráfico” (…) e aqui faça um pequeno desvio: Combater qual narcotráfico?”

“A senadora Gloria Ramírez, do partido comunista, dá conta da localização de cada uma das bases num debate que inclusive está na Internet (…)”

“Cada uma destas bases está situada onde há projectos estratégicos importantes, recursos estratégicos, onde há recursos naturais importantes (…) As bases não têm nada a ver com a luta contra o narcotráfico… muito pelo contrário: O conflito colombiano é uma elemento de extraterritorialidade da guerra frente a América Latina e frente a outros países do mundo… Por isso o não reconhecimento de que na Colômbia existe um conflito social e armado não se destina simplesmente a considerar as FARC e o ELN são um grupo de facínoras e sim que obviamente por trás disso (o não reconhecimento) há toda uma pretensão com carácter de dominação política, militar, hegemónica, para expandir a guerra rumo à América Latina…”

“Contravenção à soberania nacional (…) A lei existe mas não se aplica: isso tem sido muito recorrente durante os oito anos da ditadura constitucional de Uribe, ou seja, o conceito prévio do Conselho de Estado era um requisito para a instalação da bases militares (Não foi consultado) (…) converter o território num território de ocupação estrangeira”

“O tema das bases militares é supremamente indignante porque tem a ver não só com soberania popular como também com a soberania jurídica (…) há algo semelhante com a perda de soberania que se dá no tema da extradição (…) nós renunciámos à nossa soberania jurídica para aplicar uma jurisdição que está totalmente relacionada com os interesses hegemónicos em termos do que tem a ver com a soberania dos recursos, com a nova forma de inteligência que se dá nos EUA partir do 11 de Setembro quando tomam a decisão de levantar as 800 bases militares no mundo… Mas sobretudo pela capacidade que tem um porta-avião de transportar quantidades de urânio sem ter de abastecer combustível, a capacidade fazer inteligência a partir dessas bases militares (…) é a intenção da instalação das bases militares, que foram além disso presenteadas (…) um presidente que disse aos Estados Unidos… querem 7, querem 14, aceitamos 15 (…) quantas querem?”

14. EXTRADIÇÃO PARA SILENCIAR A VERDADE

“Quando extraditaram os 14 chefes paramilitares, nós que nos opúnhamos opunham categoricamente à Lei de Justiça e Paz, opusemo-nos também à sua extradição, porque esses chefes paramilitares haviam denunciado a participação do Estado no narcotráfico e delitos de lesa humanidade, e ao que significa uma paramilitarização total do Estado colombiano…”

15. MASS-MEDIA CÚMPLICES

“Toda uma estratégia a partir dos meios de comunicação dos quais haveria que falar: jamais os meios de comunicação abriram sequer um debate frente à pertinência da instalação ou não das bases militares em território colombiano, da ocupação militar da Colômbia”.

“A política de Seguridad Democrática é um fracasso total… ninguém pode dizer que a política tem que (…) vestir de guerrilheiros os camponeses, assassiná-los e mostrá-los como “positivos” do exército!… Por isso chamam-se “falsos positivos” (…) para que os militares recebam o dinheiro que a cooperação internacional dá à Colômbia para ‘combater o terrorismo’ “.

“Pergunto-me: o terrorismo? mas qual?… o que fazem as pessoas que estão a morrer de fome, que não têm emprego, que não podem entrar na universidade, que não podem estudar?… Ou terrorismo é o que faz o Estado ao fazer esse tipo de alianças e de instalação de bases militares no país?”

“Não foi ganha a ‘luta contra o narcotráfico’… A comunidade mundial tem que começar a olhar de que maneira procuramos uma saída com ela para que se acabe o narcotráfico ou legalizá-lo em menos tempo do que canta um galo”.

16. “AS FARC E O ELN TÊM DE SER RETIRADOS DA LISTA DE TERRORISTAS”

“Creio que uma das decisões que temos de tomar (e certamente isto vai ser tomado como base para a investigação que faz o Sr. Procurador na Colômbia) é que as FARC e o ELN têm que ser retirados da lista de “terroristas” para que possamos avançar rumo à discussão da saída política e negociada do conflito… Nós não podemos aceitar per se que “o terrorismo” na Colômbia se designe a um grupo de colombianas e colombianos que se levantaram em armas porque na Colômbia não há possibilidade nem para o debate nem para a discussão…”

17. A FALÁCIA DA “LUTA CONTRA O NARCOTRÁFICO” E A OFENSA À SOBERANIA DA COLÕMBIA

“Algo que para nós é doloroso e merece repúdio total é que haja não só sete como quem sabe quantas bases militares com o argumento de fazer o que não somos capazes de fazer e que eles (Estados Unidos) não vão fazer jamais (…) Eles (EUA) acreditam que põem o nariz e nós pomos a cocaína… ou seja, por onde entra nos Estados Unidos? … Parece que os guardas de fronteira por lá são invisíveis, ou quando entra a cocaína eles desmaiam ou eu não sei o que se passa… Mas: as corrupção não será senão deste lado e lá não haverá corrupção?! (…) Poderíamos nós igualmente estabelecer uma base militar em Manhattan ou em Miami (…)?”

18. A ESPANHA ALIMENTA A GUERRA NA COLÔMBIA PARA DEFENDER OS INTERESSES ECONÓMICOS DE MULTINACIONAIS

“Um país como a Espanha amanha pode aprovar uma lei como a do Arizona e isso é uma derrota para a humanidade (…) Como nos dói, nos ofende, que a Espanha possa dizer que tem tantos interesses comerciais e económicos que vale a pena continuar a apoiar a “luta contra o terrorismo que se exprime nas FARC” … e que isto se faça pura e simplesmente para a defesa dos seus interesses económicos e comerciais, dos interesses das multinacionais (…) chegará o dia em que algum dos seus interesses saia … que saiam perdendo lucros porque o povo colombiano cada vez mais se levanta contra esta opressão e porque cada vez mais somos conscientes de que somos unidos na América Latina(…)”

19. OS MARINES USA TÊM IMUNIDADE PARA VIOLAR, PARA COMETER QUALQUER CRIME

“Há que estar contra as bases militares porque além disso nem sequer lhes podemos aplicar a jurisdição penal colombiana (aos marines), eles podem violar as nossas meninas (…) e não se passa absolutamente nada…”

20. “PROCURAR QUE A EUROPA RETIRE DA LISTA DE TERRORISTAS OS NOSSOS IRMÃOS COLOMBIANOS QUE SE LEVANTARAM EM ARMAS”(…)

“(…) A busca da construção de cenários da negociação, e é muito importante a UNASUR, e por isso vamos apelar a estas novas instituições da democracia da América Latina para procurar uma saída…”

“Procurar que a Europa retire da lista de terroristas nossos irmãos colombianos que se levantaram em armas porque para a sociedade colombiana é muito mais importante de uma caixa forte, porque para muitos sectores da sociedade do mundo é muito mais importante cuidar de uma caixa forte do que da vida de um ser humano”.

“A presença das bases militares na Colômbia é um desrespeito à dignidade, não só como colombianas ou como colombianos, mas também como seres humanos”.

17/Maio/2010

[*] Senadora colombiana, do Partido Liberal. Seu sítio web: http://www.piedadcordoba.net/

O original encontra-se em www.resumenlatinoamericano.org , Nº 2203 (as deficiências do texto devem-se ao próprio original).

Esta transcrição encontra-se em http://resistir.info/colombia/p_cordoba_15mai10.html

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